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Família de 4 elementos foi transportada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário intoxicada por inalação de gases


Na manhã do dia 6 de Março, uma família com 4 elementos foi conduzida para o Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário por uma ambulância do Corpo de Bombeiros por suspeita de intoxicação por inalação de gases. Ao chegarem ao Hospital, 2 das vítimas, do sexo feminino e com idade adulta, entraram em coma; outra das vítimas, do sexo masculino e com idade adulta e uma criança do sexo masculino estavam conscientes. Até às 17:00 horas, o estado dos dois doentes do sexo feminino é crítico e grave, respectivamente; a vítima do sexo masculino já teve alta do CHCSJ; mas a criança está em observação, sendo o seu estado normal.
De acordo com as informações apresentadas pela vítima do sexo masculino, o caso ocorreu numa das fracções autónomas do Edifício Kin Wa, localizado na Estrada Marginal da Areia Preta. Cerca das 9:00 horas, a família em apreço incluindo a vítima do sexo masculino, a sua sogra, a empregada doméstica e o filho da vítima do sexo masculino sentiram, de repente, um odor intenso na sala de estar, abriram a porta e as janelas, saindo de sala para o terraço para apanhar ar fresco. A seguir, após o desaparecimento do cheiro, voltaram para a sala e a empregada doméstica continuou a trabalhar na cozinha.
Passado um pouco, verificou-se que a empregada doméstica perdeu a consciência caindo no chão da cozinha. Então, a vítima do sexo masculino e a sua sogra aproximaram-se para levantá-la, mas ficaram, entretanto, inconscientes. Após a recuperação da consciência, a vítima do sexo masculino recorreu aos vizinhos para informar a polícia. Estas 4 pessoas afectadas foram conduzidas por uma ambulância do Corpo de Bombeiros ao CHCSJ. Nesta altura, a empregada doméstica perdeu temporariamente a respiração e os batimentos cardíacos e, após socorro urgente, foi internada na Unidade de Cuidados Intensivos e entrou em coma profundo, precisando de ventilador. O seu estado é crítico. Por sua vez, a sogra da vítima do sexo masculino entrou em coma ao chegar ao CHCSJ, e até agora ainda não recuperou a consciência completa, sendo o seu estado considerado grave. O rapaz afectado porque não entrou na cozinha, não foi intoxicado por inalação de gases e o seu estado é normal, estando embora em observação no CHCSJ. A vítima do sexo masculino após observação e tratamento médico teve alta.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, devido ao cheiro de sulfeto de hidrogénio em excesso no local em causa, este caso tem relação com os gases liberados de canais de irrigação. O quadro clínico dos afectados corresponde a intoxicação por sulfeto de hidrogénio, mas as razões exactas ainda estão por apurar.
O sulfeto de hidrogénio encontra-se no petróleo bruto, gases naturais, gases vulcânicos e termas. O sulfureto de hidrogénio também pode concentrar-se nos locais sem ventilação e com substâncias corrosivas, tais como, pântanos, esgotos, túneis, passagens inferiores para peões, poços e cavernas. O sulfeto de hidrogénio em pouca concentração não produz sintomas de intoxicação, mas com o aumento da sua concentração, as pessoas afectadas podem aparecer com os sintomas de irritação nos olhos e no tracto respiratório, tonturas, dores de cabeça, sonolência. Pelo contrário, a concentração elevada pode provocar a entrada em coma, a paragem de respiração e a morte num prazo muito curto. O sulfeto de hidrogénio é um gás associado com o cheiro de "ovos podres", mas em alta concentração, também é provável aparecer a fadiga do aparelho olfactivo.
Os Serviços de Saúde afirmam que para a prevenção da intoxicação por inalação de gases, os residentes têm de assegurar uma ventilação suficiente ao proceder à limpeza dos locais acima mencionados com uma grande quantidade de gases, sulfureto de hidrogénio e metano. Em caso da existência eventual de gases tóxicos em casa ou nos outros sítios, as pessoas devem imediatamente retirar-se. Em caso de verificação de intoxicação por inalação de gases, também devem recorrer ao Corpo de Bombeiros, quer dizer, sem qualquer protecção adequada de equipamento, não devem entrar no local cheio de gases desconhecidos para proceder a socorro.