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Resumo periódico dos Serviços de Saúde sobre as características dos casos confirmados em Macau


Até ao dia 17 de Julho de 2009, em Macau foram registados 102 casos confirmados de gripe A H1N1, dos quais 66 foram casos importados e 36 casos locais. O primeiro caso foi confirmado no dia 18 de Junho de 2009. Entre os casos importados, a maioria foi proveniente de Hong Kong (10 casos), Austrália (9 casos), Tailândia (8 casos), Filipinas (7 casos), Indonésia (7 casos), Reino Unido (4 casos) e Grécia (4 casos). Entre todos os casos, 9 doentes (8,8%) foram transferidos para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para tratamento depois de detectados pela equipa de apoio médico dos Postos Fronteiriços; 60 doentes (58,8%) recorreram às instituições médicas por iniciativa própria por se sentirem doentes e 33 (32,4%) foram verificados pelos Serviços de Saúde aquando do seguimento de contactos próximos de casos confirmados. Por outro lado, 54 doentes são do sexo masculino e 48 são do sexo feminino. A idade dos doentes varia de 4 meses a 63 anos. Entre os casos importados, a maioria são jovens entre os 15 e 29 anos de idade, seguindo-se as crianças entre os 5-14 anos de idade. Estes dois grupos representam 82% de todos os casos importados. Quanto aos casos locais, registaram-se casos em todos os grupos etários, recaindo a percentagem maior no grupo com idade inferior a 5 anos (10 pessoas, representando 28% dos casos locais). Até ao momento, o período de incubação da maioria dos casos foi curto e variou entre 1 e 5 dias. O sintoma mais frequente foi a febre (94%), 80% dos casos tiveram tosse, 50% tiveram dor de garganta e 39% tiveram corrimento nasal, não sendo grave a situação de doença de todos estes casos. Nenhum caso registou complicações e a maioria recuperou dentro de 7 dias. Entre os casos com fonte de infecção identificada, a maioria das infecções ocorreu na família. Registaram-se 10 casos de infecção familiar, dos quais uma família teve 6 elementos doentes. Por outro lado, actualmente ainda não se registou nenhum caso de infecção entre colegas de trabalho ou caso de infecção entre passageiros do mesmo voo. Embora a propagação na escola seja o meio principal de transmissão desta doença epidémica noutras regiões, em Macau não se verificou esta situação. Acredita-se que esta situação é devido ao facto de que a transmissão local desta doença se iniciou relativamente mais tarde em Macau e, quando ocorreu a epidemia, a maioria das escolas já se encontrava no período de férias, enquanto que os cursos de verão foram suspensos em cumprimento de determinação do Centro de Coordenação da Gripe. Por estas razões, registaram-se apenas 2 casos de infecção em escola, tendo ocorrido um caso na Escola Choi Kou (cujo curso de verão se realizou meio dia antes de a escola tomar conhecimento do pedido de suspensão dos cursos de verão) e o outro caso no curso intensivo de verão do Colégio de Santa Rosa de Lima – Secção secundária. Para além disso, a transmissão desta doença também ocorreu em 2 creches. Também se registaram dois casos entre o pessoal de saúde, mas estes foram infectados através dos filhos que frequentavam a creche, significando que os profissionais de saúde já têm a formação suficiente e usam a protecção adequada, sendo rara a oportunidade de infecção durante o exercício da função. Apenas se registou um caso de um elemento do pessoal técnico dos Serviços de Saúde que foi infectado no exercício da sua função. É de salientar que se verificaram dois casos colectivos importados, que ocorreram com a participação em competições desportivas realizadas no exterior, um que incluiu quatro elementos da equipa que participou nos Jogos da Juventude em Atenas, Grécia, e o outro que atingiu dois elementos da equipa que participou, nos últimos dias, na competição de esgrima em Singapura. Os casos confirmados da nova gripe que têm ocorrido em Macau não têm sido casos graves, mas, de acordo com a experiência dos outros países, quando aumentarem os casos, é possível aparecerem casos de maior gravidade ou até de morte, pelo que os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos para que continuem a observar os procedimentos de protecçāo individual. De acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, os Serviços de Saúde estāo agora a dedicar-se prioritariamente aos trabalhos de diagnóstico e tratamento dos doentes, em substituição do trabalho efectivo anteriormente desenvolvido de prevenção da propagação da doença, aplicando gradualmente o tratamento nos domicílios dos doentes. Os Serviços de Saúde, conforme o quadro clínico dos doentes, consideram a viabilidade de realização do tratamento nos respectivos domicílios, acompanhando a observação via telefónica . Esta medida não significa que os Serviços de Saúde não prestam atenção ao tratamento dos doentes em causa, mas apenas que pretendem manter recursos disponíveis para o tratamento dos casos mais graves ou doentes de risco. Para além disso, a mesma entidade reforçou a aquisição de vacinas destinadas à gripe A (H1N1) e à gripe sazonal, bem como o fornecimento num prazo razoável da vacina contra o pneumococo. Relativamente à data prevista sobre a chegada das vacinas adquiridas no exterior no próximo mês de Setembro, o Responsável pelos Serviços de Saúde manifestou que se procedeu a uma consulta de preços aos três laboratórios de vacinas mais conceituados no mundo, mas só um laboratório italiano poderá fornecer 200.000 vacinas no mês de Novembro, acreditando-se que a eficácia destas vacinas seja mais fidedigna. De acordo com informações obtidas recentemente, as vacinas que foram encomendadas por Hong Kong chegarão no mês de Dezembro. Actualmente, os Serviços de Saúde estão a procurar adquirir urgentemente as vacinas noutros territórios. Para além disso, a Directora-Geral da Organização Mundial de Saúde, Dr.a Margaret Chan Fung Fu-Chan, manifestou dúvidas sobre a eficácia das vacinas, considerando que o seu fornecimento não significa a segurança da sua administração e dado o prazo muito curto para a sua produção.