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Macau na Génese das Relações Sino-Americanas, 1784-1844


O Instituto Cultural do Governo da RAEM promove, no próximo dia 28 de Setembro, pelas 18.30 horas, no Auditório do Instituto Cultural (Praça do Tap Seac), uma conferência em que o Dr. He Sibing, da Universidade de Miami, abordará o tema “Macau na Génese das Relações Sino-Americanas, 1784-1844”. Nos finais do século XVIII, comerciantes americanos em Cantão fundaram uma comunidade com fins mercantis em Macau, que veio a tornar-se o primeiro local de encontro sino-americano. O século seguinte testemunhou o crescente desenvolvimento dos interesses económicos americanos no Sudeste Asiático. Durante a primeira metade do século XIX, o comércio com a China, o 3.o em importância para os EUA, apenas ultrapassado pelo intercâmbio com Inglaterra e Cuba, evidencia o papel fundamental do comércio no âmbito das relações da América com aquela região. O comércio com a China era, na verdade, o ponto fulcral a partir do qual evoluíram a diplomacia américo-chinesa e a missionação. Em 1844, foi assinado no Templo de Kun Iam em Wangxia, uma vila nos arredores do estabelecimento português de Macau, o primeiro tratado entre os dois países. Este acordo, que incluía a cláusula de extra-territorialidade e da nação mais favorecida, criou um mecanismo que interferiu com a soberania da China durante cerca de um século. Neste processo, como entreposto tradicional e único estabelecimento europeu na costa da China, Macau funcionou como um elo entre o velho império celestial e o estado imperial emergente no novo continente, desempenhando um relevante papel na evolução dos primeiros contactos sino-americanos. Esta palestra traça o papel de Macau na evolução das relações sino-americanas durante esta fase inicial. Começa por analisar a posição de Macau durante o período do sistema de comércio de Cantão, da chegada do primeiro barco mercantil americano, o Emperess of China, em 1784, ao fim da guerra anglo-chinesa do ópio, em 1842. Examina, então, o estatuto internacional de Macau e de Wangxia nas vésperas da assinatura do primeiro tratado entre os Estados Unidos e a China, para explicar a razão que levou os dois governos a optarem por aquele lugar para as negociações e conclusão tratado. Destaca ainda o papel diplomático desempenhado pela Russell & Companhia, a principal firma americana, nos contactos entre Chineses e Americanos, para por fim, analisar as implicações históricas do tratado de Wangxia na perspectiva comparativa da lei internacional. He Sibing é doutorado em História Diplomática dos Estados Unidos pela Universidade de Miami, Oxford, Ohio, EUA (Maio 1997) com a dissertação “Russell and Company, 1818-1891: America’s Trade and Diplomacy in Nineteenth-Century China”. As suas investigações incluem as Relações Sino-Americanas, Estudos Chineses Ultramarinos e Política Espacial. É editor executivo da Newsletter on Overseas Chinese Studies, publicada pela Biblioteca da Universidade Chinesa de Hong Kong. Leccionou cursos de Política Externa Americana e de Leituras Seleccionadas de Assuntos Internacionais na Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangzhou, China, e foi editor da Space Age Publishing Company, Kona, Havaii, EUA, de 2000 a 2003. De entre as seus artigos e livros sobre relações internacionais salientam-se História dos Filipinos Chineses (em chinês), em co-autoria com Huang Zisheng (1987), estando prevista para este ano uma nova edição, revista e aumentada, “Macao in the Making of Sino-US Relations: From the Empress of China to the Treaty of Wangxia, 1784-1844”, “Russell & Companhia e o comércio americano com Cantão no século XIX” e “Os Filipinos Chineses e as relações sino-filipinas no século XIX”, estes últimos em Chinês. A conferência proferida em mandarim, terá tradução simultânea para cantonense, português e inglês. A entrada é livre. Para mais informações poderá ser contactada Esther Chu, do Arquivo Histórico de Macau, através do telefone 5986544.