No intuito de optimizar o sistema de transportes públicos de Macau, elevar a capacidade de recepção e transporte de turistas no Território, bem como de promover a integração com as regiões do Delta do Rio das Pérolas, o Governo da R.A.E.M. realizou estudos sobre a introdução do sistema de Metro Ligeiro, esperando que possa responder ao crescimento da procura dos serviços de transportes públicos face ao rápido desenvolvimento social e económico.
O Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas procedeu a uma análise mais minuciosa dos relatórios de estudo de viabilidade feitos no passado pelas empresas de consultadoria, integrando o conjunto das opiniões e sugestões diversas dos vários sectores da sociedade e do público durante o processo de consulta nas diferentes fases, tendo elaborado um projecto de estudo mais aprofundado do sistema de Metro Ligeiro através de uma avaliação in-loco e completa efectuada nos locais previstos para a sua localização, com base no enquadramento concreto da cidade de Macau.
Considerando os factores diferentes da técnica de execução dos trabalhos, custo de construção, prazo, impactos devido à execução da obra, direito de propriedade privada, entre outras questões, neste projecto de estudo mais aprofundado propôe-se a introdução do sistema de Metro Ligeiro elevado. Por comparação com a modalidade do sistema em túnel subterrâneo, o sistema de Metro Ligeiro elevado caracteriza-se pelas vantagens que possui nas técnicas mais simples e de menor complexidade a nível de construção, o prazo mais curto para a execução dos trabalhos, custos mais baixos a nível de construção e de operação, com menor influência e perturbações no trânsito viário, no dia-a-dia da população, do sector comercial, etc. Sendo Macau uma cidade já com muitos anos de desenvolvimento urbano, existe uma situação relativamente complexa nas redes de infra-estruturas subterrâneas nalguns bairros urbanos, sobretudo a nível cadastral, o que poderá provocar situações imprevistas nos processos das obras em escavação sob os pavimentos. Além disso, a construção em túnel ao longo de parte do traçado do sistema de Metro Ligeiro poderá também levantar questões relacionadas com o direito de propriedade privada, pelo que este aspecto será também um dos factores a considerar de forma adequada.
Face ao sistema de Metro Ligeiro elevado agora proposto, o projecto terá vantagens em termos de adequabilidade funcional, segurança, protecção do ambiente, facilidade, rapidez, etc. Na selecção de traçados recomendados para a sua primeira fase de execução, o G.D.I. considerou principalmente os factores de: localização de postos fronteiriços principais, distribuição demográfica habitacionais e ocupacionais, procura dos turistas bem como a viabilidade construtiva no enquadramento urbano local. Relativamente às estações, a área de captação de passageiros considerada para cada estação é de 300 a 500 metros.
O comprimento do traçado a executar na primeira fase será de 22 quilómetros, de circulação de comboios em dois sentidos (via dupla), das Portas do Cerco até à Taipa com atravessamento na Ponte de Sai Van, com bifurcação na Taipa que permite ligações ao Aeroporto Internacional de Macau e Terminal Marítimo do Pac On e a Cotai, tendo no total 26 estações ao longo do traçado. Prevêm-se 19 horas de operação por dia, podendo a cadência de comboios ser, nas horas de ponta, de 3 minutos, e de 3 a 6 minutos fora das horas de ponta. Quando operação for feita com duas unidades duplas (4 veículos), o máximo volume de transporte será de cerca de 8 000 passageiros por hora e por direcção. Estão previstas também articulações deste sistema com os outros meios de transporte públicos através de interfaces nas principais estações, procurando desta forma coordenar e melhorar o serviço oferecido pela rede de transportes públicos nas diversas zonas da cidade.
Para além do traçado ora proposto para a primeira fase, o G.D.I. vai continuar o desenvolvimento dos estudos para os seguintes traçados: a Linha da Peninsula de Macau pelo Porto Interior, Ribeira de Patane, ligando as Portas do Cerco à Barra; a linha de ligação no interior da peninsula entre o este e oeste; a Linha da Ilha da Taipa. O G.D.I. vai iniciar os trabalhos de consulta pública no mês de Novembro, e o processo de auscultação terá um prazo de 4 meses. Estão programadas sessões de apresentação a diversos sectores da sociedade local, a realização de uma exposição pública em diversas zonas da cidade e, ao mesmo tempo, será realizado um inquérito conduzido por grupos académicos de Macau, procurando assim recolher a opinião do público.