Com a entrada em funcionamento do novo modelo dos serviços dos autocarros do dia um de Agosto no ano passado, chegou ao fim a concessão, dos serviços dos autocarros públicos em Macau, que durou mais de 20 anos. Os serviços do transporte público tornou-se num modelo de funcionamento com orientação do Governo, permitindo, assim, a aplicação mais flexível de várias reformas, e a gradual concretização da ideia "primazia dos transportes públicos". Um ano após o arranque do novo modelo, há aumentos nos quilómetros percorridos, na frequência, e no número de passageiros. Entretanto, os serviços dos autocarros enfrentam grandes desafios, e estes exigem ao Governo o contínuo desempenho para, além de aperfeiçoar, passo a passo, a rede dos trajectos e as paragens, como também, rever as deficiências surgidas no processo de transição, fazendo com que o transporte público em geral possa responder às necessidades da população. Os autocarros transportam mais de 400 mil passageiros por dia e a frequência mensal há um aumento de 36 por cento O serviço público de autocarros em Macau entrou numa nova fase e começou a "funcionar de forma mercantil com orientação do Governo", a partir de 1 de Agosto de 2011. Sob o novo modelo, o número de operadoras passaram de duas para três, e o número de carreiras, de 59 para 62. Houve, também, mais veículos de serviço e condutores. Em Julho de 2011, foram 543 autocarros e 566 condutores. Em Junho do corrente ano, estes números aumentaram, para 672 e 1.019, respectivamente. O aspecto mais importante é que, com o rápido desenvolvimento do território, a procura para o transporte público sobe em flecha. O número crescente de passageiros está acompanhado pelos aumentos significativos de quilómetros percorridos e de frequência, a fim de satisfazer as necessidades de deslocação da população. De acordo com as estatísticas, desde o arranque do novo modelo, em Agosto de 2011, até Junho do corrente ano, a quilometragem média mensal foi de 3.207.138 km, um aumento de mais de 37% em comparação com a de 2.334.629 km entre Agosto de 2010 e Junho de 2011, quando o novo modelo ainda não entrou em funcionamento. Quanto à frequência, entre Agosto de 2011 e Junho de 2012, houve, em média, 250.335 partidas por mês, um acréscimo de mais de 36% face às 183.125 partidas entre Agosto de 2010 e Junho de 2011. Em termos do número de passageiros, o aumento foi mais de 11%, ou seja, de 10.837.770, entre Agosto de 2010 e Junho de 2011, para 12.064.354, entre Agosto de 2011 e Junho de 2012. O começo do novo modelo traz também o alargamento do programa de correspondência. O número médio mensal de passageiros aproveitando as correspondências foram 582.758, entre Agosto de 2010 e Junho de 2011. Entre Agosto de 2011 e Fevereiro do corrente ano, este número já atingiu os 1.324.219, o que representou um aumento de 127%. Os dados acima referidos indicam que, após o início do novo modelo dos serviços dos autocarros, mediante o acréscimo apropriado dos autocarros e da frequência, bem como, o alargamento dos serviços de correspondência, o número de pessoas optando pelos autocarros como meio de transporte tem aumentado, e que, alguns dos objectivos da reforma dos serviços dos autocarros, foram atingidos. Melhoramento gradual dos serviços mediante ajustamento de trajectos e aperfeiçoamento de instalações O novo modelo permite ao Governo orientar os ajustamentos dos trajectos e das paragens, aplicando, com mais flexibilidade, medidas conforme as necessidades actuais. Exemplos destas medidas incluíram, os desvios e separações dos trajectos dos autocarros passando pelas avenidas D. João IV e Infante D. Henrique, no centro da cidade; o lançamento do plano de desvio dos trajectos servindo a zona da Avenida de Horta e Costa; a separação das escalas feitas ao longo da Rua do Campo; o ajustamento dos trajectos dos autocarros nocturnos, etc. Relativamente ao último, foi efectuado alargamento da sua cobertura, ou seja, os trajectos nocturnos estendem-se da península de Macau, até às ilhas da Taipa e de Coloane, satisfazendo, desta forma, as necessidades de deslocação de moradores de diferentes zonas. O Governa empenha-se, também, no aperfeiçoamento do ambiente de