Os Serviços de Saúde incubiram, nos anos 2008 e 2009, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) da realização do "Estudo sobre o Consumo de Tabaco pela População de Macau", a fim de compreender melhor a situação actual de consumo de tabaco na população de Macau. No ano de 2011, os Serviços de Saúde incubiram mais uma vez a DSEC de organizar o respectivo estudo.
De acordo com os resultados do Estudo: em 2011, a taxa de consumo de tabaco da população de Macau com idade igual ou superior a 15 anos é de 16,9%, sendo este resultado sobre o consumo de tabaco semelhante ao observado no período passado (para os detalhes vide o mapa I); As taxas de consumo de tabaco do sexo masculino e feminino com idade igual ou superior a 15 anos em Macau são de 31,4% e 3,8% respectivamente. A taxa de consumo de tabaco mais alta para fumadores do sexo masculino é registada entre os 35 e 44 anos (40,7%), enquanto que a taxa mais alta para fumadores do sexo feminino é registada entre os 25 e 34 anos (5,2%). Os fumadores do sexo feminino são mais jovens do que os do sexo masculino; Através da análise da taxa de consumo de tabaco dos diferentes grupos etários, constatou-se que as taxas de consumo de tabaco do grupo com idades entre os 35 e 44 anos e do grupo com idades entre os 45 e 54 anos são as mais altas, sendo de 19,9% e 19,8% respectivamente; Através da análise da taxa de consumo de tabaco nos grupos com diferentes níveis de educação, constatou-se que a proporção de consumo de tabaco pelos fumadores com o grau de ensino primário é mais alta, atingindo 20,9%; Para as pessoas que consomem tabaco diariamente, 48,7% fumam 11 a 20 cigarros por dia. Em geral, os fumadores diários de tabaco com idade igual ou superior a 35 anos consomem mais cigarros por dia. Além disso, os que possuem um nível mais baixo de educação consomem mais cigarros.
Há cerca de 26,8% utilizadores de tabaco que tentaram cessar de fumar. A taxa de cessação de fumar dos utilizadores de tabaco ocasionais é mais alta do que a dos utilizadores diários, sendo de 37,2% e 26.2% respectivamente; As taxas de exposição ao fumo passivo nos domicílios, nos recintos fechados dos estabelecimentos de restauração, assim como nos locais de trabalho dos residentes de Macau são de 30,3%, 93,0% e 53,6% respectivamente. Geralmente, a taxa de exposição dos fumadores ao fumo passivo é mais alta do que a dos não fumadores. Vide anexo o Mapa 1 A par disso, aplicando o "Estudo Global sobre o Consumo do Tabaco pelos Jovens" (Global Youth Tobacco Survey, GYTS), os Serviços de Saúde organizaram o "Estudo sobre o Consumo do Tabaco pelos Jovens de Macau" nos anos 2000 e 2005, respectivamente, tendo utilizado, como metodologia de investigação, o inquérito por questionário padronizado de GYTS. Para dar continuidade e acompanhar a situação de consumo do tabaco pelos jovens do território e para recolher os respectivos dados, os Serviços de Saúde realizaram em 2010, a terceira edição deste projecto de estudo do tabagismo entre os jovens. Os destinários do estudo incluem 23 escolas e um total de 1830 estudantes participantes, situando-se a taxa de retorno em 88,7%.
Em conformidade com os resultados: entre os jovens dos 13 aos 15 anos de idade de Macau em 2010, 9,5% consomem tabaco, dos quais 8,2% são do sexo masculino e 10,9% são do sexo feminino. O estudo mostrou uma tendência de rejuvenescimento e feminização naquele grupo em relação à taxa de consumo de tabaco (vide o mapa II); 40% dos estudantes tiveram contacto com o fumo passivo no domicílio, enquanto mais de 60% nos espaços públicos. Segundo o estudo, a situação da exposição ao fumo passivo em jovens é cada vez grave. Para além disso, 66,9% dos estudantes apoiam a proibição de fumar nos espaços públicos, apresentando um acréscimo de 3,8% em relação ao ano de 2005 (63,1%); Entre os actuais estudantes fumadores com idade compreendida entre os 13 e 15 anos, 56,6% desejam deixar de fumar, registando um aumento de 14,5% em relação ao ano de 2005 (42,1%).
Os Serviços de Saúde esperam que, após a entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2010 do Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo (ou seja, a nova lei de controlo do tabagismo), os cidadãos possam estar melhor protegidos quanto aos malefícios do fumo passivo, através da execução efectiva da lei e do desenvolvimento das respectivas actividades promotoras e de educação, assim como da elaboração das políticas de controlo do trabagismo a longo prazo, de acordo com as respectivas orientações da Convenção Quadro para o Controlo do Tabaco da Organização Mundial de Saúde, a fim de proteger a população em geral em relação aos malefícios do tabaco, como por exemplo, prestação dos aperfeiçoados serviços da cessação tabágica, asseguração da proibição da publicidade ao tabaco, da sua promoção e patrocínio, preconização do aumento dos impostos sobre tabaco, estímulo da cessação tabágica junto dos fumadores, redução da taxa de uso do tabaco pelos cidadãos. Além disso, toda a população continuará a promover em conjunto a cultura sem fumo, estabelecendo um ambiente sem fumo nas comunidades, visando proteger a saúde em geral. Vide anexo o Mapa 2