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Infecção colectiva por enterovírus numa creche


O Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde foi informado sobre a ocorrência da doença de mãos, pés e boca em crianças na Creche “Tung Sin Tong III”, que se situa na Avenida do Hipódromo. Desde 12 de Outubro que, nesta creche, têm surgido crianças com a doença de mãos, pés e boca, tendo-se registado até à tarde de hoje (22 de Outubro) um total de 17 casos, dos quais 7 pertencem a uma turma e 3 pertencem a outra turma. O grau da doença destas crianças foi ligeiro e recorreram às entidades médicas para tratamento, tendo sido internada uma delas, que, contudo, já teve alta, não se tendo registado complicações, designadamente a nível do sistema nervoso. O Centro de Prevenção e Controlo da Doença procedeu à recolha de amostras de algumas crianças para efeitos de análises laboratoriais, tendo-se confirmado a infecção de dois casos por enterovírus, não sendo, todavia, o enterovírus 71. A Autoridade Sanitária procedeu à verificação in-loco e deu orientações à creche para proceder às medidas de controlo e infecção, como limpeza e desinfecção. A par disso, a mesma ordenou a suspensão por um período de duas semanas das duas turmas em que ocorreram, em simultâneo, 7 e 3 casos, por forma a impedir a transmissão e permitir a desinfecção ambiental. A infecção pelo enterovírus pode ser causada pelo grupo Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovírus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com um pico no Verão, sendo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica. Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus. Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos, nomeadamente, aos elementos das instituições educativas e lares, aos alunos e aos pais, para que, devido à inexistência de qualquer vacina eficaz contra os enterovírus, apliquem as seguintes medidas de prevenção da infecção por enterovírus: Medidas pessoais:
- Prestar atenção à higiene pessoal, nomeadamente, lavar as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos;
- Cobrir a boca e o nariz sempre que espirrar e tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções da boca e do nariz;
- Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados;
- Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto, descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar, para aumentar a imunidade;
- Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca, recorrer imediatamente a consulta médica. Medidas a aplicar pelas instituições educativas:
- Manter uma boa higiene ambiental e um sistema de ventilação adequado em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar as paredes até à altura de um (1) metro, as mesas, as cadeiras e os brinquedos;
- Proceder ao exame diário, de manhã, e prestar frequentemente atenção ao pessoal e aos alunos, especialmente, com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca;
- Os alunos e os elementos do pessoal com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca devem permanecer em casa;
- Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre os alunos e os elementos de pessoal, as instituições educativas devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2856 1122) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.