A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) admitem que os resultados do “Inquérito às Despesas dos Visitantes” divulgados podem conduzir a má interpretação por parte dos utilizadores das estatísticas. Em reposta à interpelação escrita do deputado Ng Kuok Cheong sobre os valores apresentados no Inquérito às Despesas dos Visitantes e Entrada de Visitantes por local de origem, a directora substituta da DSEC, Kong Pek Fong, esclarece que, no sentido de facilitar a aplicação directa dos dados do “Inquérito às Despesas dos Visitantes”, aqueles serviços estão a estudar o assunto, adiantando que será aperfeiçoada a programação das diversas operações estatísticas do turismo e considerada a divulgação, de forma autónoma, do total das despesas dos visitantes de Macau, com o objectivo de responder às necessidades dos utilizadores dos dados, bem como disponibilizar dados sobre a situação actual e efeito económico do sector do turismo à sociedade de Macau. A mesma responsável revela que para a recolha de informações sobre as despesas dos visitantes, foi “utilizada a metodologia designada amostragem sistemática. “O resultado é obtido através do tratamento das informações relativas ao valor de consumo e a estrutura dos visitantes inquiridos, com base nos dados das amostras válidas. Foram publicadas a metodologia da amostragem adoptada e os respectivos desvios na publicação trimestral do Inquérito às Despesas dos Visitantes e no relatório anual das Estatísticas do Turismo”, diz. Adiantando que ter sido ainda disponibilizada informação pormenorizada sobre a dimensão da amostra e a distribuição dos visitantes por local de residência e outras características. Refere que quanto à inferência das despesas dos visitantes (segundo meios de entrada e saída, origem e permanência no território), caso a estrutura da amostra dos visitantes inquiridos seja idêntica à da totalidade dos visitantes chegados no mesmo período de referência, poderá ser considerado um método razoável a determinação das despesas totais ou relativas a visitantes de uma certa proveniência, utilizando directamente os dois conjuntos de dados. Mas lembra que antes de se proceder à recolha de informação nos diversos pontos de saída de Macau, não se conhecem dados sobre o fluxo total de visitantes, local de origem e tempo de permanência, entre outros, do mesmo trimestre em estudo. Alerta ainda para o facto de a estrutura dos visitantes inquiridos para o Inquérito às Despesas dos Visitantes, é diferente da estrutura dos visitantes apurados através de dados administrativos, devido a factores imprevisíveis, como recusa ou questionários incompletos. Kong Pek Fong dá como exemplo o quarto trimestre de 2006, os visitantes provenientes do interior da China representaram 53,6 por cento do total, mas a percentagem dos mesmos visitantes inquiridos em relação ao total de visitantes da amostra do Inquérito às Despesas dos Visitantes é de 26,3 por cento. Assim, em termos estatísticos, existe uma grande diferença entre as percentagens das estruturas da amostra da situação real, por isso, caso se recorra directamente às informações com base nos dados administrativos e das amostras para a determinação de valores, serão apenas obtidos dados com elevadas discrepâncias face a realidade. Quanto à possibilidade de divulgação dos dados das despesas dos visitantes após a inferência estatística, esta responsável diz “a DSEC procede regularmente à avaliação da questão em causa, considerando os diferentes factores como a integridade e a divulgação atempada dos resultados. No que diz respeito à integridade dos dados, as estimativas das despesas dos visitantes, para além de incluir informações recolhidas no Inquérito às Despesas dos Visitantes e o número de visitantes chegados, devem ainda ser considerados outros elementos estatísticos para uma estimação global, incluindo outros indicadores turísticos que se relacionam com as características dos visitantes, taxa de ocupação hoteleira, volume de venda a retalho, receitas do jogo, etc., permitindo, assim, apurar cientificamente as despesas dos visitantes efectuadas durante a sua permanência no Território”. Conclui que “Na vertente da divulgação atempada dos resultados, após a avaliação sobre a importância do sector turismo na economia de Macau, e em consideração do tempo demora para a conclusão dos respectivos indicadores estatísticos, bem como a necessidade urgente dos dados estatísticos do turismo, manifestada por parte do público, em geral, os actuais resultados do Inquérito às Despesas dos Visitantes reflectem de modo mais apropriado o modelo, a evolução e a tendência das despesas dos visitantes. De facto, no Produto Interno Bruto trimestral e anual, os dados da exportação de serviços são estimados globalmente, a partir das diversas despesas dos visitantes em Macau.” Nota: O texto integral da interpelação e respectiva resposta encontra-se disponível na página da Assembleia Legislativa (http://www.al.gov.mo/) com o seguinte número: 105/III/2007.