Para responder de forma rápida e adequada ao aparecimento de um eventual caso suspeito do Vírus Ébola em Macau e evitar a sua disseminação, os Serviços de Saúde, o Corpo de Bombeiros, o Corpo de Polícia de Segurança Pública, os Serviços de Alfândega, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água e o Gabinete de Comunicação Social realizaram hoje (dia 22 de Agosto) de Manhã um simulacro do plano de contingência que decorreu no Terminal Marítimo do Porto Exterior e no Centro Hospitalar Conde de São Januário.
Este simulacro serviu para confirmar a capacidade dos serviços competentes nas áreas de despistagem, transporte de doentes suspeitos e medidas de isolamento previstas para evitar a propagação de uma epidemia de Ébola em caso de um eventual aparecimento de um caso importado em Macau.
A simulação consistiu na detecção no posto de inspecção fronteiriço dos Serviços de Saúde instalado no Terminal Marítimo, de um indivíduo de sexo masculino, com 45 anos de idade, portador do passaporte de um dos países onde ocorre um surto de Ébola, que ia entrar em Macau apresentando febre alta:39.ºC. A investigação epidemiológica permitiu apurar que este cidadão tinha estado nos últimos 4 dias num país da África Ocidental onde está a ocorrer uma epidemia de Ébola e que tinha chegado no dia de simulacro ao aeroporto internacional de Hongkong e apanhado o barco desde o aeroporto até Macau.
Uma vez que este indivíduo do sexo masculino tinha viajado até uma das regiões afectadas pela epidemia do Ébola, apresentava sintomas de febre dentro dos últimos 21 dias, condições que se enquadram na definição de caso suspeito de vírus Ébola o mesmo tinha de ser transferido para o Centro Hospitalar Conde São Januário. A mulher, acompanhante de viagem e que não apresentou nenhum sintoma, foi classificada temporariamente como pessoa de próximo contacto. Perante este quadro o agente dos Serviços de Saúde tem de informar de acordo com os procedimentos previstos, a hierarquia, o Corpo de Bombeiros, o Corpo de Polícia de Segurança Pública e os Serviços de Alfândega, activando de imediato uma série de medidas de resposta que visavam efetuar exames profundos no hospital. Este simulacro que demorou cerca de uma hora contou com a participação de 68 trabalhadores e foi considerado um sucesso pelas autoridades presentes. Nos locais onde decorreram as actividades estiveram, a convite dos Serviços de Saúde, presentes observadores de diversas entidades publicas e com experiência na área de controlo de infecções. Entre os quais encontravam-se elementos da Divisão de Sanidade Portuária do Departamento de Saúde de Hong Kong e da Urgência do Hospital de Kiang Wu que puderam aperceber-se das actuais medidas de prevenção e controlo e obter preparação para assegurar a saúde dos cidadãos. Na conferencia de imprensa realizada após o simulacro o Director do CHCSJ, Dr. Chan Wai Sin referiu que o Governo tem estado permanentemente atento à evolução da epidemia de vírus Ébola, realizando da melhor forma os trabalhos de contingência, estabelecidos de acordo com as orientações do Chefe do Executivo que pretende que a segurança e a saúde dos cidadãos de Macau esteja em primeiro lugar. Também salientou que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura tem apoiado todas as decisões que são tomadas. Chan Wai Sin mencionou a propósito dos tratamentos previstos pra combater a Ébola, qua a forma mais adequada, ainda é o ratamento de suporte e que as demais hipóteses que tem sido divulgadas ainda são de carácter experimental, com resultados positivos em animais, mas sem experiências rigorosas no corpo humano. Além de que as informações disponíveis indicam que a quantidade do medicamento experimental existente nos Estados Unidos da América, seja apenas utilizada, nos locais com a maior necessidade. Relativamente ao uso de medicamentos recomendados pelo especialistas de Hong Kong, o diretor do CHCSJ afirmou que estes medicamentos se destinam, ao tratamento de outras doenças tais como infertilidade e cancro de mama, que estes medicamentos existem nos Serviços de saúde com armazenagem convencional. Chan Wai Sin salientou, também, que o CHCSJ possuí instalações adequadas para receber doentes com doenças infecto-contagiosas, nomeadamente através do consultório de urgência especial, que está bem equiparado para avaliação dos doentes de doença infecciosa e ainda a sala de isolamento com uma capacidade de 25 camas equipadas com pressão negativa, podendo ser adicionadas caso seja necessário ainda mais 17 camas de isolamento num curto período. Actualmente, o CHCSJ possui 5 médicos de Infecciologia, e em caso de necessidade, os médicos de outras especialidades podem também participar no tratamento de doenças infecciosas estando todos eles habilitados a lidar com os eventuais casos de doenças infecciosas. Alias, a Comissão de Higiene Hospitalar e Controlo de Infecção do CHCSJ elaborou já as orientações sobre o controlo de infecção no hospital, realizando regularmente formações para os profissionais de saúde, e fiscalizando as situações de execução dos profissionais de saúde na área de controlo de infecção.
