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O risco de transmissão de Febre Chikungunya e Febre de Dengue aumenta em Macau Os Serviços de Saúde apelam aos residentes para aplicarem as medidas preventivas

Os Serviços de Saúde realizaram uma conferência de imprensa sobre a prevenção e controlo da febre Chikungunya e da febre de Dengue

Com o objectivo de permitir aos residentes conhecerem, o mais cedo possível, as estratégias gerais de prevenção e controlo e as medidas concretas de implementação do Governo da RAEM em resposta à febre de dengue e à febre Chikungunya (doravante designada por duas febres), os Serviços de Saúde realizaram este domingo (dia 12 de Outubro) uma conferência de imprensa para apresentar a situação epidemiológica e as medidas de prevenção e controlo das febres, na expectativa de que os residentes se mantenham atentos e possam colaborar activamente com o Governo da RAEM nos trabalhos de prevenção e eliminação de mosquitos e de detecção precoce de casos. A conferência de imprensa contou com a presença do Director dos Serviços de Saúde, Dr. Lo Iek Long, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou, Médico-Adjunto do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Chang Tam Fei, Chefe da Divisão de Prevenção e Controlo das Doenças Trasmissíveis, Chan Choi Wan, e da médica assistente do Serviço de Infecciologia do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Tian Yakun.

Durante a conferência de imprensa, o Director Lo Iek Long referiu que, desde o primeiro caso importado da febre Chikungunya em Macau em finais de Julho até ao dia 11 de Outubro, foram registados 32 casos da doença em Macau, dos quais 24 importados e 8 locais. Tendo em conta a situação epidémica e a circulação de pessoas nas regiões vizinhas, o risco de importação da febre Chikungunha em Macau mantém-se. Além disso, nos últimos dias, o tempo em Macau ainda estava muito quente e chuvoso, criando condições ambientais favoráveis à proliferação dos mosquitos Aedes Albopictus, e nos dias 11 e 12 de Outubro, foram registados dois casos locais, aumentando assim o risco de propagação em Macau. Actualmente, os casos locais continuam a ser esporádicos e não ocorreram casos de infecção colectiva. Sob a liderança do Chefe do Executivo e sob a coordenação da Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, o Governo da RAEM, associações, instituições e toda a população envidaram esforços conjuntos para efectuar uma grande quantidade de trabalhos eficazes de prevenção e controlo, incluindo:

1. Controlo das fontes de infecção: tendo sido reforçada a medição de temperatura corporal nos postos fronteiriços, apelando aos residentes que apresentem sintomas como febre, dores nas articulações e erupção cutânea, devem recorrer de imediato ao médico, lembrando a equipa médica da linha da frente para reforçar os testes às pessoas suspeitas. Actualmente, são realizados diariamente mais de 20 testes em instituições médicas de Macau, o que permite a detecção precoce de casos.

2. Prevenção de mosquitos por parte dos residentes: através da iniciativa “Eliminação de água estagnada por todos os moradores” e de diversas actividades de promoção online e offline, são incentivados os residentes a dominar as “três medidas anti-mosquito”, ou seja, (1) eliminar regularmente águas estagnadas para evitar a proliferação de mosquitos; (2) utilizar redes mosquiteiras nas janelas, nas camas, ou ligar o ar condicionado, entre outras medidas para impedir a entrada de mosquitos nos domicílios; (3) ao realizar actividades no exterior, é melhor vestir roupas com mangas compridas e calças compridas, preferencialmente de cores claras e aplicar repelente de mosquitos contém DEET, de forma a evitar picadas de mosquitos.

3. Eliminação de mosquitos nos bairros comunitários: entre Julho e Setembro, foram concluídas 5300 inspecções e limpezas de água estagnada nos bairros comunitários (locais de alto risco), foram realizadas 1228 acções regulares de eliminação química de mosquitos (em locais com maior incidência de queixas de higiene), bem como eliminação de mosquitos nos 200 pontos de risco.

4. Prestação apoio à comunidade na eliminação de mosquitos: através dos programas “Comunidade Saudável, Empresas Saudáveis e Escolas Saudáveis”, em cooperação com a DSEDJ, o IAS, as Forças de Segurança, as instituições associativas, a Associação de Administração de Propriedades de Macau, entre outros, são apoiadas as instituições e estabelecimentos para estabelecerem uma capacidade independente de eliminação de mosquitos, no sentido de articular, caso necessário, com o Governo da RAEM nos trabalhos de eliminação de mosquitos a nível regional e em toda a cidade. Neste momento, já se formou mais de 400 trabalhadores para eliminação de mosquitos, que abrangem escolas, empresas e administração predial. Os Serviços de Saúde já têm em reserva cerca de 300 máquinas de eliminação de mosquitos, as empresas têm em reserva 40 e as escolas estão a adquirir 198 máquinas.

O Director dos Serviços de Saúde salientou que, face ao aumento do risco de propagação das duas febres em Macau, os Serviços de Saúde irão colaborar com os diversos serviços públicos no reforço da supervisão das entidades e estabelecimentos sob a sua tutela na implementação dos trabalhos de remoção da água estagnada e de eliminação química de mosquitos, tendo sensibilizado os residentes sobre os conhecimentos e a capacidade de prevenção e eliminação de mosquitos, através de vários canais. A par disso, caso se torne necessária a intensificação de controlo de mosquitos a nível regional e em toda a cidade, esperou que os residentes possam cooperar com o Governo na implementação simultânea das medidas de eliminação de mosquitos em interiores e exteriores, e que possam verificar, mais uma vez, se os equipamentos de prevenção de mosquitos são suficientes, por exemplo, se já estão instaladas redes nas janelas e portas. Caso haja mais mosquitos em ambiente doméstico, recomenda-se que os produtos, tais como incenso repelente de mosquitos e pulverização de mosquitos ou mata-mosquitos, estejam preparados no prazo de 10 dias.

