Os Serviços de Saúde realizaram uma primeira pesquisa sobre a fonte de proliferação de mosquitos nos domicílios, durante o período compreendido entre 11 e 30 de Junho do corrente ano. De acordo com o resultado desta pesquisa, os três índices que revelam a proliferação de mosquitos nos domicílios e que, a partir de 2002, têm mantido uma tendência decrescente, voltaram a subir de forma significativa, em especial na zona do Porto Interior, a qual apresenta um risco relativamente alto. A fim de avaliar a quantidade da fonte de mosquitos nos domicílios e a sua proliferação, bem como tendo presente o prognóstico de probabilidade de propagação da Febre de Dengue em Macau, os Serviços de Saúde realizaram, de 11 a 30 de Junho do corrente ano, a primeira pesquisa sobre a proliferação de mosquitos nos domicílios. Esta pesquisa foi apoiada pela Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos, e os destinatários foram as famílias escolhidas aleatoriamente em Macau. A presente investigação, tal como as anteriormente realizadas, também teve como objectivo principal medir os três indicadores que mostram a possibilidade de propagação da Febre Dengue, nomeadamente, o Índice de Habitação , o Índice Bretaeu e o Índice de Recipiente. Durante a pesquisa, os trabalhadores dos Serviços de Saúde também deram apoio aos destinatários seleccionados, quanto à identificação da fonte de reprodução dos mosquitos e à sua eliminação, a fim de se atingir o objectivo de prevenir a infecção da Febre de Dengue. O Índice Bretaeu é a proporção do número de recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissores da febre de dengue, para um determinado número de famílias seleccionadas para a pesquisa, multiplicada por 100 (cem). Quanto mais alto for o índice, maior é a possibilidade de propagação da Febre de Dengue. Conforme a pesquisa, o valor médio deste índice em Macau é 4.2, tendo-se obtido o valor mais alto na área do Porto Interior, 12.5, seguido do obtido na área da Areia Preta, 7.4. O Índice de Habitação é o número de famílias que têm recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissores da Febre de Dengue, em 100 (cem) famílias. De acordo com a investigação, o valor médio do Índice de Habitação em Macau é 1,7%, tendo-se registado o valor mais alto na área do Porto Interior, 7.5%, seguido do registado na área do Fai Chi Kei, 3.2 %. O Índice de Recipiente indica o número dos recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissores da Febre de Dengue em cada 100 (cem) recipientes com água. O valor médio deste índice em Macau é de 2,5%, tendo-se obtido o valor mais alto na área do Porto Interior, 8,6%; o segundo lugar foi encontrado na área de Fai Chi Kei, 3,9%. Em conformidade com esta pesquisa, os três índices revelam uma subida dos valores, contrariando a tendência decrescente que se tinha registado nos últimos cinco anos. Este facto traduz um evidente afrouxamento nos trabalhos de prevenção por parte das famílias. Os três índices encontram-se em primeiro lugar na zona do Porto Interior, o que evidencia um risco relativamente alto de propagação da Febre de Dengue. Relativamente ao tipo de recipientes nos domicílios, segundo a pesquisa, verificou-se que as jarras para plantas aquáticas ainda são as fontes de proliferação dos mosquitos “Aedes albopictus” mais frequentes nos domicílios, representando 96% dos recipientes detectados com larvas. Macau encontra-se numa época de alto risco de disseminação da Febre de Dengue. Se os cidadãos afrouxarem a prevenção e não observarem o trabalho de eliminação dos mosquitos, caso surja um caso importado, a Febre de Dengue tornar-se-á uma epidemia em Macau. Assim, os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos que não devem abrandar o trabalho de eliminação das fontes de proliferação de mosquitos no interior e exterior das casas, tendo uma especial precaução com as jarras e as bases de vasos; quando viajarem, devem adoptar medidas para evitar a picada dos mosquitos; se, depois do regresso a Macau, aparecerem com sintomas como febre e erupção cutânea, devem recorrer, logo que possível, ao médico e tomar medidas para evitar os mosquitos, não podendo protelar o tratamento médico, sob pena de provocar a propagação da doença. Dez recomendações para eliminar a fonte da proliferação dos mosquitos Aedes Os mosquitos Aedes reproduzem-se, de preferência, em pequenas quantidades de água estagnada, na sombra. A fim de impedir a proliferação dos mosquitos Aedes, os cidadãos devem prestar atenção às seguintes dez recomendações:
1. Não abandone lixos, especialmente, garrafas vazias, latas, vasilha, caixas de comida, copos plásticos, sacos plásticos, resíduos da construção civil e outros objectos que podem acumular água, nos espaços devolutos, casas abandonadas ou pátios, terraços e beirais de telhados dos prédios;
2. Limpe todos os recipientes que podem acumular água, no interior e exterior da casa ou, em caso de impossibilidade, coloque os recipientes de forma invertida ou remova-os;
3. Jarras e vasos para flores ou plantas devem ser lavados pelo menos uma vez por semana, sendo também necessário mudar a água que contêm; evite utilizar bases de vasos, e, em caso de utilizá-las, evite a acumulação de água; remova a água da base do frigorífico, de tipo mais antigo, e limpe-a uma vez por semana; evite a água estagnada na base do ar condicionado;
4. Evite colocar pneus abandonados ao ar livre ou utilize-os como instalação contra-choque; caso necessário, faça neles furos para evitar a água estagnada;
5. Depósitos de água nos terraços dos prédios devem ser bem tapados e limpos periodicamente; poços devem ser cobertos com a respectiva tampa; evite depositar água nos baldes e tinas, caso necessário, cubra-os bem com tampas e limpe-os, mudando a água uma vez por semana; 6. Utilize cimento, barro, areia, esponja ou outros materiais para encher covas, tanques profundos e baixas com água estagnada, bem como troncos de bambu cortados, buracos de árvore, grutas, jarras e vasos fixos nos cemitérios;
7. Todos os esgotos devem ser ligados à rede pública de esgotos; deve limpar periodicamente os esgotos, canais e valas, mantendo-os desimpedidos;
8. Evite a fuga de água nos canais de água, contador de água, bem como canais de incêndio e esgotos;
9. Aos tanques, reservatórios e poços que não podem ser limpos, deve-se possibilitar a criação de peixes (gambusia affinis, poecilia reticulata ou macropodus opercularis) ou outros seres que comam larvas de mosquito.
10. Quanto aos tanques e às jarras para plantas aquáticas ou algumas espécies de ninfeáceas, tais como lótus ou nenúfares, se não podem utilizar os métodos acima referidos para remover a água estagnada nestes recipientes, devem, periodicamente, aplicar insecticida para matar as larvas de mosquito. (Para quaisquer informações, é favor contactar com as Equipas Sanitárias Comunitárias dos Centros de Saúde.)