Os Serviços de Saúde realizaram, entre o passado dia 29 de Maio e 5 de Junho, uma investigação sobre a proliferação de mosquitos nas embarcações de pesca. Os resultados dessa pesquisa, que avalia três níveis de propagação, evidencia a possibilidade de propagação da febre de dengue, sendo que os valores obtidos, quando comparados com período homologo de dois anos anteriores, demonstra um aumento do nível de risco relativamente mais alto. Ou seja, há possibilidade de os barcos de pesca poderem transportar para Macau, de outros territórios, os vários tipos de mosquitos portadores de vírus, na sequência de eventuais viagens de longo curso. Assim o Serviços de Saúde apelam a todos os pescadores que reforcem a limpeza das embarcações, nomeadamente o trabalho relativo à eliminação das fontes de proliferação de mosquitos nos barcos de pesca. Os Serviços de Saúde, desde 2002, que em conjunto com a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água e a Associação de Ajuda Mútua dos Pescadores, têm procedido, anualmente, no período de defeso, à pesquisa de fontes de proliferação de vectores nos barcos que ancoram no porto interior e procedendo também a acções de esclarecimento sobre métodos para prevenir a proliferação de de mosquitos, os quais podem ser transmissores da febre de dengue, dentro das embarcações. A pesquisa sobre a fonte de proliferação de mosquitos destina-se essencialmente a medir 3 índices, designadamente, o Índice Bretaeu, o Índice de Habitação e o Índice de Recipiente. • O Índice Bretaeu é relativo a proporção do número de recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissoras da febre de dengue, para um determinado número de barcos de pesca de pesquisa, multiplicada por 100 (cem). Quanto mais alto for o índice, maior é a possibilidade de propagação da febre de dengue. Os resultados da pesquisa no índice Bretaeu revelaram um valor – 26,0 - mais alto do que em 2013 que foi de 17,6. • O Índice de Habitação relaciona o número de barcos de pesca que têm recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissoras da febre de dengue, em cada 100 (cem) barcos de pesca,. A medição efetuada em 2013 revelou 15,6%, o valor de 2014 é de 19,5%. • O Índice de Recipiente indica o número dos recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissoras da febre de dengue, em cada 100 (cem) recipientes com água. Os resultados de 2014 são de 6,0%, um valor mais alto do que a medição de 2,1% obtida em 2013. Os três índices desta pesquisa evidenciam a possibilidade de propagação da febre de dengue pois os valores encontrados são significativamente mais altos do que os obtidos nos dois anos anteriores. Os baldes, as condutas de esgotos, as tinas e os pneus são as fontes de proliferação de mosquitos mais frequentes nos barcos. Estes locais, ou seja, os baldes, os condutos de esgotos e as tinas representam 85% dos reservatórios de vigilância de larvas, bem como, os pneus representaram 15% dos reservatórios de vigilância de larvas. Os mosquitos "Aedes Albopictus" que podem transmitir a Febre de Dengue, são encontrados com frequência em Macau e sendo esta uma cidade turística, existe diariamente uma população flutuante considerável, daí que se o território não estiver bem preparado para combater e prevenir surtos de situações de febre de dengue importada corre o risco de um eventual surto. Assim, os Serviços de Saúde apelam aos pescadores que reforcem a limpeza dos barcos, nomeadamente aumentem o trabalho de eliminação das fontes de proliferação de mosquitos nos barcos de pesca, nomeadamente, a limpeza de recipientes com água, tais como baldes, condutas de esgotos, tinas, bem como procedam a abertura de buracos nos pneus (usados para proteger embates com os cais) de modo a que não existam acumulação de água, e assim prevenir a disseminação de doenças pelo vector transmissor da Febre do Dengue. A par disso e pelo facto de Macau estar a atravessar uma época de muita chuva, e por isso haver a criação de locais com água estagnada, ambiente favorável para a proliferação de mosquitos, os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos para reforçar o trabalho de eliminação destas fontes de proliferação de mosquitos, quer estejam elas no interior ou no exterior das casas e dos locais de trabalho. Os cidadãos devem também, quando viajarem ou trabalharem no exterior, adoptar medidas para evitar a picada de mosquitos; se, depois do seu regresso a Macau, aparecerem sintomas como febre e erupção cutânea, devem recorrer, logo que possível, ao médico e tomar medidas para evitar mosquitos, não podendo protelar o tratamento médico, sob pena de poderem provocar a propagação da doença.