A Chefe do CDC, Leong Iek Hou e a Chefe de Divisão, Chan Choi Wan apresentaram, respectivamente, a situação epidemiológica sobre a propagação das duas febres em Macau, a distribuição dos locais de risco, a situação geral das acções conjuntas de prevenção e controlo das febres, bem como as questões mais frequentes encontradas nas inspecções, entre outras. Actualmente, o risco de transmissão das duas febres é alto em Macau, e os pontos turísticos mais visitados são as Ruínas de São Paulo, as Portas do Cerco, a Praia do Manduco e a zona do Porto Interior. Até ao dia 11 de Outubro do corrente ano, foram registados 32 casos de febre Chikungunya, incluindo 8 casos locais e 24 casos importados, dos quais 53% foram casos com idade superior a 50 anos. Dos casos locais, 3 pessoas aposentadas ou que não têm emprego. 4 (80%) dos trabalhadores necessitam de trabalhar ao ar livre, neste contexto, as pessoas que trabalham ao ar livre e os idosos devem prestar especial atenção à prevenção. Durante a acção conjunta de prevenção e controlo das duas febres “Eliminação de água estagnada por todos os moradores”, foram efectuadas acções de sensibilização e educação junto de cerca de 21.500 famílias (cerca de 1/10 familiares de Macau), tendo-se realizada a educação directa em cerca de 6.200 famílias, e 1.400 receberam instruções para verificação das fontes de proliferação de mosquitos. Durante a acção, foram detectados 16 recipientes com larvas de mosquitos em cada 100 famílias. A água estagnada no domicílio é uma das principais fontes de proliferação de mosquitos, e os lugares mais comuns de acumulação de água em casa incluem copo de água para divindade, pia para vasos, recipiente sem tampa, pavimento da varanda, etc. O tempo médio do cíclo de vida de mosquitos, desde os ovos até aos adultos, é de cerca de 7 dias, por isso, os residentes devem proceder, pelo menos a cada 7 dias, à remoção de águas estagnadas nos domicílios, com vista a reduzir a densidade de mosquitos. Apela-se, mais uma vez, a toda a população para aplicar de forma adequada as “três medidas anti-mosquito”, para acabar com os mosquitos e colaborar com os trabalhos de prevenção e controlo do Governo da RAEM.

O Médico-Adjunto do CHCSJ, Chang Tam Fei, e a médica assistente, Tian Yakun apresentaram, respectivamente, a situação de tratamento de doentes com duas febres no Centro Hospitalar Conde de São Januário e as precauções a serem tomadas pelos residentes. Até ao dia 12 de Outubro, seis (6) doentes encontram-se internados no Centro Hospitalar Conde de São Januário devido às duas febres, dos quais quatro (4) foram confirmados casos da febre Chikungunya e dois (2) casos confirmados da febre de Dengue, não houve complicações graves. Tendo em consideração que os residentes de Macau e os profissionais de saúde mantêm-se em alta alerta, podendo ser detectados os casos na fase inicial, pelo que todos os casos confirmados se recuperaram bem após o tratamento. O tempo médio entre a manifestação dos sintomas e a confirmação dos casos é de 1,4 dias. Os Serviços de Saúde relembram, mais uma vez, aos residentes para recorrerem, de imediato, ao médico, em caso de apresentar sintomas suspeitos, tais como, febre, erupção cutânea, dores nas articulações, etc, devendo informar o médico da sua residência e história de viagem. Os médicos devem efectuar atempadamente o teste e a comunicação de casos suspeitos, e o Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde pode prestar os serviços de teste laboratorial para essas duas febres.

A febre Chikungunya, como a febre de Dengue é transmitida através da picada do mosquitoAedes albopictusinfectado pelo vírus, não sendo transmitida directamente entre os seres humanos. A eliminação das fontes de proliferação de mosquitos é a medida preventiva mais eficaz. Neste sentido, os residentes devem reforçar a eliminação das águas estagnadas, impedindo a proliferação de mosquitos, e não podem negligenciar a situação e tomarem as “três medidas anti-mosquito” para prevenir em conjunto as doenças transmitidas por mosquitos:

  1. Evitar a “proliferação” de mosquitos em casa, eliminando regularmente as águas estagnadas nos locais de trabalho e no ambiente circundante ao domicílio, de forma a erradicar a reprodução de mosquitos e larvas.
  2. Impedir a “entrada” de mosquitos em espaços interiores, através da aplicação de medidas, tais como a instalação de redes mosquiteiras nas portas e nas janelas, da utilização de mosquiteiros e de ar-condicionado, entre outras, de modo a reduzir a probabilidade de ser picada por mosquitos.
  3. Prevenir a “picada” de mosquitos. Quando tiver actividades ao ar livre, é melhor vestir roupa de mangas compridas e calças compridas, ambas de cores claras, assim como, aplicar repelentes de anti-mosquitos na pele exposta e na roupa, a fim de evitar as picadas de mosquitos.

Em caso de dúvidas, os residentes podem ligar para a linha aberta n.º 2870 0800 ou consultar a página electrónica sobre as doenças transmissíveis (https://www.ssm.gov.mo/Portal/csr/pt/main.aspx) e a página temática sobre a prevenção da febre de Dengue e da febre Chikungunya.

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