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Os Serviços de Saúde averiguam em conjunto com outros Serviços Públicos o caso de intoxicação por monóxido de carbono


O Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário notificou dois casos de intoxicação por monóxido de carbono, em três pessoas oriundas da China Continental. O Centro de Prevenção e Controlo da Doença encontra-se a averiguar e a diligenciar conjuntamente com a Direcção dos Serviços de Turismo, Corpo de Bombeiros, Corpo de Polícia de Segurança Pública, Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Instituto de Assuntos Cívicos e Municipais e Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental sobre estes casos.
O primeiro caso diz respeito a um casal de meia idade proveniente da China Continental. O casal estava alojado na Pensão Ka Va, sita na Calçada de S. João, no dia 15. Durante a tarde do dia 16, o marido ao acordar sentiu tonturas e fatiga e detectou que a mulher estava inconsciente. De imediato chamou uma ambulância e recorreu ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Na sequência de análises laboratoriais realizadas, foi constatado que o HBCO contido no sangue do casal tinha atingido 37% e 38% respectivamente, e foi-lhes diagnosticada uma intoxicação média por monóxido de carbono. Na sequência da terapia hiperbárica e outros tratamentos administrados, o estado de saúde do marido melhorou, tendo este solicitado alta. Quanto à mulher, o seu estado de saúde é estável e a mesma encontra-se em observação no Serviço de Urgência. O Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde após ter sido notificado sobre o caso, procedeu a averiguação em conjunto com diversos serviços públicos, como a Direcção dos Serviços de Turismo e Corpo de Bombeiros, entre outros, na Pensão em causa. De acordo com a situação preliminar, o esquentador a gás está montado na casa de banho do quarto e é de tipo chaminé (exaustor natural). Contudo, dispõe das adequadas instalações de exaustão de ar e de ventilação, razão pela qual não é possível confirmar a causa de intoxicação por monóxido de carbono. O segundo caso respeita a uma senhora jovem, oriunda da China Continental, a qual afirmou estar alojada numa fracção autónoma do Edifício Hung On Torre III, ZAPE. Ao anoitecer do dia 18, a família da senhora detectou que a mesma estava em estado de coma no banho, e chamou directamente a ambulância, tendo recorrido ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar de São Januário. Na sequência de análises laboratoriais, foi constatado que o HBCO contido no sangue da doente atingiu 40%, tendo-lhe sido diagnosticada uma intoxicação média de monóxido de carbono. Posteriormente, a família da doente solicitou a sua transferência para o Hospital Kiang Wu. A mesma registou melhorias após ter sida submetida a terapia hiperbárica e teve alta no dia 20. O Centro de Prevenção e Controlo da Doença após ter sido notificado, procedeu a uma averiguação in loco conjuntamente com diversos serviços públicos, como a Direcção dos Serviços de Turismo, Corpo de Bombeiros, Corpo de Polícia de Segurança Pública e Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte, entre outros. De acordo com os indícios existentes, pode tratar-se de uma situação de hospedagem ilegal, tendo havido uma recusa de abertura da porta aos elementos encarregados da averiguação. Então, a Autoridade Sanitária forçou a entrada, com base na eventual existência de factores prejudiciais à saúde dos moradores. Foi detectado que a casa de banho da fracção autónoma dispunha de um esquentador a gás, de tipo chaminé, inadequadamente montado. Face a isto, a Autoridade Sanitária de imediato alertou as pessoas presentes, bem como afixou um documento para informar o proprietário da fracção autónoma da necessidade de impedir a utilização das instalações inseguras pelo público. A Direcção dos Serviços de Turismo vai acompanhar o caso que envolve, eventualmente, uma questão de hospedagem ilegal. Os Serviços de Saúde salientam que a utilização do esquentador de gás, tipo chaminé, dispõe de grave risco para a saúde. A utilização do esquentador a gás, de tipo chaminé, em instalações interiores, em caso de ventilação insuficiente e de tempo de utilização longo (mais de 5 minutos), pode produzir monóxido de carbono. Monóxido de carborno é um gás incolor, inodoro, insípido, que pode, de imediato, levar a pessoa a ficar em estado de coma e até causar a morte. Assim, os Serviços de Saúde apelam aos hotéis e às pensões para adoptarem equipamentos de água quente com maior grau de segurança, como esquentador térmico, esquentador de tipo compacto ou ventilador, bem como assegurarem uma ventilação eficaz nos quartos. Os turistas não se devem alojar em estabelecimentos de hospedagem ilegal, e os cidadãos, caso utilizem esquentador a gás, devem escolher um esquentador de tipo compacto ou chaminé (exaustor de ar mecânico) e não um esquentador a gás de tipo sem chaminé e, durante a sua utilização, devem assegurar uma boa ventilação. Os esquentadores a gás classificam-se em três tipos:
1. Tipo compacto
Dispõe de boca de entrada e de saída de ar para fora das instalações, o aparelho é fechado, e não queima o ar do interior durante a combustão. Também não drena ar residual no interior, e é altamente seguro. 2. Tipo chaminé
Dispõe de conduta para drenar o ar residual para fora das instalações, contudo, não tendo boca de entrada, vai queimar o ar do interior durante a combustão, existindo a drenagem de ar residual no interior durante o seu funcionamento normal. Podem ter instalações adicionais (ventoinha) para ajudar a drenagem de ar residual, e são classificados de exaustor de ar mecânico e exaustor natural, sendo o primeiro o mais seguro. 3. Tipo sem chaminé Não dispõe de boca de entrada, nem conduta de ar residual, e no caso de utilização do mesmo nas instalações interiores vai queimar o ar do interior durante a combustão, existindo a drenagem de ar residual no interior. Este equipamento é inseguro. (Observação: Foi proibida sucessivamente a utilização de esquentadores de tipo 3 e de tipo 2 em Hong Kong, por isso a montagem de novo esquentador deve ser de tipo 1. Os esquentadores do tipo 2 e do tipo 3 ainda podem ser utilizados nas cozinhas e fora das instalações.)