
No âmbito do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental 2014 (2014MIECF, na sigla inglesa), foram agendadas nove palestras que juntam especialistas e académicos do mundo inteiro para apresentarem os conhecimentos e experiências em questões ambientais. A entidade organizadora convidou o Professor Joseph Stiglitz, laureado do Prémio Nobel de Economia, Doutor honoris causa em Ciências Sociais da Universidade de Macau, antigo economista-chefe do Banco Mundial e professor catedrático da Universidade da Colômbia, que proferiu na sessão de inauguração uma palestra subordinada ao tema "Um Futuro de Crescimento Verde: Porque a Solução do Problema de Desigualdade é Crucial para a Preservação do Meio Ambiente". O Prof. Joseph Stiglitz referiu que surgirão muitos problemas sociais em consequência da escassez dos recursos do planeta Terra. Lembrou que o problema da poluição afecta o status quo de toda a cidade, logo os investidores preocupados com a sua própria saúde, são dissuadidos de investir em lugares onde o meio ambiente não é satisfatório. Defendeu a necessidade de todos os países terem o dever de prevenir o agravamento da poluição, com vista a reduzir o seu impacto, tanto social como económico. Acrescentou que, após a crise económica de 2008, ficou provado que o esforço em aumentar o produto interno bruto (PIB), de forma incessante, não gera uma economia sustentável, pois um PIB elevado não representa um indicador real dos resultados nacionais do desenvolvimento económico, e que, pelo contrário, a distribuição desigual de recursos tende a piorar, cada vez mais. O orador sugeriu que os países abandonem os velhos conceitos, deixando de se esforçarem cegamente no crescimento do PIB, em detrimento da protecção ambiental dos seus respectivos países. Enfatizou que, além do PIB, cada país deve ter também em consideração os indicadores globais, incluindo a taxa de emprego, a saúde pública, a situação ambiental do país, e a distribuição equitativa dos recursos nacionais, com vista a obter-se uma imagem real da economia, sendo que, apenas com indicadores positivos em todos os aspectos se pode alcançar o desenvolvimento sustentável da economia. Por último, o Prof. Stiglitz salientou que para um bom ambiente é necessário uma boa política de apoio. Sublinhando que os governos devem assumir o papel de liderança no estabelecimento de incentivos para dinamizar a economia verde, para que as empresas, enquanto se concentram no desenvolvimento, prestem também atenção à protecção ambiental. Propôs ainda que os países venham a instituir impostos ambientais, de modo a que as empresas, na utilização de determinados recursos, sejam obrigadas a pagar os mesmos, e estes devem serem utilizados como fundos de incentivo à indústria verde, para que o desenvolvimento e a protecção ambientais possam coexistir harmoniosamente. Após a cerimónia de inauguração e palestra principal, deu-se início ao Fórum Verde, que integra sessões para debate sobre oportunidades de negócio na indústria ambiental, em que foram convidados como oradores, especialistas e académicos do Interior da China, da União Europeia, Singapura, Reino Unido, Portugal, Austrália, Japão, Hong Kong e Macau, abordando diversos temas ambientais, incluindo a mobilidade verde, construção verde, recursos hídricos e tratamento de águas residuais. Na sessão "Reajustamento da Eficiência Energética Comercial – Novo Padrão, Novas Oportunidades", os participantes concentraram-se na forma de reduzir o consumo de energia. Com o aumento do consumo energético, a redução dos custos, o retorno sobre investimentos e um modelo de gestão eficaz de energia, tornaram-se em pontos correntes nas agendas mundiais. O debate entre os especialistas e académicos presentes na ocasião decorreu com grande entusiasmo. A sessão "Incentivos e Inovações Relacionados como Desenvolvimento do Transporte Verde", que contou com a presença de oradores do Interior da China, União Europeia, Portugal, Reino Unido e Hong Kong, centrou-se nas últimas novidades relacionadas com os sistemas de transportes verdes, partilhando os conceitos mais recentes sobre o desenvolvimento desse modelo de transporte em diferentes localidades, bem como os novos programas e novas ideias sobre a mobilidade verde sem emissão de gases. Na mesma ocasião o director do Gabinete da União Europeia para Hong Kong e Macau,Vincent Piket, referiu que, em primeiro lugar, é necessário sensibilizar o público para a construção de uma comunidade verde, e, através da promulgação de normas, alcançar o objectivo final de reduzir as emissões de dióxido de carbono. Na sua opinião, depende ainda de outros factores, nomeadamente, da inovação tecnológica e exploração de novas tecnologias e das energias alternativas, com vista a desenvolver melhor a economia verde. O Futuro das Construções Verdes Inteligentes foi o tema escolhido para se discutir a compatibilidade, tecnologia, estética e custos da concepção de edifícios práticos, e, através da compreensão das estratégias adoptadas para poupança de custos na construção de edifícios verdes, foi explorada a forma de utilizar materiais de construção ecológicos e como manter a eficiência energética. Esta sessão contou com a participação de especialistas e académicos do Interior da China, Singapura, Malásia, Hong Kong e Macau, oferecendo soluções de referência para o desenvolvimento de construções verdes. O problema de recursos hídricos tem chamado a atenção mundial. Na sessão de "Estratégias para um Melhor Aproveitamento dos Recursos Hídricos e de Águas Residuais", foram convidados palestrantes do Interior da China, Singapura, Portugal, Austrália e Macau, para debaterem a forma de se elevar a eficácia e a eficiência dos sistemas de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais urbanas, tendo também partilhado a troca de ideias sobre tecnologia avançada de tratamento de águas residuais, o plano comercial e reciclagem da água, e as relações entre a qualidade da água e a saúde.
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