De acordo com o Dr. Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, o reagente de teste rápido para vírus Ébola também já existe em Macau, desde o início de Agosto e que os resultados podem ser determinados em cerca de meio-dia. O Chefe de Primeira do Corpo de Bombeiros Dr. Tsang David referiu que para coordenar os trabalhos de prevenção e controlo de vírus Ébola, o Corpo de Bombeiros também já realizou uma série de trabalhos, incluindo o reforço de conhecimento dos agentes de primeira linha sobre o vírus Ébola, o aumento de medição de temperatura corporal e da limpeza e desinfecção da ambulância, entre outros. Além de que quando existe o transporte de casos suspeitos de vírus Ébola os agentes do Centro de Controlo do Corpo de Bombeiros também são protegidos com equipamento de protecção individua e posteriormente, quando regressam ao Quartel os agentes e a ambulância são cuidadosamente desinfectados num Centro de Lavagem para lavagem e desinfecção.
Segundo o Subintendente do Corpo de Polícia de Segurança Pública Dr. Ku Keng Hin, o Corpo de Polícia de Segurança Pública referiu que tem havido uma intensa cooperação com os Serviços de Saúde que desde Julho estão a efetuar avaliações sanitárias e vigilância aos visitantes de Macau que sejam portadores do passaporte de Guiné Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. Quando estas pessoas entram em Macau, o Corpo de Polícia de Segurança Pública transfere-as para o Posto de Inspecção Fronteiriço dos Serviços de Saúde para que seja efetuado um exame preliminar. O Corpo de Polícia de Segurança Pública continuará a prestar coordenação nas medidas dos Serviços de Saúde para a prevenção e controlo de vírus Ébola.
Estiveram presentes na conferência de imprensa o Dr. Ku Keng Hin, Subintendente do Corpo de Polícia de Segurança Pública, o Dr. Lei Weng Hong, Chefe substituto da Divisão de Fiscalização Alfandegária dos Serviços de Alfândega e a Dra. Lei Man Kei, Chefe substituto da Divisão de Assuntos Portuários da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água.
5 indivíduos que entraram no território proveniente das zonas de risco não necessitaram de vigilância sanitária. Os Serviços de Saúde, registaram, em colaboração com a PSP nas últimas 24 horas - entre as 17:00 horas da quinta-feira (21 de Agosto) e as 17:00 horas da sexta-feira (22 de Agosto) - a entrada no território da RAEM de 5 indivíduos provenientes da Guiné Conacri, da Libéria, de Serra Leoa e da Nigéria. Depois da avaliação de saúde efectuada a estes indivíduos, verificou-se que 4 indivíduos não apresentavam sintomas relacionados com contaminação com o vírus Ébola, mas um destes indivíduos apresentou sintomas de febre. No entanto porque todos eles estavam permanecer na China por um período superior a 21 dias (período máximo de incubação do vírus Ébola) não necessitaram de ser submetidos a vigilância sanitária. Desde a implementação das medidas, até 17:00 horas do dia 22 de Agosto, entraram em Macau 142 indivíduos provenientes destes 4 países. Excepto um indivíduo que teve de ser vigiado telefonicamente, nenhum dos outros teve necessidade de ser acompanhado pelo Serviços de Saúde.