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Centro Hospitalar Conde de São Januário conclui a primeira cirurgia de implante cardíaco artificial em Macau | Melhoria contínua dos níveis de serviço médico

Fotografia da paciente com o Professor Zhang Xiaoshen, vice-presidente do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Jinan, e o Dr. Fan Sai Hou Alexandre, médico responsável do Serviço de Cirurgia Cardio-Torácica do CHCSJ

O Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) atribuiu sempre uma elevada importância ao desenvolvimento do sector médico e da saúde na região. O Governo está empenhado em reforçar a colaboração de saúde com os principais estabelecimentos hospitalares da região, complementando as vantagens em prol de optimizar a qualidade dos serviços médicos de Macau e proporcionar aos residentes melhores serviços de cuidados de saúde. Em conformidade com os dados recentemente divulgados, foi realizado com êxito, no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) dos Serviços de Saúde, em colaboração com a equipa de cirurgia cardiotorácica do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Jinan, o primeiro procedimento cirúrgico de implantação de coração artificial em Macau. Este facto simboliza um progresso significativo na cirurgia cardíaca em Macau, constituindo a primeira implantação em Macau de um coração artificial totalmente levitado magneticamente, desenvolvido de forma autônoma no Interior da China.

A intervenção cirúrgica foi realizada numa paciente de 68 anos, do sexo feminino, em Macau, com insuficiência cardíaca terminal. A condição apresentada era complexa e a intervenção cirúrgica, desafiante. No período pré-operatório, as equipas médicas dos dois estabelecimentos hospitalares realizaram uma consulta colegial multidisciplinar com o propósito de avaliar de forma abrangente o estado da paciente. O plano cirúrgico e o plano de resposta a emergências foram sujeitos a uma revisão meticulosa, com o objectivo de assegurar a realização do procedimento de forma tranquila. Durante o procedimento cirúrgico, a paciente foi submetida a uma perfuração ventricular esquerda e à implantação de um coração artificial totalmente levitado magneticamente, sob anestesia geral e com circulação extracorporal assistida. Posteriormente, o cabo de alimentação foi ligado a um dispositivo externo. Após a activação do coração artificial, utilizando tecnologia de levitação magnética, foi iniciado o bombeamento de sangue para a aorta ascendente, estabelecendo um estado de circulação paralelo entre o coração da paciente e o coração artificial. O coração artificial totalmente levitado magneticamente utilizado na cirurgia foi desenvolvido de forma independente no Interior da China, apresentando baixa hemólise e alta durabilidade. O seu desempenho técnico está em conformidade com as normas internacionais, reduzindo eficazmente os danos sanguíneos e a trombose, melhorando, deste modo, a taxa de sobrevivência e a qualidade de vida da paciente. No período pós-operatório, a paciente apresentou uma recuperação satisfatória, com a resolução dos sintomas de insuficiência cardíaca e a restauração da sua mobilidade habitual. O concebimento leve do dispositivo teve um impacto mínimo na vida diária da utilizadora.

Os Serviços de Saúde salientaram que, no passado, os doentes com insuficiência cardíaca terminal só podiam contar com o transplante cardíaco como tratamento para a insuficiência cardíaca terminal. Actualmente, a implantação de um dispositivo de assistência ventricular esquerda (coração artificial) é considerado o tratamento mais eficaz, excepto no caso de transplante. Este procedimento cirúrgico é recomendado para pacientes com insuficiência cardíaca terminal que não responderam adequadamente ao tratamento farmacológico e que foram avaliados por uma equipa multidisciplinar para serem elegíveis para o implante cirúrgico, podendo melhorar eficazmente os sintomas da insuficiência cardíaca e prolongar a esperança de vida.

A insuficiência cardíaca apresenta-se como uma patologia grave e progressiva. Os principais sintomas incluem dificuldade respiratória em repouso, incapacidade de dormir deitado, dificuldade respiratória paroxística noturna, edema generalizado (inchaço das pernas e tornozelos, ascite, etc.), desconforto abdominal (distensão abdominal, perda de apetite, náuseas) e tosse e expectoração persistentes (expectoração espumosa branca ou rosada). Os pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca recorrente mais de duas vezes por ano, que apresentam intolerância a medicamentos padrão para insuficiência cardíaca e começam a exibir insuficiência renal (por exemplo, elevação dos níveis de creatinina e oligúria), necessitando de doses mais elevadas de diuréticos para manter a estabilidade da condição, devem procurar intervenção cirúrgica o mais brevemente possível. No caso de a insuficiência cardíaca atingir a fase terminal, os medicamentos apresentam uma resistência significativa à reversão e o efeito de medicamentos padronizados anti-insuficiência cardíaca mostra-se ineficaz. Após o diagnóstico, a taxa de mortalidade ao fim de um ano para pacientes com insuficiência cardíaca terminal pode atingir 50%. A avaliação médica imediata e o tratamento cirúrgico imediato, como a implantação de um dispositivo de assistência ventricular esquerda ou o transplante cardíaco, podem proporcionar melhorias significativas na sobrevivência e na qualidade de vida.

A conclusão com sucesso da primeira cirurgia de implante cardíaco artificial em Macau representa um avanço significativo no tratamento da insuficiência cardíaca terminal na região. Este desenvolvimento tecnológico preenche uma lacuna significativa no atendimento médico, oferecendo uma alternativa viável e segura para os pacientes que não são elegíveis para transplante cardíaco ou que não podem aguardar por uma intervenção cirúrgica. Ademais, através da colaboração com as principais equipas médicas do Interior da China, o CHCSJ não só dominou as técnicas cirúrgicas avançadas, como também estabeleceu um sistema abrangente de cuidados e gestão pós-operatória, permitindo que os doentes recebam cuidados médicos contínuos e profissionais localmente. Além disso, este caso acumulou uma experiência valiosa para as cirurgias cardíacas complexas subsequentes do CHCSJ, contribuindo para o desenvolvimento da tecnologia médica em respectivos serviços/ unidades, fomentando o cultivo de talentos médicos locais e aprimorando a tecnologia médica. Num futuro próximo, o CHCSJ prevê um incremento substancial nas suas actividades de intercâmbio e colaboração com as principais equipas médicas do Interior da China, para envidar esforço para proporcionar serviços médicos de elevada qualidade aos residentes de Macau.

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