O Chefe do Executivo, Edmund Ho, recordou que o grau da integridade do governo e da equipa de funcionários públicos tem aumentado significativamente, a sociedade tem reforçado a consciência sobre o valor e importância da incorruptibilidade, tem-se retirado ensinamentos profundos dos desaires, efectuado a avaliação regular do sistema vigente e elevado a consciência da opinião pública sobre a matéria contribuindo para o amadurecimento da sociedade. E, sublinhou, por ocasião do balanço sobre os trabalhos de construção de uma sociedade íntegra ao longo da última década, durante o encontro com a comunicação social do exterior de Macau, realizado hoje (19 de Novembro) ao meio dia, em Santa Sancha, que, em termos da organização e grau de apoio da parte do governo, o ano de 1999 pode considerar-se como um importante ponto de partida da edificação de uma sociedade incorrupta em Macau, com uma forte incremento dos trabalhos para o efeito e atribuição de poderes de investigação relativamente independente ao órgão contra a corrupção. Os trabalhos de construção de uma sociedade íntegra desenvolvidos na RAEM deram determinados frutos, caso contrário, não teríamos tantas empresas internacionais a investir em Macau. Tais empresas recorrem ao financiamento através do mercado de valores, e, certamente que só decidem o seu investimento depois de uma avaliação e estudo sobre a eficiência administrativa e o grau de incorruptibilidade de determinado território e da confirmação de que existem condições adequadas e um bom ambiente do mercado. Edmund Ho confessou que o envolvimento de governantes em casos de corrupção afecta a imagem e a dignidade do governo, especialmente numa micro-sociedade livre e diversificada. Considerou ainda que, ao longo de todo o processo de julgamento, se souberam algumas verdades, mas também muitos rumores e suposições. “Esconder a realidade talvez deixasse as pessoas sentirem-se melhores, mas não seria o correcto. Ao contrário, devemos enfrentar o problema e retirar os devidos ensinamentos, mesmo que seja preciso pagar por isso, mas no futuro, as vantagens serão maiores do que as desvantagens.” Frisou que em relação aos casos de relevo, o mais crucial é a forma de tratamento pelas autoridades administrativas, não se devendo poupar esforços na colaboração com o CCAC, mas também não se deve intervir no procedimento jurídico. Adiantou que caso o governo preste esclarecimentos imediatamente a seguir à circulação de rumores, embora vá de encontro ao desejo de algumas pessoa, no entanto, não respeita a independência da Justiça. Sublinhou que não cabe ao governo ou à sociedade dizer quem é culpado, mas o CCAC deve proceder à investigação cuidadosa para recolher as provas e entregar ao Ministério Público e este por sua vez instaurar o processo. Edmund Ho considerou que o caso repercutiu influências em colegas de alguns serviços públicos da tutela das Obras Públicas, embora não estivessem envolvidos no caso, sentindo também pressão em relação a assuntos delicados. Lembrou, no entanto, que um governo para além de ter de tratar de matérias relacionadas com os funcionários públicos, não pode suspender todas as obras relacionas com o quotidiano da população e adiar o desenvolvimento social, sublinhando que tudo isto são experiências importantes para Macau que é “governado pelas suas gentes”.