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70% dos moradores da Barra concordam com a reabilitação, preservação e embelezamento, a equipa de investigação propõe que a Barra seja a zona piloto


Na sequência do levantamento da situação dos moradores do Bairro da Barra, realizado pelo Instituto de Estudo do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, por incumbência do Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos, e mediante a análise comparativa com o levantamento da situação dos moradores da Zona da Praia do Manduco, realizado em 2009, bem como mediante a avaliação geral, verificou-se que cerca de 80% dos moradores e lojistas do Bairro da Barra têm mais conhecimento do que os da Zona da Praia do Manduco no que respeita ao modo de reordenamento dos bairros antigos. Cerca de 70% moradores entrevistados consideram que a “reabilitação”, a “conservação e preservação” e o “embelezamento de arruamentos” são modos mais adequados ao desenvolvimento do Bairro. A equipa de investigação propõe que o Bairro da Barra seja utilizado como zona piloto do reordenamento de bairros antigos, no sentido de, através da experiência adquirida, estender os trabalhos de reordenamento até outros bairros antigos, consoante as suas próprias condições e particularidades, com vista a optimizar o ambiente e elevar a vitalidade da zona. A fim de proceder ao estudo, de forma geral, do planeamento do reordenamento dos bairros antigos e à elaboração de medidas, o Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos encarregou o Instituto de Estudo do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau de efectuar, no período compreendido entre Outubro e Novembro de 2010, um levantamento da situação dos moradores do Bairro da Barra, sob a forma de inquérito domiciliário, com base no levantamento da situação dos moradores da Zona da Praia do Manduco. O levantamento cobriu 104 edifícios que se localizam entre a Calçada da Barra e Rua do Lilau, num total de 1,300 fracções habitacionais e lojas comerciais. Por fim, foi possível entrevistar 927 fracções habitacionais e 56 lojas comerciais, tendo as taxas de sucesso do levantamento atingido respectivamente os 76% e 55%. Cerca de 80% dos entrevistados têm conhecimento dos quatro modos de reordenamento Conforme mostra o resultado da análise comparativa dos dados arrumados, as características dos agregados familiares do Bairro da Barra são praticamente iguais às das constantes do levantamento feito junto da Zona da Praia do Manduco. Dos 887 questionários recolhidos das fracções habitacionais, 90% dos entrevistados são residentes permanentes em Macau há mais de 15 anos e cerca de 50% têm idade entre 35 e 54 anos. Além disso, 78% são proprietários das fracções habitacionais, dos quais 43% adquiriram a sua propriedade há mais de 16 anos,.o que reflecte que moram predominantemente nesta zona velhos moradores. No que respeita às características dos lojistas, dos 34 questionários recolhidos, 68% são proprietários, dos quais 48% adquiriram a sua propriedade há mais de 10 anos. Os ramos de actividade que os lojistas daquele Bairro exercem são principalmente os de venda por grosso e a retalho e obras de benfeitoria. 40% dos lojistas entrevistados exploram actividades no Bairro há mais de 10 anos enquanto 80% não têm empregados ou só empregam 1 a 5 trabalhadores, o que é semelhante ao resultado do levantamento obtido da Zona da Praia do Manduco, sendo pequenas e médias empresas que exercem actividades a médio e longo prazo. No entanto, a percentagem de desocupação das lojas daquele bairro é de 38%, mais elevada do que a Zona da Praia do Manduco. No âmbito deste levantamento, foram também questionados sobre a sua intenção perante o reordenamento. Verificou-se que a percentagem do conhecimento dos moradores entrevistados relativamente aos quatro modos de reordenamento é de 77,3%, contra os 60,6% da Zona da Praia do Manduco. É de salientar que cerca de 70% dos entrevistados concordaram que a “reabilitação”, “conservação e preservação” e “embelezamento de arruamentos” são os modos mais adequados ao reordenamento da Barra. Entretanto, a maioria dos moradores entrevistados estavam dispostos a fazer reparações nas partes comuns dos edifícios, considerando que a reparação pode contribuir para aumentar a segurança e a vida do edifício e melhorar o ambiente habitacional, para além de permitir a obtenção do subsídio, o que coincide com o resultado do levantamento da Zona da Praia do Manduco. Satisfeitos com o ambiente e a arborização do bairro Por outro lado, os moradores entrevistados estão de forma geral “satisfeitos ou muito satisfeitos” com o que foi feito no Bairro da Barra no que respeita à protecção ambiental, arborização e instalações públicas, o que é contrário ao resultado do levantamento da Zona da Praia do Manduco. Segundo a equipa de investigação, isto deve-se provavelmente ao facto de o Governo da RAEM ter levado a efeito, nos últimos três anos, o embelezamento de arruamentos do Centro Histórico em que o Bairro da Barra se insere. Porém, os moradores das duas zonas mostraram-se “insatisfeitos ou muito insatisfeitos” com a situação rodoviária, esperando que possam ser criados mais lugares de estacionamento público. Segundo a recomendação da equipa de investigação, ao levar a efeito o reordenamento do bairro, o Governo deve recorrer principalmente aos modos de conservação e preservação, reabilitação e embelezamento de arruamentos, sem que necessite de proceder à reconstrução e grandes intervenções de demolição e construção, com vista a manter a textura e as particularidades comunitárias da Barra. Mais sugere que seja tomado o Bairro da Barra como zona piloto do reordenamento de bairros antigos, no sentido de, através da experiência adquirida, estender os trabalhos de reordenamento até outros bairros antigos. E ao mesmo tempo, devem ser feitos trabalhos diferentes de embelezamento de arruamentos, consoante as próprias condições e particularidades dos diferentes locais, em articulação com as instalações públicas dos bairros e o sistema de trânsito, com vista a optimizar o ambiente, aumentar a beleza e elevar a vitalidade das zonas, promovendo o desenvolvimento económico.