Saltar da navegação

Os Serviços de Saúde foram notificados de seis (6) casos de infecção colectiva por enterovírus


Os Serviços de Saúde foram notificados hoje (dia 22 de Abril) de vários casos de infecção colectiva por enterovírus ocorridos respectivamente nas seguintes seis (6) creches: a Creche da Associação das Mulheres de Macau localizada na Rua do Campo, na turma "dai"; a Creche "Traquinas" localizada na Rua de Bragança, na Taipa, na turma D; a Creche de Santa Maria Mazzarello localizada na Rua da Praia do Manduco, na turma 1B; a Creche S. João da Obra das Mães localizada na Avenida de Horta e Costa, nas turmas I e J; a Creche Papa João XXIII localizada na Rua de Francisco António, na turma "bebé" e o Infantário de Nossa Senhora do Carmo localizado na Avenida de Carlos da Maia, na Taipa, na turma "dai", tendo sido afectadas no total 25 crianças, 16 do sexo masculino e 9 do sexo feminino, com idade compreendida entre 1 e 3 anos, as quais apresentaram sintomas da doença de mãos, pés e boca, nos dias compreendidos entre 15 e 19 de Abril. O estado clínico de todas as crianças infectadas foi ligeiro e as mesmas recorreram à entidade de saúde para o diagnóstico e terapêutica, não tendo aparecido nenhum caso com sintoma anormal do sistema nervoso ou outras graves complicações. Entretanto, os Serviços de Saúde procederam à recolha de amostras das crianças infectadas para análise laboratorial e já foi reforçada a orientação às creches em apreço sobre a tomada de medidas de controlo da infecção, tais como, limpeza e desinfecção em geral. Os Serviços de Saúde indicam que o pico de epidemia deste enterovírus é no período entre o mês de Abril e o mês de Julho, e de acordo com a informação disponível de vigilância, os casos da doença de mãos, pés e boca têm aumentado a partir da última quinzena do mês de Março do corrente ano, significando a chegada antecipada da temporada de epidemia de enterovírus este ano em Macau. Até ao dia 22 de Abril, registaram-se no total 711 casos de infecção por enterovírus, número correspondente a 2,3 vezes o número médio de casos registados em relação a idêntico período nos últimos cinco anos. A par disso, registaram-se 19 casos de infecção colectiva por enterovírus este ano, 13 dos quais foram confirmados não ser pelo enterovírus 71 e os restantes casos ainda estão em análise. O Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde procedeu à análise laboratorial, confirmando um caso de infecção pelo enterovírus 71, ocorrido numa criança, do sexo feminino, com um ano e meio de idade que apareceu com sintomas no dia 27 de Março do corrente ano e foi internada no hospital para tratamento por motivo de febre alta, não tendo a mesma manifestado nenhum sintoma anormal do sistema nervoso ou outras graves complicações. A criança recuperou e teve alta no dia 31 de Março. Até agora, no corrente ano, ainda não se registou nenhum caso grave de infecção pelo enterovírus. A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com um pico no Verão, sendo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica. Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.
Os Serviços de Saúde estão a prestar atenção ao desenvolvimento da epidemia deste enterovírus e salientam que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços de saúde têm apelado aos pais, alunos, bem como ao pessoal das escolas, creches e lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas:
Medidas pessoais:  Lavar as mãos: Antes de contactar os olhos, o nariz e a boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou outros objectos sujos;  Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas;  Diminuir os contactos: Evitar os lugares públicos densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados;  Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade;  Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves. Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares :  Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como, as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.;  Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas ou ao trabalho;  Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças ou os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.