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Melhoria das zonas ecológicas no Cotai para transformar as zonas num espaço mais nidifcável para aves migratórias


As margens das zonas húmidas de Macau contêm ricos componentes orgânicos, onde proliferam diversas espécies de seres bentónicos, atraindo mais de 50 espécies de aves limícolas e aquáticas, migratórias e indígenas, que ali procuram alimento, designadamente a garça-branca-grande, a garça-branca-pequena, o colhereiro-de-cara-preta, a garça-cinzenta, a garça da China (Ardeola bacchus), o pato-real (Anas platyrhynchos), etc. A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) está a proceder aos três projectos de obras à optimização das zonas ecológicas no Cotai, com vista a assegurar a sua biodiversidade, procurando garantir que o projecto fique concluído antes da chegada de aves migratórias, ou seja, até finais do Outubro. 1. Desocupação nas margens da Zona Ecológica 2 e construção das ilhas e recifes
A Zona Ecológica 2 é uma das principais zonas húmidas de Macau e situa-se junto à Avenida Marginal Flor de Lótus, no Cotai, onde é possível encontrar quatro espécies de mangue: acanthus ilicifolius, kandelia candel, avicennia marina e aegiceras corniculatum. A Acanthus ilicifolius, com folhas verdes e espinhos, está distribuída em abundância e elevada concentração, principalmente pelas margens, o que dificulta a acção dos animais. O rápido crescimento da Acanthus ilicifolius provoca a ocupação das zonas costeiras de Macau por esta espécie, condicionando a atracção de aves, caranguejos e camarões para ali se alimentarem. As zonas marginais junto ao Grand Waldo Hotel foram zonas de alimentação para as garças, hoje pouco encontradas devido à excessiva concentração de mangues acanthus ilicifolius.
As zonas húmidas estão sujeitas a uma evolução inerente e regular, caracterizando-se, de forma geral, pela transição do bioma de seres vivos aquáticos para o ecossistema terrestre. Segundo estudos efectuados, se regularmente não for removida a devida quantidade de mangues, as margens das zonas húmidas passarão a mangal, alterando, por isso, as características das zonas e afectando alguns animais do substrato, nomeadamente os gastrópodes e meretrix lusoria, que ali vivem, conduzindo ao desaparecimento gradual destas espécies devido à falta de condições necessárias e, consequentemente, reduzindo a quantidade de alimento para as aves migratórias, resultando no, enfraquecimento da biodiversidade. Para resolver este tipo de problemas, algumas regiões vizinhas adoptam medidas para remover periodicamente os mangues e as sementes em excesso, como é o caso da Mai Po Nature Reserve(Reserva Natural de Mai Po) de Hong Kong, com vista a assegurar a biodiversidade. Por outro lado, devido à humidade da zona, a ocupação de mangues no Wetland in Hsiang Shan of Hsin Chu(Zonas Húmidas de Hsiang Shan de Hsin Chu), Taiwan, levou o governo local a remove-las, no ano transacto, para assegurar o equilíbrio ecológico, atenuando a excessiva expansão dos mangues na área afectada.
Para assegurar a biodiversidade nas zonas húmidas no Cotai, depois de ter ouvido especialistas neste âmbito, a DSPA, irá levar a cabo acções de optimização da Zona Ecológica 2, removendo a devida quantidade de acanthus ilicifolius e desbloqueando as bocas de acesso da água às Zonas Ecológicas, com o intuito de assegurar a existência de margens necessárias para as aves migratórias nidificarem e se alimentarem, Além disso, serão construídas duas ilhas e recifes, nas zonas húmidas tratadas, para que as aves migratórias ali possam descansar, e serão aprofundadas as valas escavadas para que os seres vivos aquáticos tenham mais espaço de actividade e, consequentemente, as aves disponham de alimentos. Os respectivos trabalhos serão concluídos em breve. 2 . Desocupação na Zona Ecológica 1 do Cotai. Projectos de melhoria da água.
A quantidade de água da Zona Ecológica 1 do Cotai, cujo plano foi concluído há sete anos, diminui devido à sedimentação de substâncias orgânicas e à reprodução de algas em quantidade. A fraca variação no volume de água provoca a diluição e o crescimento de canas e ervas daninhas, bem assim como tem reduzido o espaço para descanso das garças. Seguindo as propostas apresentadas por especialistas de zonas húmidas, a DSPA irá promover as devidas melhorias, nomeadamente alargando e aprofundando as zonas alagadas da Zona Ecológica 1, desocupando ervas daninhas, escavando dois canais artificiais, construindo 25 recifes e tanques para os peixes procurar alimentos, instalar margens para aves aquáticas o melhoramento da biodiversidade e o aumento do espaço para aves aquáticas bem como das margens, com vista a melhorar o ambiente para nidificação das aves. Os respectivos trabalhos já foram concluídos. 3. Projecto de transplantação de mangues nas margens
Para melhorar o ambiente das zonas ecológicas a longo prazo, a DSPA tem realizado uma série de trabalhos em relação à conservação das margens das zonas ecológicas. Os mangues absorvem os nutrientes da água e purificam a água junto às margens. Para reforçar as respectivas funções ecológicas no extremo sul da Zona Ecológica 2, a DSPA irá remover e recultivar, a título experimental, as sementes e os mangues nas margens das zonas húmidas junto ao Parque Industrial da Concórdia, cultivadas pelo o IACM de há um ano para cá, e replantar os mangues. O projecto será concluído no primeiro trimestre de 2011.
As zonas ecológicas caracterizam-se pela riqueza dos seus recursos zoo-botânicos, a DSPA irá continuar a estudar e a promover a melhoria na conservação ecológica, nomeadamente propondo a construção de observatórios de aves na Zona Ecológica 1, adicionando equipamentos de educação ambiental e painéis, visando o planeamento racional dos itinerários de visita e da distribuição dos recursos das zonas ecológicas que, por sua vez, possam ser cabalmente aplicados no âmbito da educação e estudo ambiental. Após a conclusão das obras, será dada em consideração a abrir condicionalmente as zonas ao público e ao sector de educação, com o objectivo de elevar o nível de conhecimento da população, nomeadamente aos estudantes, sobre a conservação ecológica.

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