A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) divulga hoje a estimativa preliminar da Balança de Pagamentos da RAEM referente ao ano 2013. A Balança de Pagamentos, que é composta por conta corrente, conta de capital e conta financeira, é um registo estatístico integrado que apresenta os resultados das transacções externas entre um sistema económico e outros países e territórios do mundo. Em 2013 a conta corrente continuou a registar um acentuado superavit, no montante de 165,9 mil milhões de patacas, devido às fortes exportações de serviços de viagens. Além disso, os activos financeiros não reserva, que são os principais componentes da conta financeira, registaram um significativo aumento líquido de 140,9 mil milhões de patacas, impulsionado principalmente por um considerável crescimento dos activos financeiros no exterior, dos residentes e do governo. As importações de mercadorias, valorizadas em f.o.b. (franco a bordo), cresceram 14,5% em 2013, devido ao comportamento favorável da procura interna e das despesas dos visitantes. Simultaneamente, as exportações de mercadorias subiram 10,9%, aumentando o défice da balança comercial, de 70,7 mil milhões de patacas em 2012 para 81,3 mil milhões em 2013. Por seu turno, o superavit na conta de serviços beneficiou do forte impulso das exportações de serviços de viagens, expandindo-se de 270,8 mil milhões em 2012 para 333,3 mil milhões em 2013. Nos rendimentos primários, que reflectem os fluxos transfronteiriços dos rendimentos dos factores, a respectiva saída líquida, que registava 52,2 mil milhões de patacas em 2012, cresceu para 63,3 mil milhões em 2013. Esta acentuada subida foi motivada principalmente pelo afluxo de lucros auferidos por investidores directos estrangeiros em Macau. Os rendimentos secundários, que incluem principalmente as transferências pessoais e os donativos recíprocos entre associações de serviços sociais de Macau e o exterior, registaram uma saída líquida de 22,8 mil milhões de patacas em 2013, ou seja, mais 13,7 mil milhões do que em 2012. O superavit da conta corrente atingiu 165,9 mil milhões de patacas, tendo crescido significativamente 27,0 mil milhões, relativamente a 138,8 mil milhões observados em 2012, uma vez que o enorme superavit registado no comércio de serviços, compensou o défice verificado na balança comercial, assim como as saídas líquidas de rendimentos primários e secundários. Os activos líquidos financeiros não reserva registaram uma saída líquida de 140,9 mil milhões de patacas em 2013, em comparação com 116,1 mil milhões em 2012, destacando-se a diminuição ligeira da entrada líquida de investimento directo, de 22,8 para 20,9 mil milhões. A saída líquida da carteira de investimentos cresceu consideravelmente de 22,8 mil milhões revistos em 2012 para 99,3 mil milhões em 2013, visto que aumentou substancialmente a carteira de investimentos no exterior detida pela reserva financeira e pela conta provisória da RAEM. Entretanto descia a saída líquida de outros investimentos, de 116,5 mil milhões em 2012 para 63,0 mil milhões em 2013, o que ficou a dever-se sobretudo ao crescimento notável na variação líquida dos passivos externos dos bancos locais. Por seu turno, os derivados financeiros registaram uma entrada líquida de 614,8 milhões em 2013, em contraste com 487,7 milhões em 2012. Os activos de reservas constantes na conta financeira reflectem essencialmente o movimento das reservas cambiais da RAEM detidas pela AMCM. Os activos de reserva desceram 4,6 mil milhões de patacas em 2013, após deduzida a influência de factores como as variações de preços e a taxa cambial, contra um aumento de 30,1 mil milhões em 2012, provocando um défice global da Balança de Pagamentos no valor de 4,6 mil milhões em 2013. Considerando o enorme superavit registado na conta corrente, o défice global ficou atribuído ao contínuo aumento dos investimentos dos activos financeiros externos dos residentes de Macau e do Governo da RAEM. A Balança de Pagamentos da RAEM é compilada de acordo com o padrão promovido pelo Manual da Balança de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional (6ª Edição), editado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados resumidos divulgados presentemente incorporam as estimativas estatísticas preliminares, sendo os dados revistos publicados posteriormente em relatório detalhado, a divulgar em Dezembro de 2014.
