Realizou-se a 20ª sessão plenária da Comissão Consultiva de Estatística (CCE) na Sala de Conferências do Centro de Apoio Empresarial de Macau, pelas 10:00 horas de ontem (dia 15 de Julho). Fizeram parte da ordem de trabalhos o balanço dos trabalhos estatísticos oficiais relativo ao primeiro semestre do corrente ano e a apresentação dos projectos planeados para o segundo semestre. A Comissão debateu e analisou ainda questões relacionadas com os indicadores estatísticos que recentemente despertaram grande interesse junto da comunidade local, incluindo a taxa de inflação e o número de fracções autónomas desocupadas, os “Censos 2011”, e a redução do tempo de disponibilização das estatísticas financeiras. Tarefa principal – Inquérito Piloto dos Censos 2011
A sessão foi presidida pela Drª. Kong Pek Fong, presidente da CCE. A representante da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), Drª. Mak Cheong Man, apresentou aos vogais os principais trabalhos realizados no primeiro semestre, nomeadamente: preparação do inquérito piloto dos “Censos 2011”; conclusão da revisão principal do “Produto Interno Bruto” (PIB) e do estudo sobre a determinação do PIB, através da utilização do método de cálculo das quantidades em cadeia; início da revisão do período base do “Índice de Preços Turísticos” e do estudo da “Conta Satélite do Turismo” de Macau; início da revisão da “Nomenclatura para o Comércio Externo de Macau/Sistema Harmonizado, 5ª revisão” (2012), bem como divulgação e promoção contínuas de conhecimentos estatísticos. Os trabalhos essenciais a desenvolver no segundo semestre abrangerão: lançamento do inquérito piloto dos “Censos 2011”, a realizar em meados de Agosto próximo; divulgação do PIB referente ao segundo trimestre, determinado através da utilização do método do cálculo das quantidades em cadeia; divulgação pela primeira vez dos dados do “Rendimento Nacional Bruto” (RNB) de Macau; teste do conteúdo do questionário das “Estatísticas do Sector das Convenções e Exposições”, junto de entidades organizadoras e de pessoas participantes; conclusão do cálculo preliminar do montante global das despesas dos visitantes; revisão do período base do “Índice de Produção Industrial” e do “Índice de Preços dos Materiais de Construção”; lançamento dos trabalhos de divulgação e promoção do inquérito piloto dos “Censos 2011”, assim como estudo e desenvolvimento do sistema de informação geográfica (GIS) dos “Censos 2011”, etc.. Reduzir o tempo de disponibilização das estatísticas financeiras
O Doutor Chan Sau San, vice-presidente da CCE e representante da AMCM, apresentou os principais trabalhos estatísticos elaborados e divulgados pela Autoridade no primeiro semestre do corrente ano. Durante este período, a AMCM manteve activamente a colaboração com organismos internacionais, participando em diferentes projectos de cooperação estatística a nível mundial, organizados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco de Pagamentos Internacionais (BIS). No que concerne ao melhoramento do prazo para a disponibilização de dados, a Autoridade antecipou a divulgação de diferentes estatísticas oficiais no primeiro semestre deste ano, com destaque para o tempo de disponibilização do “Boletim Informativo - Estatísticas Monetárias e Financeiras” e das “Reservas Cambiais Oficiais e a Taxa de Câmbio Efectivo de Macau”, reduzido para 50 dias e 22 dias, respectivamente. Com relação aos trabalhos estatísticos previstos para o segundo semestre de 2010, o Doutor Chan Sau San referiu que a AMCM irá continuar a: desempenhar funções de órgão produtor de estatísticas oficiais da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM); acompanhar todos os projectos estatísticos e elaborar uma série de estatísticas financeiras oficiais; divulgar regularmente dados estatísticos oficiais e relatórios estatísticos temáticos de interesse do público utilizador da comunidade local e internacional. Em articulação com o desenvolvimento do mercado e as necessidades do controlo de riscos, o prazo de disponibilização das estatísticas oficias será melhorado progressivamente segundo o plano. Além disso, a AMCM divulgará pela primeira vez os dados relativos à aplicação nos fundos de benefício mútuo e nas entidades de investimento e crédito, realizada pelos residentes de Macau. Ainda será apresentado o primeiro relatório sobre os resultados estatísticos do “Inquérito Coordenado ao Investimento Directo” da RAEM, em conformidade com a solicitação manifestada pelo FMI. Explicação sobre a finalidade de taxa de inflação e critério para o cálculo das fracções desocupadas
