Os Serviços de Saúde foram notificados, na sexta-feira (dia 1 de Agosto), de um (1) caso de febre chikungunya. Após a investigação, verificou-se que este caso está relacionado com o caso notificado pelo Interior da China, de um trabalhador da Zona A dos Novos Aterros, e foi diagnosticado em Macau, sendo classificado o primeiro caso local de febre chikungunya no corrente ano.
O caso foi detectado num homem de 34 anos de idade, residente de Macau, no Bloco 8 do Edifício Jardim Kong Fok On, sito na Rua Central da Areia Preta, o trabalhador do estaleiro da Zona A dos Novos Aterros. No dia 27 de Julho, o doente manifestou dores de garganta, sem febre ou dores nas articulações, tendo sido submetido ao teste de febre chikungunya no mesmo dia, cujo resultado foi negativo.
O doente com sintomas persistentes manifestou erupções cutâneas nos membros superiores e inferiores e no peito no dia 1 de Agosto, tendo recorrido de imediato ao Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ). Após o exame laboratorial realizado pelo Laboratório de Saúde Pública, verificou-se que este doente foi portador de vírus positivo de chikungunya. O estado clínico de doente é considerado estável e encontra-se internado no CHCSJ para terapia em isolamento.
De acordo com o historial de viagem de doente, o tempo de apresentação de sintomas e o resultado laboratorial, este caso foi classificado como o primeiro caso local de febre chikungunya, sendo a mesma fonte de infecção associada aos trabalhadores da Zona A dos Novos Aterros Urbanos notificados anteriormente pelo Interior da China.
O local de trabalho de doente é um estaleiro situado na Zona A dos Novos Aterros Urbanos, e tendo em conta que o Interior da China notificou nos últimos dias que vários trabalhadores desse estaleiro, com residências em Zhuhai, foram confirmados casos de febre chikungunya em Zhuhai. Recentemente, os Serviços de Saúde realizaram uma reunião de coordenação interdepartamental e criaram um grupo conjunto de prevenção e controlo nos estaleiros de construção civil, que nesta semana, os membros deste grupo, em conjunto com os empreiteiros da Zona A, procedem diariamente à inspecção da água estagnada e da fonte de proliferação de mosquitos nos estaleiros de obras desta Zona, e concentram na execução dos trabalhos de prevenção e controlo de estaleiros envolvidos e de estaleiros adjacentes, com disponibilização in loco de orientações técnicas e feedback sobre a eliminação de mosquitos, no sentido de assegurar a implementação das diversas medidas preventivas de mosquitos. O estaleiro em causa foi suspenso e reordenado em 30 de Julho, e as obras só podem ser retomadas após a reverificação da melhoria do ambiente.
Os Serviços de Saúde irão enviar pessoal para eliminar os mosquitos nas zonas perto da residência deste doente (Rua Central da Areia Preta, Edifício Jardim Kong Fok On), enquanto o Instituto para os Assuntos Municipais irá proceder à eliminação química de mosquitos nas instalações municipais daquelas zonas, tais como jardins. Além disso, os Serviços de Saúde irão reforçar a inspecção de fontes de proliferação de mosquitos nas zonas, a fim de reduzir e erradicar a sua propagação; instalar tendas junto da residência deste doente para sensibilizar os residentes, sobre eliminação da água estagnada no domicílio e aplicação de medidas preventivas de mosquitos, e organizar análises sanguíneas às pessoas com sintomas suspeitos, entre outros.
A febre chikungunya (Chikungunya fever) é uma doença viral, transmitida por mosquitos do género Aedes, principalmente os das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus. As manifestações clínicas, a forma de transmissão e os métodos de prevenção e controlo da doença são semelhantes às da febre de dengue. O período de incubação é geralmente de três (3) a sete (7) dias, podendo variar entre um (1) e doze (12) dias, e as principais manifestações são febre, dores intensas nas articulações. Os outros sintomas comuns incluem dor muscular, dor de cabeça, náuseas, fadiga e erupção cutânea, os sintomas são ligeiros e duram alguns dias. São raros os casos graves e mortais, mas as dores nas articulações podem afectar gravemente a actividade individual e persistir durante várias semanas ou mesmo meses, sendo o tratamento sintomático o principal método.
Os Serviços de Saúde salientam que a febre chikungunya é transmitida por picadas de mosquitos Aedes Albopictus portadores de vírus, e não se transmite directamente de pessoa a pessoa. A eliminação da fonte de proliferação é a medida preventiva mais eficaz, pelo que apelam ao público para reforçar a eliminação da água estagnada, com a meta de impedir a proliferação de mosquitos.
Além disso, Macau já está na época de risco de disseminação de doenças pelo mosquito Aedes Albopictus, pelo que, mais uma vez, apela-se ao público que devem manter atenção à prevenção e o controlo conjunto de doenças transmitidas por mosquitos, nomeadamente, a febre de dengue e a febre chikungunya, através das “três medidas preventivas”:
- Prevenir a proliferação de mosquitos no domicílio: Elimine regularmente águas estagnadas no ambiente circundante aos locais de trabalho e ao domicílio, a fim de erradicar a proliferação de mosquitos e de larvas;
- Impedir a entrada de mosquitos: Utilize redes mosquiteiras nas janelas, nas camas, ou ligue o ar condicionado, entre outras medidas, para reduzir a possibilidade de serem picados por mosquitos;
- Proteger-se contra picadas ao ar livre: Ao realizar actividades no exterior, é melhor vestir roupas com mangas compridas e calças compridas, preferencialmente de cores claras e aplicar repelente de mosquitos nas partes expostas da pele ou na roupa, de forma a evitar picadas.
Em caso de apresentarem sintomas de febre, dores articulares e erupções cutâneas, os residentes devem recorrer de imediato ao médico e informá-lo do local de residência ou história de viagem. Os médicos devem proceder atempadamente ao teste aos doentes suspeitos de febre de chikungunya e à notificação. O Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde proporciona o teste de febre chikungunya. Para mais informações, os residentes podem ligar para a linha de doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde n.º 2870 0800 ou consultar as informações sobre doenças transmissíveis na página electrónica dos Serviços de Saúde (https://www.ssm.gov.mo/csr).