Tendo em consideração a necessidade de diminuir os eventuais impactos que as obras de construção do túnel fluvial para acesso ao campus da Universidade de Macau na Ilha da Montanha (designadas adiante por “obras do túnel da UMAC”) poderão originar sobre o ambiente ecológico de Macau, o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas exigiu ao empreiteiro a contratação de uma instituição profissional para proceder à avaliação rigorosa do impacto ambiental das referidas obras e para, ao mesmo tempo, controlar, inspeccionar e acompanhar com rigor, juntamente com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), a execução dos trabalhos que o empreiteiro tenha que levar a cabo resultantes do relatório de avaliação ambiental. Por sua vez, a DSPA encontra-se a desenvolver vários trabalhos no sentido de optimizar a Zona Ecológica II e a transplantação de mangues, a fim de garantir a conservação do ambiente ecológico. No intuito de minorar os impactos das obras do túnel da UMAC na área Sul da Zona Ecológica II, onde se alimentam as aves migratórias, a DSPA iniciou, já em Outono de 2010, várias acções de optimização na área Norte dessa Zona Ecológica, designadamente: 1) Eliminação de acanthus ilicifolius, de baixo valor ecológico, que se encontravam nas margens, de modo a alargar a área em que se alimentam as aves migratórias;
2) Escavação de valas com vista a embelezar o perfil das margens;
3) Construção de ilhas e recifes para descanso das aves. À medida que se vão concluindo estas acções, têm-se observando um aumento do número de garças que chegam às margens desocupadas para aí se alimentarem. Por outro lado, na zona onde estão a ser construídas as ensecadeiras nos dois lados do túnel em obras, de entre as 5 espécies de mangues existentes - avicennia marina, aegiceras corniculatum, kandelia candel, acanthus ilicifolius e Sonneratia apétala-, havia duas espécies que ocupavam efectivamente uma considerável área nas margens e que deverão ser eliminadas por estarem a prejudicar o crescimento das outras: a Sonneratia apetala, espécie de origem invasora, e a acanthus ilicifolius, de pouco valor ecológico. Segundo opinião de especialistas do mangue, como o mangal normalmente cresce em margens de lama, os motivos da sua relativamente baixa taxa de sobrevivência, em geral, quando replantados, têm a ver com as características do local em que vivem: impacto da maré, acumulação da areia do mar, e dificuldade de enraizamento, entre outros. A taxa de sobrevivência dos mangues replantados e com elevada idade é inferior à 10%. Tendo como objectivo evitar uma diminuição acentuada dos mangues originais, com valor ecológico, que se encontram nesta Zona Ecológica, a DSPA irá replantar total de 250 plântulas de avicennia marina e aegiceras corniculatum (com menos de 3 anos de idade) que se encontram na zona do túnel. A DSPA e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) tinham efectuado, em Outubro de 2009, a recolha de sementes de mangal que, já se encontram desenvolvidos em plântulas. Durante o referido processo de replantação, 240 plântulas serão deslocadas, ou seja, na totalidade serão deslocadas 490 plântulas de mangal. Para valorizar os já preciosos recursos existentes junto às margens, bem como restaurar o estado e o aspecto paisagístico após a conclusão da obra de construção do referido túnel, a DSPA e o IACM irão recolher sementes e cultivar plântulas de mangal, com vista a efectuarem a respectiva replantação, após concluída a obra, e continuarão a proceder à recolha e geminação de sementes para elevar a taxa de sobrevivência do mangal transplantado. Visando conhecer de forma profunda e abrangente os dados de referência relativos à Zona Ecológica II, a DSPA solicitou à National Sun Yat-sen University a realização de uma pesquisa sistemática sobre a ecologia, a qualidade da água e sobre os sedimentos na Zona Ecológica II. O GDI e a DSPA irão controlar rigorosamente e acompanhar o cumprimento, por parte do empreiteiro, do «Relatório de Impacte Ambiental» relativo à execução da obra em causa, submetido ao Instituto das Ciências Ambientais do Sul da China, do Ministério de Protecção Ambiental, das leis, normas e especificações técnicas estabelecidas no sector da construção, bem como «Propostas e medidas para a protecção ambiental durante o período de execução no local e nas zonas ecológicas da RAEM», «Propostas e medidas para a monitorização ambiental durante o período de execução», «Propostas para o controlo de poluição durante o período de execução», e «Instruções e medidas de protecção ambiental», tendo por objectivo minimizar o impacto que a obra possa eventualmente provocar na qualidade do ambiente nas zonas envolventes. Foi também solicitada a supervisão da execução da obra por entidades de monitorização e de fiscalização independentes. A construção do túnel Macau – Ilha da Montanha iniciou-se em 5 de Novembro de 2010, consistindo esta primeira fase na construção da ensecadeira nos dois lados do túnel. Está previsto que o enchimento de sacos de areia e a ensecadeira possam ser concluídos no primeiro trimestre deste ano, seguindo-se-lhe a realização de outras obras de geotécnicas, nomeadamente a injecção de cimento a pressão nas ensecadeiras, procurando que esta fase da obra seja concluída no 2.° trimestre, ou antes da época de maior pluviosidade, para garantir boas condições para a construção do túnel. A instalação de cabos subterrâneos e os trabalhos preparativos relativos às infra-estruturas do lado de Macau serão concluídos também dentro do primeiro trimestre deste ano. A seguir a esses trabalhos serão realizados a replantação das plantas e a deslocação de equipamentos de lazer, procurando criar as condições necessárias para que o projecto possa ser iniciado até ao 2.° trimestre deste ano.