Com relação às questões sobre a taxa de inflação e o número de fracções autónomas para fins habitacionais desocupadas, indicadores estatísticos que despertaram recentemente grande interesse junto da comunidade local, a Drª. Kong Pek Fong, presidente da CCE explicou aos vogais a finalidade de taxa de inflação com base em análise comparativa dos diferentes períodos de referência, e, os critérios para o cálculo das fracções desocupadas. Assim, a taxa de inflação de Macau é calculada essencialmente através das variações verificadas no âmbito do “Índice de Preços no Consumidor” (IPC). Actualmente, a DSEC divulga mensalmente quatro grupos de dados sobre as variações do IPC. Tendo em conta as diferentes bases comparativas de cálculo utilizadas, cada um destes indicadores tem o seu significado próprio. Nos últimos tempos, a taxa de inflação tornou-se gradualmente uma das questões mais quentes que tem despertado grande interesse junto da comunidade local. Esta direcção de serviços tem recebido pedidos apresentados por cidadãos e utilizadores de informação estatística, solicitando informação sobre o modo de utilização dos quatro grupos de indicadores supramencionados. Assim, a DSEC aproveitou esta ocasição para explicar o respectivo assunto, dos quais, o cálculo de taxa de inflação com base na comparação com o mês anterior (mensal) e com o idêntico mês do ano passado (anual) reflecte principalmente a evolução mais actualizada dos preços de um dado mês. Porém, o resultado de um período de comparação muito curto poderá ser afectado facilmente por efeitos sazonais, tais como: Ano Novo Lunar ou festividade “Chong Chao” ou efeitos inesperados, tais como: tufões ou tempo especial, tornando-o inconstante e não facilita a observação da sua tendência de variações. Assim, na óptica estatística, se analisar a evolução de preços e as suas causas de um determinado período, é mais adequado adoptar a taxa de variação anual que envolve informações sobre variações de um período de observação mais longo (índice médio dos 12 meses terminados no mês de referência, em comparação com o dos 12 meses imediatamente anteriores) ou a taxa de variação homóloga do índice médio entre o mês de Janeiro e o mês de referência de um dado ano, permitindo assim não só eliminar os efeitos sazonais ou inesperados, mas também conhecer eficientemente as variações homólogas de preços de um determinado período e suas causas. Por outro lado, existe uma certa discrepância entre a informação respeitante ao número de fracções autónomas residenciais desocupadas, publicada recentemente pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes e a divulgada regularmente pela DSEC, dando origem ao surgimento de dúvidas por parte da população local. A Drª. Kong Pek Fong sublinhou que a divulgação semestral pela DSEC, da informação relativa às “Fracções autónomas e fracções desocupadas por tipo de finalidade” é precedida de um processo rigoroso de verificação, incluindo o uso de dados provenientes de várias fontes de informação administrativa e a realização de inspecções “in loco” pelos trabalhadores do campo para efeitos de actualização regular dos dados contidos no ficheiro geral de edifícios e unidades da DSEC. Este ficheiro contém informações detalhadas sobre a situação actualizada (demolido/construído) de cada edifício, o respectivo número de fracções autónomas, sua finalidade (para fins habitacionais/comerciais), bem como a correspondente situação de ocupação. A Drª. Kong Pek Fong referiu ainda que o ficheiro geral de edifícios e unidades representa uma infra-estrutura de apoio dos “Censos” e dos diferentes inquéritos estatístiscos aos agregados familiares conduzidos pela DSEC, pelo que esta direcção de serviços tem vindo a lançar muitos recursos para efeitos de actualização atempada e rigorosa dos seus dados. Todos os vogais da CCE apresentaram as suas opiniões e sugestões sobre os trabalhos estatísticos oficiais desenvolvidos no primeiro semestre de 2010 quer pela AMCM, quer pela DSEC e os respectivos planos de trabalho do segundo semestre. Os membros da CCE que participaram nesta sessão foram: Drª. Cheng Wai Yan Tina, representante da Secretaria para a Administração e Justiça; Dr. Lam Hou Iun, representante da Secretaria para a Economia e Finanças; Drª. Chu Miu Lai, representante da Secretaria para os Assuntos Sociais e Culturais; Drª. Lau Kin Man, representante da Secretaria para a Segurança; Dr. Kam Lok Lin, representante da Secretaria para os Transportes e Obras Públicas; Sr. Vong Kok Seng, representante da Associação Comercial de Macau; Sr. Kwok Kai Hin, representante da Associação Industrial de Macau; Sr. Lei Cheok Kuan, representante da União Geral das Associações dos Moradores de Macau; Sr. Fong Ka Wai, representante da Federação das Associações dos Operários de Macau; Sr. Tang Kuan Fat, representante da Associação dos Exportadores e Importadores de Macau; Sr. António Pedro Sameiro, representante da Associação de Hotéis de Macau; Sr. Au Thien Yn, representante da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau; Doutor Leung Shing On, representante da Universidade de Macau; Sr. Ip Kai Ming e Srª. Foo, Cheuk Ling Alexandra, representantes do Instituto de Formação Financeira de Macau. Também estiveram presentes os dois subdirectores, Dr. Ieong Meng Chao e Drª. Cheng I Wan, a assessora do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, Drª. Choi Mei Lei, Fátima e as chefias das diferentes subunidades da DSEC.