De acordo com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador (I.C.S.I.E.) no 2.º trimestre de 2010, recolhidos em Julho de 2010, a duração média mensal da Carteira de Encomendas das empresas do sector industrial inquiridas era de 2,91 meses, subiu 16,9% e 25,9% em relação ao trimestre anterior (2,49 meses) e ao mesmo período do ano passado (2,31 meses), respectivamente. A carteira de encomendas detida pelo sector de “Vestuário e Confecção” era de 2,72 meses, enquanto a de “Outros Sectores” era de 3,31 meses. No que se refere às perspectivas das exportações, da análise ao índice geral da situação de encomendas trimestral por mercados, na opinião dos inquiridos, EUA, outras regiões da Ásia-pacífico, Países da América Latina e Canadá são, relativamente, os mercados que apresentam perspectivas mais favoráveis. Entretanto, os mercados de destino como a Austrália, e Japão têm demonstrado comportamentos menos satisfatórios, com uma fraca carteira de encomendas. No contexto das perspectivas da evolução das exportações para os próximos seis meses, o conjunto das empresas que reportaram perspectivas cautelosamente optimistas desceu de 37,6% no trimestre anterior para 36,5% no trimestre em causa (descida de 1,1 pontos percentuais). Destas, 4,1% previam um forte aumento e 32,4% um ligeiro crescimento das exportações, enquanto que, no período homólogo do ano passado, apenas 17,5% previam um ligeiro crescimento das exportações. Igualmente, as empresas que antecipam uma situação menos favorável aumentaram de 23,4% no trimestre anterior para 26,1% neste trimestre, subiram 2,7 pontos percentuais. Quando comparado com o registado no período idêntico de 2009 (38,5%), verificou-se uma redução de 12,4 pontos percentuais. Das quais, 7,0% apontam para um ligeiro decréscimo e 19,1% para um forte declínio. As empresas que prevêem uma situação de estagnação desceram de 38,7%, verificado no trimestre anterior, para 37,1% neste trimestre. Estes dados traduzem o sentimento de optimismo moderado dos empresários inquiridos relativamente às exportações futuras. No tocante ao mercado de trabalho, as empresas inquiridas indicaram que o número de trabalhadores neste sector diminuiu, observando uma redução de 8,0% e 9,8% face ao trimestre passado e ao período idêntico de 2009, respectivamente. De entre as quais, 52,2% afirmaram terem enfrentado uma insuficiência de trabalhadores, constituindo um nível superior aos 51,8% e 32,4%, verificados no trimestre anterior e no mesmo trimestre de 2009, respectivamente; destacando-se o sector de “Vestuário e Confecção”, com uma representação de 51,7% no seio do mesmo, superior aos 50,4% no trimestre passado e aos 32,2% no mesmo trimestre de 2009. Com base nos resultados do Inquérito, no desempenho das actividades de exportação no 2º trimestre de 2010, as percentagens das empresas inquiridas que registaram dificuldades nos domínios de “Preços Elevados das Matérias-Primas” e “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” foram de 77,8% e 77,6%, respectivamente, existindo ainda outros factores problemáticos, tais como o de “Insuficiente Volume de Encomendas” (40,9%), “Insuficiência de Trabalhadores” (33,1%) e “Salários Elevados” (38,2%). Das referidas dificuldades, as empresas apontaram os aspectos de “Preços Elevados das Matérias-Primas” (21,6%), “Insuficiência de Trabalhadores” (18,3%) e “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (14,9%) como as dificuldades mais significativas das actividades de exportações, enquanto que, 31,8% das empresas consideraram que não existem preocupações. Projectando os próximos três meses, as empresas do sector industrial inquiridas identificam “Preços Elevados das Matérias-Primas” (77,8%), “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (68,3%) e “Salários Elevados” (41,8%) como principais motivos de preocupação no desempenho do seu ramo de actividade.
