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Relatório das LAG para o Ano Financeiro de 2007 (TERCEIRA PARTE (IV) )


TERCEIRA PARTE – CORAGEM PARA ASSUMIR A MUDANÇA E COMPROMETIMENTO SOLIDÁRIO – ANÁLISE DE TEMAS ESPECÍFICOS 7. Desenvolvimento da Educação e Cultura
No domínio da educação, teremos sempre presente nos nossos trabalhos as noções de padronização e diversificação, em reposta às necessidades do sector educativo. O Governo irá impulsionar a reforma do sistema educativo no sentido de apetrechar as escolas com os recursos de alta qualidade de que precisam face à presente conjuntura social. Elas devem elevar a qualidade do ensino. O ambiente social em que todos estamos a viver tende a valorizar os conceitos de mercado e competitividade no desenvolvimento das actividades educativas. A filosofia predominante da sociedade coloca a ênfase no papel insubstituível de articulação entre os diversos agentes: as escolas, os pais, os professores e os alunos. Iremos divulgar melhor a noção de autonomia pedagógica, no sentido de promover a competitividade das escolas, explorar as potencialidades não evidentes e aproveitar as vantagens intrínsecas. Não nos contentamos em limitar apenas o volume de trabalho dos professores segundo critérios racionais. Queremos promover activamente a dignificação das funções de professor e a elevação do seu estatuto social, para que eles possam fazer uso dos seus dotes naturais para transmitir conhecimentos aos estudantes. Iremos assimilar os modelos pedagógicos e experiências de outros países mais avançados para despertar o interesse dos alunos pela aprendizagem. É nossa obrigação estimular a curiosidade intelectual dos estudantes e revelar as suas potencialidades, trabalhando para que o interesse pela aprendizagem contínua se estenda das escolas até à sociedade. Iremos difundir métodos para ensinar aos estudantes universitários abordagens mais eficazes para a absorção de conhecimentos e treiná-los a adquirir capacidade de raciocínio abstracto e de integração de saberes. Devem também ter um espírito crítico fundamentado numa postura científica de dúvida metódica para que saibam utilizar a sua criatividade em todas as áreas em que pretendam intervir. Queremos promover um ensino multifacetado para que os estudantes adquiram capacidades polivalentes e ganhem uma visão mais alargada, no sentido de dotá-los com os instrumentos intelectuais necessários para dar um conteúdo prático aos saberes de diferentes disciplinas científicas. Queremos que eles sejam uma elite de vanguarda da comunidade intelectual. Queremos generalizar a noção de aprendizagem por gosto e estudar apenas por curiosidade intelectual. Apoiamos a manutenção de cursos e disciplinas de menor acolhimento público, porque eles podem deter um valor estratégico inestimável. Queremos assegurar um desenvolvimento equilibrado entre a vertente de ensino virado para o mercado e a vertente de ensino virado para o saber desinteressado. O nosso objectivo é a construção de um sistema de conhecimentos e de educação moderno e saudável. As instituições do ensino superior e do ensino não-superior têm a obrigação de oferecer aos estudantes uma educação completa que valorize a concorrência e a colaboração. Queremos criar condições para que os jovens que manifestem capacidades de liderança possam evidenciar os seus talentos ainda na fase estudantil. Para o próximo ano, o Governo irá dedicar todas as suas energias para a materialização do objectivo estratégico de estender a gratuidade a todo o ensino não-superior, continuando a executar as medidas necessárias para este fim. Iremos definir uma solução viável, dentro da maior brevidade, para o cumprimento desta missão histórica de grande alcance, em data não posterior a 2009. Iremos dar ênfase às vertentes de generalização e especialização no desenvolvimento das actividades pedagógicas, científicas, culturais e artísticas. Iremos difundir a importância do interesse e gosto pela leitura de obras populares, mas também queremos despertar o interesse do público para a leitura de obras clássicas dos grandes autores da literatura mundial. Iremos promover mais recensões de livros e a troca de experiências de leitura. Iremos continuar a promover a organização de concursos e actividades juvenis sobre temas científicos, que tanto sucesso tem tido nos últimos anos, para despertar o interesse dos jovens e da população em geral pelo conhecimento da Ciência, fomentando um ambiente social que valorize o espírito científico e a racionalidade. Incentivamos a alteração do modelo de organização de seminários e conferências por forma a estimular o debate e o confronto de ideias, com vista a despertar o interesse intelectual da população. Iremos promover actividades culturais de organização espontânea que não se conformam com modelos pré-estabelecidos, para fomentar um ambiente social propício à discussão de problemas e ao intercâmbio de conceitos. Iremos oferecer oportunidades para que pensadores com ideias originais e de elevado prestígio intelectual possam ter um fórum para expor as suas teorias. Queremos também estimular a criação literária e encorajamos a publicação de mais obras de grande visão, de análise cuidada e de elevada qualidade literária. Iremos lançar a experiência-piloto de organização de cursos não curriculares, gratuitos, de divulgação de conhecimentos de literatura, história, ciência das religiões e filosofia, que valorizem o conteúdo humanista e a racionalidade. Os cidadãos interessados poderão inscrever-se nesses cursos e adquirir conhecimentos num ambiente sem pressão. Queremos convidar mestres de diferentes domínios académicos e artes para transmitir os seus saberes, de modo que os seus ensinamentos encontrem ouvidos interessados e possam perdurar no tempo e enriquecer o património intelectual da Humanidade. O Governo irá melhorar as instalações destinadas a exposições e aperfeiçoar o equipamento físico dos recintos de espectáculos artísticos, para que o público interessado tenha acesso a facilidades de alta qualidade. Iremos explorar e cultivar o campo da teoria da arte e crítica artística, porque queremos elevar o nível de apreciação e valorização artísticas da sociedade. Entendemos que a organização de mais actividades culturais e artísticas de melhor qualidade contribui para apurar a sensibilidade da população pelo Belo e divulgar os valores de uma cultura moral.