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Detecção de casos de infecção colectiva por enterovírus nos últimos dias


O Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde foi notificado, nos últimos dias, da ocorrência de 3 casos de infecção colectiva por doenças transmissíveis. Doença de mãos, pés e boca O Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde foi informado sobre a ocorrência da doença de mãos, pés e boca em crianças da Creche I da Associação Geral das Mulheres de Macau que se situa na Avenida de Venceslau de Morais. Até hoje (09 de Dezembro), registaram-se 14 casos de crianças com a doença de mãos, pés e boca na referida creche. Uma das turmas tem 10 crianças infectadas. O grau da doença destas crianças foi ligeiro, tendo as mesmas recorrido às entidades médicas para tratamento. Uma delas necessitou de hospitalização, não se tendo registado complicações do sistema nervoso ou quaisquer outras graves. O Centro de Prevenção e Controlo da Doença procedeu à recolha de amostras de algumas crianças para efeitos de análises laboratoriais, tendo-se confirmado que foram casos por enterovírus, não sendo, todavia, o enterovírus 71. A Autoridade Sanitária procedeu à verificação in-loco e deu orientações à creche para proceder às medidas de controlo da infecção, como limpeza e desinfecção. A par disso, a mesma autoridade ordenou a suspensão das aulas da turma em causa, por forma a impedir a transmissão e permitir a desinfecção ambiental de toda a instalação. A infecção pelo enterovírus pode ser causada pelo grupo Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovírus 71, entre outros. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com um pico no Verão, sendo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, doença de mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica. Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida principalmente por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins infantis, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado automaticamente. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus. Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos, nomeadamente, aos elementos das instituições educativas e lares, aos alunos e aos pais, para que, devido à inexistência de qualquer vacina eficaz contra os enterovírus, apliquem as seguintes medidas de prevenção da infecção por enterovírus: Medidas pessoais: - Prestar atenção à higiene pessoal, nomeadamente, lavar as mãos antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, bem como depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos;
- Cobrir a boca e o nariz sempre que espirrar e tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções da boca e do nariz;
- Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados;
- Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto, descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar, para aumentar a imunidade;
- Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca, recorrer imediatamente a consulta médica. Medidas a aplicar pelas instituições educativas: - Manter uma boa higiene ambiental e um sistema de ventilação adequado em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar as paredes até à altura de um (1) metro, as mesas, as cadeiras e os brinquedos;
- Proceder ao exame diário, de manhã, e prestar frequentemente atenção ao pessoal e aos alunos, especialmente, com febre e outros sintomas da doença de mãos, pés e boca;
- Os alunos e os elementos do pessoal com febre e sintomas de infecção pela doença de mãos, pés e boca devem permanecer em casa. Gastrenterite viral Os restantes dois casos são os de gastrenterite ocorridos numa escola e num lar, respectivamente, no Jardim Infantil da Escola Sheng Kung Hui (Macau) e no Berço da Esperança que se situam na Taipa. Até hoje (09 de Dezembro), no Jardim Infantil da Escola Sheng Kung Hui, registaram-se 9 casos de crianças com vómitos ou diarreia, dos quais 7 são alunos da mesma turma. O grau da doença destas crianças foi ligeiro, tendo as mesmas recorrido às entidades médicas para tratamento. O Berço da Esperança é um lar para os bebés. Até hoje (09 de Dezembro), registaram-se 5 casos de bebés com vómitos ou diarreia, dos quais 4 precisaram de ser hospitalizados, sendo estável o estado de todos. O Centro de Prevenção e Controlo da Doença procedeu à recolha de amostras de algumas crianças destas duas instituições para efeitos de análises laboratoriais que ainda se encontra em processamento. A gastrenterite viral ocorre predominantemente no Outono e no Inverno. A infecção pelo mesmo é fácil de ocorrer em estabelecimentos colectivos, nomeadamente lares de idosos, escolas e creches. Os Serviços de Saúde apelam a toda a população que preste atenção à higiene pessoal, ambiental e alimentar. Os profissionais do Sector de Restauração, o pessoal de enfermagem ou as crianças que frequentam escola ou creche, se surgirem com sintomas como vómitos ou diarreia, não devem apresentar-se no local de trabalho, na escola ou creche, devendo recorrer ao médico o mais cedo possível e adoptar medidas rigorosas de saúde para evitar a propagação da doença. No caso de aparecerem doentes suspeitos, o pessoal prestador de cuidados deve tratar com a máxima cautela os excrementos ou vómitos dos doentes e, após cuidar destes, deve de imediato substituir as luvas e lavar as mãos. Recomenda-se a todas as instituições infantis, creches, escolas, lares e outras entidades similares que, se ocorrer uma situação de infecção de grupo, contactem de imediato o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde (linha aberta no.2856 1122), para o seu eventual e atempado acompanhamento.