No dia 19 de Outubro, pelas 18:30, no Auditório do Instituto Cultural (sito na Praça do Tap Seac), o Instituto Cultural promoverá uma conferência em que a Dra. Cheng Miu Bing apresentará “Em busca do humor popular: o culto rebelde de Na Tcha em Macau”, tema baseado num projecto de investigação subsidiado pelo Concurso de Bolsas de Investigação do Instituto Cultural do Governo da RAEM. Em Macau existem dois pequenos templos dedicados a Na Tcha. Acredita-se que este deus-criança advém da divindade hindo-budista Nalakubara. Na Tcha tornou-se mais conhecido na dinastia Ming através do conto Fengshen Yanyi (A investidura dos deuses). Desrespeita tudo o que é oficial, desafia a autoridade, atreve-se a troçar do poder divino e tenta, inclusivamente, cometer parricídio – um comportamento aberrante, tabu social em todas as culturas.
À parte o seu papel como patrono das crianças, foi durante algum tempo honrado como deus das lotarias e do jogo. A emergência do seu culto em Macau foi provocada quer por crenças mitológicas, quer por exigências de sustentação sócio-éticas. De acordo com a lenda, Na Tcha apareceu na Calçada das Verdades e cedo se tornou um ícone que suportava a moral da população quando, no início do séc. XX, Macau sofreu com tumultos políticos que geravam instabilidade ou com epidemias devastadoras.
Cheng Miu Bing nasceu em Zhongshan, Guangdong. Ainda criança veio com os pais para Macau e mais tarde foi para Hong Kong. Trabalhou alguns anos como secretária executiva em firmas comerciais e bancos estrangeiros e mais tarde continuou os estudos na Universidade de Hong Kong onde conclui o curso de Literatura Inglesa e Belas-Artes (1989), o mestrado em Estudos Literários (1991) e o doutoramento em Literatura Comparada (1996). Escreveu diversos artigos sobre Macau e Hong Kong editados em várias publicações. O seu livro Macao: A Cultural Janus foi publicado pela Hong Kong University Press em 1999. É investigadora honorária no Centro de Estudos Asiáticos da Universidade de Hong Kong. A conferência proferida em inglês, terá tradução simultânea para cantonense, português e mandarim. A entrada é livre. Para mais informações, por favor contacte Esther Chu do Arquivo Histórico através do número de telefone 5986510 ou consulte o sítio do Instituto Cultural na internet em www.icm.gov.mo