O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, organizado pelo Ministério do Comércio do Governo Central, e realizado pelo Governo da RAEM, é um mecanismo de cooperação de iniciativa oficial sem carácter político que tem como tema chave o desenvolvimento económico dos países membros e por objectivo reforçar a cooperação e o intercâmbio entre a República Popular da China e os Países de Língua Portuguesa, dinamizar o papel de Macau como plataforma de ligação a esses países e promover o desenvolvimento dos laços entre a República Popular da China, os Países de Língua Portuguesa e Macau. O Fórum integra como membros a República Popular da China e os Países de Língua Portuguesa, incluindo Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste. Com o incremento das reformas económicas na China, a plena participação na cooperação económico mundial passou a ser o rumo para o futuro desenvolvimento económico da China. Paralelamente, os países de língua portuguesa espalhados pelos quatro cantos do mundo constituem um mercado de consumo com mais de 200 milhões de pessoas e têm, não só grandes reservas de recursos naturais, mas também uma posição geográfica privilegiada e uma maior complementaridade para o desenvolvimento económico da China. Criado em 2003, o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa conta já com a realização de quatro Conferências Ministeriais, nos últimos dez anos, estando a última, a quarta, decorreu hoje (5) e amanhã (6), na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental. Na primeira década de vida, o Fórum de Macau e as suas linhas de acção programadas contribuíram, efectivamente, para o reforço da cooperação, um maior intercâmbio económico, e o desenvolvimento conjunto da China e dos países lusófonos, bem como, o desempenho do papel de plataforma de Macau. No primeiro Fórum, realizado em Macau, de 12 a 14 de Outubro de 2003, a senhora Wu Yi, ex-vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado, presidiu à cerimónia de abertura do evento, que contou com a presença de delegações da China e de sete países de língua portuguesa, lideradas por responsáveis a nível ministerial da área do Comércio. Na ocasião, os responsáveis ministeriais dos países membros assinaram o Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial, que definiu as formas concretas de cooperação, em termos de coordenação inter-governamental, comércio, investimento e cooperação empresarial, agricultura e pescas, engenharia e construção de infra-estruturas, recursos naturais e desenvolvimento de recursos humanos. Simultaneamente, foi estabelecido um mecanismo de apoio e acompanhamento, com a constituição de um Secretariado Permanente em Macau, que garante o apoio logístico e financeiro necessário, bem como a ligação indispensável para a concretização das iniciativas e dos projectos a implementar.
A segunda e a terceira Conferência Ministerial do Fórum decorreram também em Macau, em Setembro de 2006 e Novembro de 2010, respectivamente, com as cerimónias de abertura presididas pelo ex-membro e ex-secretário-geral do Conselho de Estado, Hua Jianmin, e o ex-primeiro-ministro, Wen Jiabao, respectivamente. Na 2ª Conferência Ministerial de 2006, os membros do fórum debateram e trocaram ideias sobre desenvolvimento sustentável e cooperação a vários níveis entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com especial ênfase no incentivo às empresas nacionais, locais e dos países lusófonos para aproveitarem a oportunidade de ampliar negócios e no papel de Macau como plataforma de cooperação económica e comercial. Entretanto, de acordo com balanço dos trabalhos e resultados posteriores à primeira Conferência Ministerial, e ponto da situação de execução de Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial, foram traçados os objectivos da cooperação conjunta e multilateral para o próximo triénio, ou seja, entre 2007 e 2009. Durante 3ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, os países membros assinaram em conjunto o "Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial entre 2010 – 2013", com um âmbito mais diversificado e objectivos de desenvolvimento mais claros, o papel de Macau fica mais destacado, e medidas da China mais pragmáticas, comparativamente a 2006. No âmbito de cooperação, Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial aumentam a cooperação nas áreas de educação, finança, turismo, transporte, comunicação, cultura, rádio e televisão, desporto, saúde, ciência e tecnologia, planeamento de terra. No âmbito de comércio, o Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial, apresenta que até 2013, as respectivas trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa atingir para 100 mil milhões de dólares americanos, bem como presta atenção em optimizar estrutura de comércio. O Centro de Formação do Fórum de Macau entrou em funcionamento naquele momento. Na 3ª Conferência Ministerial do Fórum Macau, realizada no ano de 2010, o então primeiro-ministro, Wen Jiabao, elogiou altamente, no seu discurso, os bons resultados da cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa e anunciou, em nome do Governo Central, que desde 2010 até 2013, a China tomou seis novas medidas, especialmente destinadas aos países membros africanos e asiáticos do Fórum, para reforçar a cooperação económica e comercial: 1,6 mil milhões de Renminbi para concessão de crédito bonificado, um fundo de cooperação e desenvolvimento no valor de mil milhões de dólares americanos suportado por instituições financeiras da China, formação de 1500 oficiais e pessoal técnico, fornecimento de materiais, equipamentos, pessoal técnico e outro tipo de apoio para projectos de cooperação agrícola, mil bolsas de estudo governamentais com o prazo de um ano para estudantes poderem estudar na China e fornecimento de equipamento médico e aparelhos no valor de 10 milhões de Renminbi, tudo isto destinado aos países membros da Ásia e de África ao Fórum Macau. Os dados mostram que, no ano de 2002, o volume de comércio entre a China e os países lusófonos era apenas de 5,6 mil milhões de dólares norte-americanos, e na altura da primeira edição do Fórum em 2003, quando o fluxo comercial não ia além de um pouco mais do que 10 mil milhões de dólares norte-americanos, até 2008, em que o volume subiu para 77 mil milhões, foram ultrapassados os objectivos de 50 mil milhões de dólares americanos com um ano de antecedência. Nos primeiros três trimestres em 2010, o comércio entre a China e os países lusófonos demonstrou uma grande vitalidade, chegando aos 68,2 mil milhões de dólares norte-americanos, equivalente a um acréscimo homólogo de 57 por cento. Em 2012, as trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa atingiram 128.497 milhões de dólares americanos, com um acréscimo de 9,6 por cento face ao mesmo período do ano transacto. As importações da China dos Países de Língua Portuguesa somaram 87.445 milhões de dólares americanos, com um aumento homólogo de 10,74 por cento, enquanto as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa somaram 41.052 milhões de dólares americanos, ou seja, mais 7,26 por cento que no mesmo período de 2011. Entretanto, entre Janeiro e Agosto de 2013, as trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa foram de 86 mil milhões de dólares americanos, com um decréscimo homólogo de 0,31 por cento e as importações da China dos Países de Língua Portuguesa foram de 57,8 mil milhões de dólares, com um decréscimo homólogo de 3,44 por cento, enquanto as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa foram de 28,2 mil milhões de dólares, isto é, mais 6,78 por cento que no mesmo período do ano anterior. Deste a criação do Fórum, o investimento entre a China e países lusófonos registou um crescimento acelerado. Até ao momento, os países lusófonos criaram mais de 800 empresas na China, correspondente a um investimento superior a 500 milhões de dólares americanos. O aumento de investimento bilateral atraiu, também, mais técnicos de ambas as partes, para satisfazer as necessidades mútuas de construção económica e, assim, melhorar a vida das populações autóctones. Além disso, a China disponibilizou um total de 4 mil milhões de renminbi para assistência a Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e Timor Leste. Relativamente à formação de pessoal, a China ajudou a formar mais de cinco mil talentos nas diferentes áreas, e na China, as instituções de ensino superior que dão cursos em português aumentaram para 58. Nos últimos dez anos, o número de turistas da China com destino aos países lusófonos vai para além de 1,6 milhões. O Fundo da Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa foi criado em 26 de Junho de 2013 em Pequim, sendo uma iniciativa conjunta do Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau (FDIC). O valor da primeira tranche, que é de 125 milhões de dólares americanos, foi entregue pelo Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau (FDIC), cuja operação e gestão cabe ao Fundo de Desenvolvimento China-África. A 4ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) reúne em Macau, entre hoje e amanhã, altos dirigentes de nível ministerial da China e dos países lusófonos, para mais um debate sobre cooperação e desenvolvimento que permita avançar mais profundamente para o progresso conjunto.