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Foi confirmado que o primeiro caso mortal de gripe H1N1 localmente registado em Setembro foi provocado pelo vírus mutante


Desde a ocorrência da gripe H1N1 em Macau, foram registados 2 casos mortais dos quais ambos ocorreram no período de pico da primeira vaga de gripe, compreendido entre o princípio de Setembro e o princípio de Outubro. Destas vítimas, uma foi uma mulher saudável de 40 anos, enquanto que a outra foi um doente crónico de 72 anos. Depois de submetida à análise a amostra da falecida no laboratório do Departamento de Saúde de Hong Kong, foi confirmado que a estirpe do vírus que contraiu era a mutante D222G verificada em muitos locais do mundo. A mulher vitimada foi transferida, a 18 de Agosto, do Hospital Kiang Wu para a Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Conde de São Januário onde acabou por falecer ao meio dia do dia 2 de Setembro, apesar de, com todo o esforço, ter sido submetida a salvação médica. Os sintomas iniciais desta doente de meia idade foram a persistência de febre intermitente e dores da garganta durante cerca de 8 dias. Recorreu primeiramente ao Serviço de Urgência, mas o tratamento não teve qualquer eficácia. Posteriormente, a doença agravou-se e a doente recorreu mais uma vez ao Hospital Kiang Wu onde se confirmou, depois, ser um caso de gripe H1N1, acompanhada da pneumonia bilateral e insuficiência respiratória. Assim, foi transferida para a Unidade de Cuidados Intensivos do CHCSJ onde o seu estado clínico continuou a ser crítico, com consciência pouco clara, tensão arterial instável e insuficiência respiratória grave, tendo necessitado do apoio do ventilador com a administração de alta concentração de oxigénio, alta concentração de agente pressor e cardiotônico para se manter a tensão arterial. Todavia, clinicamente a insuficiência respiratória ainda continuou a piorar e ocorreu a septicemia. Na manhã de 2 de Setembro, o estado da doente deteriorou-se e apesar de lhe ter sido aplicada de novo a ressuscitação cardiopulmonar, acabou por falecer às 12h05. Nos finais de Novembro do corrente ano, um estudo de saúde pública da Noruega verificou em dois casos mortais e um caso grave a existência desta estirpe mutante. De acordo com as informações da Organização Mundial de Saúde, esta estirpe mutante foi verificada primeiramente em Abril do corrente ano. Para além da Noruega, no Brasil, na China, no Japāo, na Ucrânia e nos EUA também foi verificada a situaçāo de mutação do vírus. De acordo com as informações fornecidas pelo Departamento de Saúde de Hong Kong, nos 5 casos de infecção pelos vírus mutantes localmente verificados, 2 casos mortais foram mulheres respectivamente com 37 e 40 anos de idade, enquanto que os restantes 3 casos já recuperaram. Os Serviços de Saúde estão a manter um contacto estreito com a OMS e estão a planear o envio de mais amostras para a realização das respectivas análises. Para além disso, acompanham com atenção a situação de propagação deste vírus mutante e o seu significado no âmbito de saúde pública, bem como se mantêm sempre alerta, prestando atenção a mais mudanças na sequência da ocorrência do vírus que, possivelmente, tenha grande significado para a saúde pública. Os Serviços de Saúde anunciam que actualmente o Organização Mundial de Saúde ainda não confirmou se a referida estirpe de vírus pôde provocar mais facilmente o agravamento do estado da doente, mas o que têm certeza é que as vacinas usadas actualmente em todos os locais do mundo ainda são eficazes face ao referido vírus mutante e ao vírus mutante resistente ao Tamiflu. Actualmente, em Macau, o vírus da gripe H1N1 está a tornar-se um pouco mais activo. A segunda vaga pode ocorrer localmente a qualquer momento. As crianças com 6 meses a 9 anos de idade precisam de ser vacinadas 2 vezes num intervalo de 3 semanas para obterem eficácia protectora. Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos para se submeterem à vacinação rapidamente no sentido de ficarem melhor protegidos contra esta doença o mais cedo possível. Quanto ao mal-entendido que existe em determinados cidadãos que a ficha de rastreio a ser assinada antes de serem vacinados é um “termo de responsabilidade pelas consequências negativas”, os Serviços de Saúde afirmam que esta ficha se destina apenas a sensibilizar os cidadãos dos efeitos, efeitos secundários e contra-indicações da vacina, no sentido de facilitar os trabalhadores de saúde a avaliar se os indivíduos que pretendem vacinar-se estão em condições para ser vacinados. A assinatura desta ficha de rastreio por parte dos vacinados não exclui a Autoridade e os trabalhadores de saúde das responsabilidades que precisam de assumir. O alerta de gripe pandémica (H1N1) dado pela Organização Mundial de Saúde mantém-se no nível 6, sendo a sua gravidade moderada. Actualmente, o nível de alerta de Macau é 6 (cor azul), sendo o risco de transmissão moderado. No dia 6 de Dezembro, as crianças com sintomas de gripe que recorreram ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário representaram 70% do número total de doentes inscritos no Serviço de Pediatria. Quanto aos utentes adultos, 31% são doentes com gripe. No dia 7 de Dezembro, em Macau 2 turmas foram obrigadas a suspender as aulas por infecção colectiva pela gripe. No entanto, os Serviços de Saúde continuam a manter o sistema de vigilância epidemiológica nos estabelecimentos escolares, lares e outras instituições. Até à tarde do dia 7 de Dezembro, mais nenhum doente confirmado necessitou de ser internado e nenhum doente infectado está a ser submetido a tratamento hospitalar. No dia 7 de Dezembro, 1044 cidadãos foram vacinados contra a gripe H1N1. Desde 23 de Novembro até hoje, cumulativamente 15109 cidadãos foram vacinados. (Linha aberta 24 horas do Centro de Coordenação da Gripe: Tel.: 28700800, Fax: 28700863)