Foi divulgado hoje (22 de Dezembro) a segunda fase de investigação da qualidade de vida da população de Macau’ 2006, dirigida pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e efectuada conjuntamente por especialistas de Hong Kong e de Macau. De acordo com os resultados, as estratégias políticas em geral do governo correspondem aos interesses da maioria dos residentes, todavia, com a liberalização do jogo e o processo de desenvolvimento económico acelerado, as diferentes preocupações sociais escondidas começam a emergir, aguardando que as autoridades possam tomar medidas adequadas à realidade da sociedade de Macau. O director do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade de Hong Kong (Centre of Asian Studies of Hong Kong University), Wong Siu-lun, responsável pelo estudo anunciou os resultados do mesmo em conferência de imprensa. A investigação da segunda fase é composta por duas partes importantes, a primeira parte diz respeito ao inquérito via telefone que incluiu cinco temas, designadamente, o desequilíbrio entre ricos e pobres, actividades do jogo, participação na sociedade, ambiente em que se vive e bem-estar individual, com o objectivo de recolher o sentimento e expectativas da população de Macau. Por sua vez, a segunda parte do estudo integrou a recolha de dados de índice objectivo, a fim de calcular “o índice geral de qualidade de vida dos residentes de Macau” e o “índice de qualidade de vida dos residentes de Macau nas diferentes zonas” para que se possa obter dados sobre o comportamento e das mudanças. O Professor Wong Siu-lun referiu, na ocasião, que depois de análises preliminares efectuadas pelo grupo envolvido no estudo, que a maioria dos inquiridos (residentes de Macau) mostrou uma atitude empenhada e positiva sobre o nível de satisfação da qualidade de vida no passado, no presente e no futuro, e mais de 90 por cento dos inquiridos considerou-se elemento integrante da sociedade de Macau. Relativamente ao desequilíbrio entre ricos e pobres, verificou-se que a média mensal de salário auferido por agregado familiar é de 14.828 patacas e a respectiva mediana é de 10.000 patacas, registando-se um ligeiro aumento comparativamente ao estudo base efectuado em 2005, o que demonstra que o vencimento melhorou. Contudo, verificou-se que 17,5 por cento dos agregados familiares vivem num ambiente relativamente pobre, mostrando que os passos e a eficácia das medidas tomadas para acabar com a pobreza está aquém das expectativas. Por outro lado, o resultado do estudo demonstra que são grandes as expectativas da população para o futuro. Quanto às actividades do jogo constatou-se que mais de metade dos inquiridos mostrou-se satisfeita com a direcção do desenvolvimento deste sector e considerou que esta política de grande envergadura pode melhorar no geral o nível de qualidade de vida. Todavia, parte dos inquiridos considerou, no que diz respeito à fiscalização dos estabelecimentos de entretenimento, que o governo tem ainda muito para melhorar. Relativamente à participação na sociedade, verificou-se que apesar de existir a designação “uma sociedade de associações”, a percentagem de participação social não é tão elevada como se esperava, e apenas menos de 10 por cento dos inquiridos afirmou participar com frequência em actividades sociais, demonstrando que tanto a qualidade como a capacidade de organização deste género de actividades precisa de ser melhorada. Ainda segundo o estudo, a situação geral da sociedade de Macau é bastante positiva, como os inquiridos manifestaram não só uma satisfação relativa a nível individual e familiar, como também optimismo e reconhecimento sobre as bases e orientações do desenvolvimento geral da sociedade local, o que demonstra que no geral as políticas do governo correspondem aos interesses da maior parte da população. Entretanto, a fim de promover o estudo de qualidade de vida da população como um sistema, uma ciência e norma e para que o governo possa agarrar suficientes e de forma plena todos “os pulsos” da sociedade, o Centro de Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Sustentável vai continuar a encomendar ao Centro de Estudos Asiáticos da Universidade de Hong Kong e ao Centro de Investigação da Ásia e Pacífico da Universidade Chinesa de Hong Kong, sob as bases dos estudos efectuados na Fase I (2005) e Fase II (2006) de investigação sobre a qualidade de vida da população de Macau, o plano de estudo da Fase III (2007). Concomitantemente, a fim de melhorar o aproveitamento e ser fiel às opiniões da população, o grupo envolvido no estudo irá proceder, no próximo ano, a um segundo inquérito bastante abrangente junto da população de Macau, que irá contribuir para melhorar o quadro de índice de qualidade de vida, bem como fazer com os resultados do estudo se aproximem à realidade de Macau.
