A situação epidemiológica da infecção por enterovírus em Macau ainda se encontra estável, contudo, as informações anteriores evidenciam que os meses de Abril a Junho constituem o período de pico da infecção por enterovírus. Assim, os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos, pais, creches e estabelecimentos de ensino para que se mantenham atentos para a prevenção da infecção por enterovírus. De acordo com as informações de vigilância obtidas pelo Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, a situação de infecção por enterovírus deste ano, comparada com o mesmo período do ano transacto, registou uma descida. Até 27 de Maio, registaram-se 448 casos de infecção por enterovírus, em relação aos quais as crianças com idade inferior a 5 anos atingem os 80%, as de idade compreendida entre 5 e 14 anos atingem 17%, as pessoas com idade superior a 15 anos atingem 15% , sendo 37 anos a idade máxima registada de doentes com enterovírus. Os casos incluem 10 casos de infecção colectiva em creches e jardins de infância. Os resultados dos testes laboratoriais dos 9 casos de infecção colectiva evidenciam que a infecção foi causada pelo enterovírus ou pelo coxsackievírus A (Coxsackie virus A), envolvendo 70 alunos crianças.
As duas crianças pertencentes ao caso de infecção colectiva por enterovírus na Creche III da Associação Geral das Mulheres de Macau foram confirmadas como tendo sido infectadas pelo enterovírus do tipo EV71. Os Serviços de Saúde solicitaram a evicção escolar por sete dias e determinaram à creche que procedesse à desinfecção geral do ambiente, com vista a impedir a mútua transmissão entre as crianças. A situação de todas as crianças doentes foi ligeira, e obtiveram melhoria após terem sido submetidas a tratamento, não tendo havido qualquer sintoma anormal do sistema nervoso ou outras complicações. Os dois casos de enterovírus do tipo EV71 constituem o 2 caso registado de enterovírus em Macau. A infecção por enterovírus pode ser causada pelo Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovírus 71. A infecção por enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com o pico no período de Verão, e pode causar várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, doença de mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente miocardite e meningite asséptica.
Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doenças mãos, pés e boca,a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete a dez dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente podem conter estes vírus.
Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos, nomeadamente, aos elementos das creches, escolas e lares, aos alunos e aos pais, para que, devido à inexistência de qualquer vacina eficaz contra os enterovírus, apliquem as seguintes medidas de prevenção da infecção por enterovírus:
(1)Medidas pessoais:
-- Prestar atenção à hygiene pessoal, nomeadamente lavar as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos;
-- Cobrir a boca e o nariz sempre que espirrar e tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas;
-- Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados;
-- Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar, para aumentar a imunidade;
-- Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca, recorrer imediatamente a consulta médica. (2)Medidas a aplicar nas escolas:
-- Manter uma boa hygiene ambiental e um sistema de ventilação adequado em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar as paredes até à altura de 1 metro, as mesas, as cadeiras e os brinquedos;
-- Proceder ao exame diário de manhã, e prestar frequentemente atenção ao pessoal e aos alunos, especialmente, com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca;
-- Os alunos e os elementos do pessoal com sintomas de febre e de doença de mãos, pés e boca devem suspender as aulas ou não ir ao serviço;
-- Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre os alunos e os elementos do pessoal, as escolas devem informar imediatamente o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde (2853 3525)e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.