O Chefe do Executivo, Chui Sai On, disse, hoje (22 de Abril), que a par da criação de um mecanismo de formação de quadros qualificados, a longo prazo, o governo está a estudar as necessidades de emprego de nível básico, que servirão de fundamento para criar um regime de formação básica, cujo objectivo reside em aumentar as oportunidades que permitam a mobilização vertical da população de Macau e impulsionar o desenvolvimento sustentável de Macau. Chui Sai On esteve, esta tarde, no plenário da Assembleia Legislativa para responder às perguntas dos deputados sobre a acção governativa e assuntos sociais. Na ocasião, afirmou que a tarefa principal da acção governativa, deste ano, é a criação de um mecanismo para formação de quadros qualificados, a longo prazo. Explicou que, por essa razão, foi constituída a Comissão de Desenvolvimento de Talentos que vai implementar o «Programa da formação de elites», o «Programa de estímulo aos quadros qualificados e especializados» e o «Programa de incentivo aos quadros técnico-profissionais», no sentido de incentivar à permanência ou regresso de quadros qualificados, bem como providenciar mais acções de formação para aumentar as oportunidades de promoção dos trabalhadores locais. Revelou que o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) vai enriquecer o conteúdo da base de dados, ainda em construção, de pessoas habilitadas com o ensino superior, disponibilizando informação sobre a situação actual no que toca à reserva e procura de quadros qualificados. Adiantou que através de um estudo anterior foi possível conhecer a escassez de recursos humanos nas áreas da acção social, turismo e exposições e conferências (MICE), informação tecnológica, saúde e docentes, sendo mais significativa a insuficiência de intérpretes-tradutores e quadros jurídicos que dominem as línguas portuguesa e chinesa. Sublinhou que, por isso, o governo vai intensificar, nos próximos tempos, a formação de quadros qualificados nestas áreas, e definir um plano geral de trabalho e orçamento para equilibrar a situação de procura e oferta, no futuro. Para além do mecanismo para formação de quadros qualificados, a longo prazo, Chui Sai On referiu também que o governo está a analisar as necessidades do mercado, no que diz respeito a emprego de nível básico, no sentido de se criar um mecanismo de formação destinado a esses trabalhadores, definindo quais os empregos que deverão dar prioridade a esses mesmos trabalhadores locais, bem como incentivar o recrutamento de trabalhadores locais com formação para exercer profissões ou tarefas de natureza diferente com remunerações melhores, e assim, alcançar o objectivo de deixar de recrutar ao exterior. Quanto à questão da mobilização vertical dos trabalhadores da camada de nível básico, o Chefe do Executivo explicou que, nos próximos tempos, o governo vai empenhar-se em impulsionar os seguintes três trabalhos principais: (1) escolher profissões de acordo com o mercado (exemplo: segurança de hotel, técnicos de reparação de equipamentos em hotel) e negociar com as grandes empresas o aumento de vagas para formação profissional, cujos formandos serão recrutados com prioridade; (2) promover junto das grandes empresas o reconhecimento dos certificados técnico-profissionais, aumentando a colaboração destas empresas na abertura de cursos certificados consoante as necessidades, (3) perspectivar as necessidades de recursos humanos e lançar cursos de formação adequados ao momento, incentivando e apoiando os trabalhadores locais ao exercício dessa profissão. O mesmo responsável lembrou que o governo continua a promover os trabalhos de certificação de habilitações profissionais, entre os quais a conclusão da consulta pública sobre o Regime de Credenciação dos Assistentes Sociais, esperando que os respectivos trabalhos estejam terminados, no próximo ano. Acrescentou que, com o Acordo CEPA, várias profissões foram abrangidas pelo reconhecimento mútuo entre a China interior e Macau, mas que o governo tentará que o reconhecimento se estenda a mais áreas profissionais. Esta tarde, o Chefe do Executivo respondeu a perguntas colocadas por 27 deputados, cujos temas a destacar são: segurança alimentar, aperfeiçoamento dos trabalhos de estatística, coordenação legislativa, apoio às pequenas e médias empresas, remunerações dos funcionários públicos de nível básico, eficácia da governação, reforma da estrutura administrativa, melhoramento do ambiente de Ka Ho, serviços de saúde, diversificação económica adequada, cooperação regional, desenvolvimento do sector do jogo, competitividade local, ambiente e condições de vida da população, inflação, protecção dos idosos, traçado do metro ligeiro, políticas da família, protecção ambiental, desporto, entre outros.