
O super tufão “Ragasa” teve um impacto significativo em Macau, tendo também batido vários recordes. Quais são as características do super tufão “Ragasa”?
Vários recordes quebrados
"Ragasa" aproximava-se da região como um nível de super tufão, estabelecendo vários recordes, incluindo a quebra do recorde desde 1968 ao ser a primeira vez que a DSMG emitiu o sinal n.º 10 duas vezes no mesmo ano. Além disso, o sinal n.º 10 esteve em vigor por um período recorde de 10,5 horas.
Retrospectiva inicial: No período em que o sinal n.º 10 esteve em vigor, os ventos máximos sustentados de 10 minutos registados em todos os distritos de Macau atingiram a Força 12, com rajadas que chegaram à Força 14. Além disso, no período em que os sinais de ciclone tropical estiveram em vigor, a duração das velocidades do vento que atingiram ou ultrapassaram o sinal n.º 8 estendeu-se por 15 horas. (Figura 2)
“Ragasa” com uma estrutura de parede dupla do olho
De forma geral, um ciclone tropical bem formado desenvolve um «olho», cuja parede circunda esta estrutura. É nesta área, próxima ao centro do ciclone tropical, que se registam os ventos mais fortes e as chuvas mais intensas.
Quando um ciclone tropical atinge uma determinada intensidade, ocorre frequentemente uma substituição da parede do olho, resultando numa «estrutura de parede dupla do olho». Nesta fase, as faixas de chuva externas vão formar uma nova «parede externa do olho», enquanto a «parede interna do olho» original vai dissipar-se gradualmente. Durante este processo, o ciclone tropical enfraquece temporariamente. No entanto, assim que uma nova parede do olho se desenvolve com sucesso e substitui a antiga, o ciclone tropical volta a intensificar-se.
Após a entrada no Mar do Sul da China, “Ragasa” aproximou-se da costa de Guangdong no sentido oés-noroeste e passou a cerca de 90 km a sul de Macau. Embora não tenha atingido directamente Macau, “Ragasa” manteve uma estrutura de parede dupla ao longo de todo o seu percurso. A sua parede externa, marcada por ventos e chuvas intensas, continuou a afectar Macau, mantendo condições de força do nível 12 correspondente à categoria de furacão. (Figura 3)
Inundação significativa resultante de "Storm Surge"
O tufão "Ragasa" teve uma ampla circulação com uma alta categoria de intensidade, adoptando um rumo muito próximo ao estuário do rio das Pérolas. Isso resultou em uma elevação significativa de "Storm Surge", e combinada com a maré alta astronómica, representando uma ameaça substancial de "Storm Surge". Por fim, o tufão "Ragasa" provocou inundações generalizadas e graves em Macau. A altura máxima de inundação registada na zona do Porto Interior foi de 1,51 metros, atingindo o nível de Aviso de "Storm Surge" vermelho. (Figura 4)
Probabilidade de formação de tempestade tropical “Bualoi”
Embora se preveja que o tufão "Ragasa" se afaste gradualmente de Macau, continuando a sua trajetória para oeste, em direção à costa ocidental de Guangdong, as suas bandas de chuvas relacionadas ainda deverão trazer aguaceiros fortes e trovoadas a Macau. A população deve permanecer vigilantes quanto ao risco de chuvas torrenciais. Além disso, prevê-se que outra tempestade tropical, "Bualoi”, entre no Mar do Sul da China ainda esta semana. As previsões atuais indicam que se move geralmente em direção às águas a sul da Ilha de Hainan, mantendo uma distância considerável de Macau. No entanto, a DSMG vai acompanhar de perto a sua evolução. (Figura 5)