
O vírus da varicela em Macau está a tornar-se mais activo, pelo que os Serviços de Saúde apelam aos pais, instituições de ensino e creches para estarem atentos à varicela.
De acordo com os dados de vigilância sobre as doenças transmissíveis de declaração obrigatória dos Serviços de Saúde, na semana passada, registou-se uma tendência de aumento do número de casos de varicela, com a média semanal de 12 casos a partir de 6 de Abril a subir para 23 na semana passada. Este número é superior ao do período homólogo do ano passado (10 casos). Após a investigação, foram notificados, recentemente, pela Escola Secundária Pui Ching, um caso de infecção colectiva de varicela, que afectou um total de 21 pessoas. Desde o passado dia 1 de Maio que estes alunos apresentaram sintomas de erupção cutânea e pequenas bolhas na cabeça, na cara, nos membros, nas costas e no peito, tendo sido submetidos a tratamento médico e não tendo havido qualquer doença grave ou outras complicações graves. A maioria dos doentes foi vacinada com uma dose de varicela.
É de salientar que algumas pessoas que foram vacinadas contra a varicela ainda são susceptíveis de serem infectadas com varicela, o que se designa por infecção disruptiva. No entanto, os sintomas são geralmente ligeiros e atípicos, com menos bolhas e a duração da doença é relativamente curta. Tendo em conta que esse caso de infecção colectiva foi causado pela infecção disruptiva, os Serviços de Saúde enviaram pessoal para inspeccionar o local, reforçando a comunicação com o estabelecimento em causa, a desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações, entre outras medidas de controlo da infecção, bem como a aplicação rigorosa das normas de suspensão escolar para os alunos e trabalhadores infectados.
Entre 1 de Janeiro e 6 de Maio de 2025, foram registados 195 casos de varicela em Macau, um número superior ao período homólogo do ano passado (105 casos). Cerca de três quartos dos casos são crianças, entre as quais, a maioria tem idades compreendidas entre os 8 e os 17 anos, representando 65,1% do total, enquanto as pessoas com idade igual ou inferior a 7 anos representam apenas 6,1% do total. Não houve registo de casos graves ou mortais.
A varicela é uma doença infecciosa aguda comum em crianças, causada pelo vírus varicela-zoster, que ocorre principalmente nas crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 10 anos. A varicela pode ocorrer durante todo o ano, mas é mais comum no inverno e na primavera. A varicela transmite-se directamente pelo contacto pessoal, através de gotículas dos doentes ou de secreções respiratórias espalhadas no ar, e indirectamente pelo contacto com objectos contaminados pelas secreções das feridas do doente.
Pode haver febre ligeira na fase inicial da infecção, seguida de erupções cutâneas maculopapulares na pele, que depois se formam bolhas e finalmente, formam-se crostas. A erupção aparece inicialmente na cabeça e no tronco e depois se espalha para o rosto e membros, sendo o número do tronco maior. A varicela é altamente contagiosa, especialmente nas fases iniciais da erupção cutânea; Depois de ser infectado uma vez, o corpo fica imune durante toda a vida, no entanto, o vírus da varicela também pode permanecer inactivo no corpo e ser reactivado após muitos anos, causando “herpes zoster”.
A maioria dos casos de varicela apresenta apenas sintomas ligeiros e recupera naturalmente, mas as pessoas com sistemas imunitários fracos têm maior probabilidade de desenvolver complicações, tais como infecções cutâneas, escarlatina, pneumonia e encefalite; Se um bebé recém-nascido contrair varicela, a condição pode ser grave ou mesmo fatal. As crianças podem ser vacinadas contra a varicela. De um modo geral, a vacinação começa no 12.º mês após o nascimento, e cerca de 90% das pessoas vacinadas podem produzir imunidade.
Para prevenir a propagação da varicela, quando os alunos e o pessoal docente das instituições educativas forem infectados pela varicela, devem ser afastados temporariamente da frequência escolar e demais actividades desenvolvidas nas instituições educativas, de acordo com as exigências do Decreto-Lei n.º 1/97/M que define o regime de evicção escolar; Caso as instituições educativas e creches detectem casos de infecção colectiva, devem informar, imediatamente, o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude ou o Instituto de Acção Social. Para além disso, os Serviços de Saúde apelam aos residentes e às instituições para adoptarem as seguintes medidas preventivas:
Higiene pessoal
- Lavar frequentemente as mãos para as manter limpas, ou usar um desinfectante alcoólico, em especial antes de estarem em contacto com os olhos, o nariz e a boca;
- Cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, de preferência com um lenço e deitá-lo no lixo depois de usado; quando não tiver lenço, usar o cotovelo em vez das mãos;
- Não partilhar toalhas com outra pessoa;
- Praticar sempre desporto, descansar o suficiente, ter uma alimentação equilibrada, evitar fumar e deslocar-se a lugares públicos densamente frequentados;
- Evitar contactos próximos com doentes que manifestem sintomas da varicela;
- Em caso de aparecer com sintomas suspeitos de varicela, nomeadamente, febre, erupção cutânea, entre outros, deve usar máscara e recorrer ao médico o mais rápido possível. Após a consulta, deve permanecer em casa para descanso, e evitar ir para o trabalho ou para a escola.
- Administrar a vacina contra a varicela de acordo com o Programa de Vacinação.
Higiene ambiental
- Manter o ambiente interior limpo, seco e bem ventilado;
- Proceder, no mínimo, uma vez por dia à limpeza e desinfecção dos brinquedos utilizados, mobiliário, pavimento e locais com os quais as mãos têm contacto frequente;
- Assegurar a existência de sabão líquido e toalhas de papel descartáveis nas instalações sanitárias.