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XXIV Festival Internacional de Música de Macau encerra no Domingo com a famosa ópera Il trovatore de Verdi


A 24ª edição do Festival Internacional de Música de Macau, organizada pelo Instituto Cultural, encerra no próximo Domingo, dia 7 de Novembro, no Grande auuditório do Centro Cultural de Macau, pelas 20 horas, com a terceira representação da ópera Il trovatore de Giuseppe Verdi, co-produzida pela Opera Australia e pelo Instituto Cultural, a qual conta com a participação da Orquestra de Macau, dirigida pelo seu Director Artístico e Maestro Principal Lü Jia, do Coro do Teatro Nacional da Eslováquia e de um elenco de classe mundial. A ópera II trovatore, baseada na peça El trovador de Antonio Gutiérrez, é passada durante uma Guerra Civil espanhola que teve lugar no século XV. A Espanha tinha-se libertado do regime mouro (711-1492). Durante a Reconquista e recristianização que se seguiu, a Inquisição da Igreja Católica perseguiu inicialmente os restantes muçulmanos e judeus e depois mulheres acusadas de feitiçaria e qualquer pessoa que se atrevesse a duvidar do poder totalitário e da infalibilidade do Clero. As colónias de Espanha, particularmente as da América Latina, eram impiedosamente roubadas da sua riqueza. As culturas índias eram extintas e incontáveis vidas eram ceifadas. II trovatore foi estreada em Janeiro de 1853, menos de cinco anos depois das revoluções de 1848-49, nas quais os austríacos foram temporariamente expulsos da Itália do norte e central. Estes incidentes constituíram importantes convulsões sociais naquele período da história política e social da Itália. Verdi era um patriota apaixonado e a sua música desempenhava um papel importante na reunificação do seu país. Os seus sentimentos não se confinavam a uma ou duas das suas óperas mas estão presentes em toda a sua obra, retratando o seu ódio pela opressão. Verdi teve que situar as suas óperas em tempos e locais remotos para poder dizer o que queria sobre o seu próprio tempo e lugar. Enquanto muitas das suas óperas antes de Il trovatore indicam a possibilidade de uma Itália que ressuscita, com esta história deprimente, Verdi abandona a esperança e deixa-se invadir pelo desespero – não faz sentido a luta e o sofrimento humano. Com Il trovatore, Verdi espelha bem o credo de Iago – “Após a morte, não existe nada”. Quando a ópera apareceu nos palcos, Verdi escreveu: “As pessoas dizem que é muito triste, que há demasiadas mortes nela. Mas a morte é tudo o que há para além da vida. O que mais há?” A opinião da encenadora, Elke Neidhardt, Il trovatore deve ser apresentada num contexto político. A situação política é a base dos conflitos retratados no libreto. Se tornarmos esta situação relevante para os públicos modernos usando o paralelo estreito entre os conflitos sociais e políticos da ópera e a mais recente Guerra Civil de Espanha (1936-38), poderemos talvez escapar às paródias operáticas a que esta obra tem sido sujeita. Embora se diga que Verdi se divertia com elas, não pode haver dúvidas que hoje em dia os encenadores e designers têm que encontrar mais do que mero melodrama a fim de fazer justiça à música desta ópera. Este favorito do público, no qual a acção é impelida por um irresistível fluxo de melodias, inclui um êxito atrás do outro. O destino e o desejo, temas favoritos de Verdi, são tecidos através desta história de suspense sobre um conde corrupto, um oficial impetuoso e uma cigana que planeia vingar a morte injusta da sua mãe. Com uma encenação inovadora de Elke Neidhardt e uma impressionante cenografia, esta produção de Il trovatore promete um serão a não perder! Os bilhetes encontram-se à venda na Rede Kong Seng, aos preços de 400, 300, 200 e 100 patacas. Para mais informações é favor contactar a linha directa de informações do FIMM através do tel. Nº 8399 6699 ou do email fimm@icm.gov.mo. Reservas: www.macauticket.com