Os Serviços de Saúde foram notificados hoje (20 de Março) de um caso importado de malária. O doente é uma jovem, estrangeira, que trabalhou em Moçambique, África, por seis meses e apenas regressou a Macau em Março deste ano. A malária foi diagnosticada à doente em Moçambique, em finais de Fevereiro, e a mesma foi submetida a tratamento medicamentoso. Após o regresso a Macau, a doente ainda sofria de sintomas de febre, dores de cabeça, vómitos e diarreia, e recorreu ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário no dia 5 de Março, necessitando de internamento para tratamento. A doente encontra-se curada e teve alta, não se tendo registado quaisquer complicações. De acordo com o registo de viagem na zona afectada e o tempo de aparecimento de sintomas, este caso é considerado como caso importado de malária, sendo este o primeiro caso registado em Macau. No ano transacto, registaram-se em Macau 3 casos importados de malária. Malária é uma doença infecciosa grave e fatal, causada pelos protozoários parasitas do género Plasmodium e que se classifica em quatro tipos: "Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malarie e Plasmodium ovale". A malária ocorre frequentemente em regiões com clima quente, como África, regiões tropicais e subtropicais, como América Latina e regiões do Sudeste Asiático. A malária é transmitida pelo mosquito fêmea do género Anopheles infectado e através da picada do mosquito fêmea do género Anopheles ao doente malário, este mosquito fica infectado e quando pica outra pessoa transmite a malária para a mesma. A malária não se transmite entre as pessoas, contudo, através da transfusão de sangue infectado ou produtos derivados de sangue infectado, transplantação de órgãos ou partilha de seringas também pode ser transmitida a malária. Também se pode transmitir através da gravidez ou do parto, ou seja da mãe para o feto e da mãe para o recém-nascido. O período de incubação varia com os diferentes géneros de parasitas, e de um modo geral, o aparecimento de sintomas varia de 7 a 30 dias a contar da picada do mosquito infectado. Os sintomas consistem em febre intercalada, calafrios, sudação, dores de cabeça, fadiga e dores musculares, entre outros. As complicações consistem em anemia, disfunção hepatal e renal, convulsões, inconsciência e coma, e caso não se recorra atempadamente ao médico pode causar a morte. Presentemente, existem medicamentos eficazes para tratar da malária, e é muito importante o diagnóstico e tratamento precoce para curar a malária. As medidas para a prevenção da malária são as seguintes: 1. Adoptar medidas eficazes anti-mosquitos, evitando as picadas dos mosquitos. 2. Presentemente não existe vacina para prevenir a malária. Caso necessite de se deslocar às zonas afectadas com malária, deve adoptar medidas de prevenção e obter medicamentos de prevenção em caso de necessidade. Esses medicamentos necessitam de ser administrados antes da partida, assim como devem ser administrados durante a viagem até 4 semanas após a partida da zona afectada. 3. Em caso de aparecimento dos sintomas da malária durante a viagem ou depois do regresso a Macau, deve de imediato recorrer-se ao médico e informá-lo sobre os países visitados. 4. As grávidas devem evitar deslocar-se às zonas afectadas com malária.