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Serviços de Saúde: Divulgados os dados sobre doenças de declaração obrigatória em Outubro de 2025 para o público conhecer a tendência do desenvolvimento das doenças transmissíveis e efectuar a gestão preventiva das doenças

medidas de prevenção da infecção de gripe e de outras doenças transmissíveis_01

Com o objectivo de prosseguir com a monitorização da tendência epidemiológica das doenças transmissíveis em Macau e de conceber medidas de prevenção e controlo adequadas, os Serviços de Saúde, de acordo com a «Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis» e o «Mecanismo de declaração obrigatória de doenças transmissíveis», exigem que os responsáveis das instituições médicas públicas ou privadas, os médicos que efectuem o primeiro diagnóstico, os médicos que preencham o certificado de óbito e os técnicos de diagnóstico laboratorial, devem declarar, no prazo legal, os casos de doenças transmissíveis aos Serviços de Saúde. Actualmente, existem 45 tipos de doenças em Macau que necessitam de declaração obrigatória. Os Serviços de Saúde efectuam periodicamente a análise e avaliação dos dados declarados, bem como divulgam os dados de monitorização, permitindo ao público conhecer a tendência do desenvolvimento das doenças transmissíveis, aumentando a consciência de prevenção de doenças e fazendo uma boa gestão de saúde.

Em Outubro de 2025, os Serviços de Saúde registaram um total de 3.828 casos de doenças de declaração obrigatória. As três (3) doenças com maior número de casos foram a Influenza (3.505 casos), a infecção por enterovírus (202 casos), e a escarlatina (25 casos). As doenças que apresentaram alterações significativas em relação ao mês anterior foram a Influenza (aumento de 226,7%), a infecção por enterovírus (aumento de 92,4%) e a escarlatina (aumento de 25,0%).

Influenza

Em Outubro, foram registados 3.505 casos de influenza, o que corresponde a um aumento significativo, em relação aos 88 casos registados no mês homólogo de 2024, e um aumento de 226,7% em relação aos 1.073 casos registados no mês anterior.

A influenza é uma doença respiratória aguda altamente contagiosa. A sua incidência é predominante no Inverno e na Primavera (de Janeiro a Março) e no Verão (de Junho a Agosto). Em Macau, os tipos de gripe mais frequentes são a gripe A (H1N1 e H3N2) e a gripe B. A transmissão principal do vírus influenza é efectuada pelo ar, pelas gotículas de saliva ou pelo contacto directo com as secreções orais e nasais dos doentes. Os sintomas comuns incluem febre, dores de cabeça, dores musculares, corrimento nasal, dor de garganta e tosse. Embora a maioria dos doentes possa recuperar sem tratamento, os idosos, os bebés, as crianças e os doentes com doenças crónicas podem sofrer de complicações como bronquite, pneumonia, entre outras. A vacinação contra a gripe sazonal constitui o método mais eficaz de prevenção.

Infecção por enterovírus

Em Outubro, foram notificados um total de 202 casos de infeção por enterovírus, o que representa um aumento de 42,3% em relação aos 142 casos registados no mesmo mês do ano anterior e um aumento de 92,4% face aos 105 casos registados no mês anterior.

A infecção por enterovírus pode ser causada pelo vírusCoxsackie, echovírus e enterovírus 71. A infecção pelo enterovírus ocorre durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no verão que tem maior incidência. Este vírus é a fonte de várias doenças, sendo as mais ligeiras e frequentes, tais como a síndrome mão-pé-boca e a herpangina e, o mesmo também pode causar complicações graves, como miocardite e meningite asséptica.

A infecção por enterovírus ocorre na maioria dos casos em crianças com idade inferior a cinco (5) anos. O período de incubação varia de três (3) a sete (7) dias, e a transmissão faz-se por contacto directo com fezes dos doentes infectados, gotículas de saliva ou com materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto da síndrome mão-pé-boca, que é uma doença altamente contagiosa. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas que não provocam dores nem comichão nas palmas das mãos, pés e nádegas, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vermelhas vão desaparecer gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão do enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente podem conter estes vírus.

Escarlatina

Em Outubro, foram notificados um total de 25 casos de escarlatina, o que representa uma diminuição de 52,8% em relação aos 53 casos registados no mesmo mês do ano anterior e um aumento de 25,0% em relação aos 20 casos registados no mês anterior.

A Escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). Geralmente, o período de incubação é de 1 a 3 dias. Esta doença é transmitida principalmente através de contacto com as secreções orais ou respiratórias ou salpicos de saliva de doentes infectados. Uma vez que esteja infectado, o doente fica numa situação de elevado contágio, quer antes, quer depois da manifestação da doença. As pessoas podem contrair escarlatina em qualquer período do ano e o pico desta doença ocorre geralmente na Primavera e no Inverno e infecta principalmente crianças entre os dois (2) e os oito (8) anos de idade. Os principais sintomas são febre, dor de garganta, língua com aspecto semelhante a um morango e prurido. As erupções aparecem frequentemente no pescoço, no tórax, nas axilas, nas fossas cubitais, na virilha e no lado interno das coxas. As erupções cutâneas típicas da escarlatina não aparecem no rosto e a pele da região afectada geralmente torna-se muito áspera. Após o desaparecimento das erupções cutâneas, a pele manifesta escamação. O tratamento eficaz pode ser conseguido através da administração de antibióticos. Sem tratamento adequado esta doença pode sofrer complicações, nomeadamente com o aparecimento de otite média, febre reumática, doença renal, pneumonia, linfadenite, artrite, etc. Não existe vacina contra a escarlatina.

Febre de dengue e febre chikungunya

Em Outubro, foram notificados doze (12) casos importados de dengue e 17 casos de febre chikungunya (3 locais e 14 importados).Tanto a dengue como a chikungunya são doenças infecciosas transmitidas pelos mosquitos Aedes albopictus ou Aedes aegypti, com sintomas, vias de transmissão e métodos de prevenção e controlo semelhantes. O período de incubação da dengue é normalmente de quatro (4) a sete (7) dias, sendo os sintomas febre, dores de cabeça, dores nas costas, dores musculares e articulares, bem como erupções cutâneas. Os casos graves podem incluir hemorragia e choque. O período de incubação da febre chikungunya é normalmente de três (3) a sete (7) dias, com sintomas caracterizados sobretudo por febre, dores articulares intensas e erupção cutânea. Os sintomas são, normalmente, ligeiros e duram vários dias, sendo os casos graves e as mortes raros. No entanto, a dor articular pode ser suficientemente grave para limitar as actividades diárias e persistir durante semanas ou meses.

Para reduzir o risco de contrair a gripe e outras doenças infecciosas, os Serviços de Saúde recomendam que os residentes consultem a seguinte infografia para reforçar as medidas de protecção individual.

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