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Reforço na preservação ecológica e desenvolvimento das funções das zonas húmidas


As zonas húmidas, florestas e oceanos são considerados os elementos que compõem os três ecossistemas do planeta. Nas terras húmidas, que se situam entre o ecossistema terrestre e o ecossistema aquático na forma de uma faixa transitória, cuja terra mergulha na água e que forma um ambiente específico, há uma vasta flora muito característica das zonas húmidas. Espalhado amplamente, no mundo, o importante ecossistema das zonas húmidas possui numerosos recursos da vida selvagem. É nas zonas húmidas que muitas das aves aquáticas de espécies raras se reproduzem e para aqui migram, constituindo, portanto um autêntico “Paraíso das aves”. Dignas do nome “Rim do Planeta” por terem as poderosas funções da purificação ecológica, as zonas húmidas são consideradas ainda como o ecossistema que contribui com as melhores funções ecológicas. Em comemoração da assinatura, por diversos países, da Convenção de Ramsar, também conhecida como Convenção sobre as Zonas Húmidas, visada à conservação e uso sustentável das zonas húmidas e seus recursos no mundo, em 2 de Fevereiro de 1971, foi decidido que dia 2 de Fevereiro de cada ano é o “Dia Mundial das Zonas Húmidas”. Consideram-se componentes essenciais das zonas húmidas os seguintes 4 elementos: a terra húmida, a área de água, as plantas típicas das zonas húmidas e os animais das zonas húmidas. As plantas das zonas húmidas, o produtor na cadeia biológica, proporcionam alimentos e energia para os animais consumidores destas zonas. A grandiosa e vasta área de zonas húmidas onde se vêem aves aquáticas a voar, as plantas verdes e vigorosas na superfície da água com um tom de cor água-marinha e o silêncio da natureza que paira sobre toda a área apresentam-nos, realmente, uma infinita beleza para além de constituírem uma base natural de diferentes espécies genéticas e um banco de sementes. Situada a oeste da foz do Rio das Pérolas, Macau usufrui de um clima quente e húmido num longo período do ano. Anualmente, grandes quantidades de sedimentos acumulam-se no litoral fazendo com que a água do mar nesta zona se torne turba. Além disso, as marés suaves da zona costeira tendem a alargar cada vez mais as margens das costas de Macau. A zona húmida do Cotai, a maior de Macau, foi formada na década noventa do século passado. Em 2003 o governo de Macau classificou as zonas húmidas, com uma área de 55 hectares a oeste dos aterros da Taipa e Coloane, como Zonas Ecológicas do Cotai, designadamente: 15 hectares da zona de repouso das aves (a Zona Ecológica I) e 40 hectares da zona de protecção de mangal e alimentação das aves (a Zona Ecológica II), por forma a reforçar a gestão integral dos recursos e do ambiente das zonas húmidas, proporcionando óptimas condições para os já raros colheireiro-de-cara-preta e para as mais de 50 outras espécies de aves migratórias se alimentarem e nidificarem. Devido ao ainda curto período de existência destas zonas húmidas, podem ser encontradas nas zonas ecológicas do Cotai plantas herbáceas, cujo habitat se distribui nas zonas mais afastadas das margens, onde, por isso, ainda não se formou nenhum bioma estável. Nas zonas ecológicas do Cotai foram também se desenvolveram recursos naturais em quantidade e, segundo os dados verificados nos últimos anos, foi registado o aparecimento de 81 espécies de plantas, 20 espécies de peixes, 11 espécies de moluscos, 25 espécies de insectos e de 13 espécies de crustáceos. Os seres vivos e alimentos ali encontrados atraem mais de 120 espécies de aves migratórias e indígenas que ali nidificam e procuram alimentos, designadamente o colhereiro-de-cara-preta (espécie exótica), a garça-branca-grande, o milhafre-preto (Milvus migrans), a águia oriental (Haliaeetus leucogaster), a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), o falcão-peregrino (Falco peregrinus), a garceta grande (Centropus sinensis), etc. Em 2010, foi verificada a presença de 53 colhereiros-de-cara-preta (espécie exótico) nas Zonas Ecológicas, no Cotai. A DSPA segue o princípio da conservação dos elementos das zonas ecológicas, sobre os quais está a ser promovida a educação ambiental. As acções de melhoria de conservação ecológica englobam o reforço da gestão; a manutenção da biodiversidade nas zonas húmidas. No Outono do ano transacto, foram alargadas e aprofundas as zonas alagadas da Zona Ecológica 1, desocupando ervas daninhas, escavando canais artificiais, construindo recifes e tanques para os peixes procurar alimentos, cultivando plantas de vedação. Devido à área reduzida das margens nas zonas ecológicas do Cotai e à importância e responsabilidade na conservação ecológica, torna-se necessária a remoção atempada das espécies com baixo valor ecológico. A excessiva proliferação de acanthus ilicifolius e sonneratia apetala (plantas invasoras) provoca a redução da área de habitat para aves migratórias e seres bentónicos. Em 2010, foram removidas as acanthus ilicifolius encontradas no lado norte do Ponte Flor do Lótus e cortadas 100 sonneratia apétala, com vista a alargar a área de alimentação para as aves ali procurarem alimentos e tenham mais espaço de actividade. Concluída a desocupação das margens lodosas, logo se verifica a presença de uma grande quantidade de garças a procurarem alimentos nas zonas intertidais então expostas. Foi também levado a cabo acções de conservação da Zona Ecológica 2, nomeadamente o aprofundamento das valas escavadas para que os seres vivos aquáticos tenham mais espaço de actividade. No futuro, serão realizados, nas zonas ecológicas, o controlo das plantas invasivas nas zonas húmidas; o cultivo gradual de plantas indígenas adequadas às zonas húmidas, com vista a transformar a simples estrutura ecológica das zonas húmidas, denominadas plantas herbáceas, num novo bioma estruturado por plantas diversificadas adequadas às zonas húmidas; e serão removidas as plantas invasivas como mikania micrantha e wedelia trilobata que serão substituídas por plantas lenhosas. Visando melhorar aproveitar os valiosos recursos das zonas húmidas na RAEM, foram instalados, no exterior das zonas, vários observatórios de aves e painéis informativas, a DSPA, por sua vez, irá continuar a organizar visitas destinadas aos estudantes do ensino primário e secundário e aos cidadãos, com vista a intensificar a consciência da população sobre a importância da protecção das zonas húmidas. Em 2010, foram recebidos mais de 500 visitantes locais e do exterior que procuravam conhecer melhor a conservação ecológica e as zonas húmidas.