Um alto funcionário público da Fundação Macau (FM), de apelido Chiang, terá abusado, por um longo período, dos recursos do Governo da RAEM e o caso foi detectado pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC). Nos termos da legislação vigente, o arguido não tem direito a veículos da RAEM para uso personalizado. O mesmo utilizou, a pretexto das necessidades dos serviços, veículos da Administração Pública para assuntos de natureza particular. A par disso, solicitou aos condutores que o transportaram para não mencionar nos registos dos boletins de serviço dos veículos as suas deslocações de natureza particular. É, por isso, suspeito do crime de falsificação de documento e de peculato de uso.
Após as investigações do CCAC, nos termos da legislação e segundo o que consta nos documentos, ao alto funcionário, de apelido Chiang, não foi atribuído nenhum veículo de uso pessoal nem condutores. No entanto, pelo menos a partir de Janeiro de 2012, com excepção dos Sábados e Domingos, o mesmo utilizou, quase todos os dias, um determinado veículo da FM para tratar de assuntos de natureza particular e foi transportado por vários condutores. Apurou-se também que o arguido, além de utilizar por várias vezes veículos da Administração Pública para ir ao hospital para consultas médicas, tinha exigido aos condutores para o transportar ao salão de beleza para tratamento de beleza. Entretanto, a maioria das deslocações referidas não foi fielmente registada nos boletins de serviços de veículos. No decorrer da investigação, um dos intervenientes admitiu que, em conformidade com as instruções superiores, tinha registado só menções simples como "ir a casa" ou "ir à Fundação" e omitido outros assuntos de natureza particular nos boletins de serviços de veículos, omitindo assim registos fieis das respectivas deslocações. O arguido confessou também que tinha utilizado frequentemente veículos da Administração Pública para ir ao hospital para consultas médicas. O CCAC vai continuar as diligências de investigação para apurar se se encontram ainda envolvidos outros funcionários públicos suspeitos de actos de encobrimento, de ilegalidades ou de infracções disciplinares.