espera pelo transporte público. Para alcançar este objectivo, foram instalados abrigos de novo desenho, em funcionamento experimental, na Rua da Ponte Negra e na Rua de Bragança, na Taipa. Além disso, foram afixados, no terminal de autocarros das Portas do Cerco, avisos para encorajar a formação de fila de espera. Fazer revisões das insuficiências e exigir às três operadoras concretas melhorias nos seus serviços É verdade que o crescente número de veículos a motor, e o arranque de várias obras viárias têm contribuído para as complicações na rodovia. Estes, em conjunto com a questão de recursos humanos do sector de condutores profissionais, e a de compatibilidade, durante o período de transição, do antigo para o novo modelo, são todos desafios para os novos serviços dos autocarros. A questão que desperta mais atenção é a de segurança. De acordo com as estatísticas da polícia, entre Janeiro e Maio de 2012, foram registados 595 acidentes rodoviárias envolvidos com os autocarros públicos, dos quais 335 cuja responsabilidade cabem às três operadoras. As suas causas incluíram, avarias dos componentes, colisão ligeira com outro veículo, colisão causado pelo próprio autocarro, embate contra obstáculo durante a marcha, etc. Estes dados significam que as operadoras precisam de aumentar a segurança de circulação. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), enquanto entidade fiscalizadora, vai exigir, com toda a seriedade, às operadoras a concretização de medidas para dar mais segurança à operação e aos trabalhos dos condutores. Medidas como o reforço de formação aos condutores, a revisão das causas dos acidentes, a intensificação da gestão da segurança operacional, etc., a fim de fazer mais segura a circulação dos autocarros. Para melhor fiscalizar a operação das empresas dos autocarros, a DSAT já lançou o estabelecimento de um mecanismo de avaliação, e tem planos de usar, como os quatro indicadores e direcções de avaliação do mecanismo: frequência e qualidade de serviço; equipamento e segurança dos veículos; comportamento e atitude dos condutores; condições de operação e gestão das operadoras. A DSAT tenciona, tanto quanto possível, quantificar a qualidade dos serviços em geral prestados pelas três operadoras, mostrar a situação real ao público, e aumentar a transparência da fiscalização. Ao mesmo tempo, com a participação pública, torna as ideias subjectivas, do grupo de utentes, em indicadores objectivos, obtendo desta forma dados quantificados, e construindo, no final, um mecanismo de "prémio-multa" com efeitos de encorajamento e dissuasão. É de enfatizar que o novo modelo é apenas um passo inicial. Para realizar a elevação dos serviços dos autocarros, na sua totalidade, é necessária a coordenação de vários trabalhos, incluindo, o contínuo aperfeiçoamento da actual rede de trajectos dos autocarros; a disposição das paragens e suas instalações; o melhoramento da situação rodoviária, etc. De momento, o Governo, além de continuar com o melhoramento da disposição das paragens actuais e suas instalações, o que, com o objectivo de encurtar o tempo de viagem, inclui a implementação de desvio em paragens com as exigidas condições; também vai continuar com planeamentos e estudos sobre o aperfeiçoamento e a renovação da rede dos trajectos. Em articulação com a conclusão e a entrada em funcionamento dos grandes empreendimentos, da habitação social (incluindo o Edf. do Lago, na Taipa, e o Edf. Koi Nga, em Coloane), e do campus da Universidade de Macau na Ilha de Hengqin, serão criados mais serviços "express" para transportar, rapidamente, os passageiros de uma para outra paragem principal. Estes serviços "express" serão ligados à rede de trajectos mediante os serviços de correspondência, reforçando, deste modo, a capacidade de ligação dos serviços dos transportes públicos. A DSAT já encomendou uma empresa consultadoria para realizar estudos aprofundados sobre a rede de trajectos dos autocarros de Macau, com o objectivo de obter sugestões e análises científicas, com ênfase nos trajectos após a entrada em funcionamento do metro ligeiro, estabelecendo, deste modo, uma boa base para a futura rede de transportes públicos terrestres em geral.