A fim de proceder a uma avaliação quanto à quantidade e situação da fonte de proliferação de mosquitos, os Serviços de Saúde realizaram, entre 11 e 15 de Junho, uma pesquisa sobre a mesma nos barcos de pesca, no período de defeso. De acordo com o resultado desta pesquisa, os três índices que evidenciam a possibilidade de propagação da febre de dengue situaram-se num nível considerado satisfatório. Há a possibilidade dos barcos de pesca trazerem para Macau, de outros territórios, vários tipos de mosquitos portadores de vírus, na sequência de eventuais viagens de longo curso. Assim, os Serviços de Saúde, a partir do ano 2002, em conjunto com a Capitania dos Portos e a Associação de Ajuda Mútua dos Pescadores têm procedido, anualmente, no período de defeso, à pesquisa da fonte de proliferação de vectores nos barcos que ancoram no porto interior e à divulgação de conhecimentos sobre a febre de dengue, a fim dos pescadores puderem conhecer melhor a fonte de proliferação de mosquitos, os quais podem ser transmissores da febre de dengue. Entre 11 e 15 de Junho do corrente ano, os Serviços de Saúde novamente procederam à pesquisa da fonte de proliferação de mosquitos nos barcos de pesca por ocasião do período de defeso. Durante a pesquisa, os trabalhadores dos Serviços de Saúde também deram apoio aos pescadores quanto à identificação da fonte de reprodução de mosquitos e à sua eliminação, a fim de se atingir o objectivo de prevenir a infecção da febre de dengue. O Índice Bretaeu é a proporção do número de recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissoras da febre dengue, para um determinado número de barcos de pesca de pesquisa, multiplicada por 100 (cem). Quanto mais alto for o índice, maior é a possibilidade de propagação da febre de dengue. Conforme os resultados da presente pesquisa, o índice Bretaeu é de 3.75. O Índice de Habitação é o número de barcos de pesca que têm recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissoras da febre dengue, em cada 100 (cem) barcos de pesca, sendo 3.75%o valor desta pesquisa. O Índice de Recipiente indica o número dos recipientes com larvas ou crisálidas que podem ser transmissoras da febre de dengue, em cada 100 (cem) recipientes com água, sendo 1.04% o valor desta pesquisa. De acordo com a experiência, se o Índice de Habitação é superior a 18%, o Índice de Recipiente é superior a 10% ou o Índice Bretaeu é superior a 20, é possível ocorrer um surto de febre de dengue. Se o Índice Bretaeu for inferior a 5, não é muito provável o início do surto da doença. Conforme esta pesquisa, os três índices mostram que está afastado o perigo da sua propagação. Os mosquitos “Aedes Albopictus” que podem transmitir a Febre de Dengue, encontram-se com frequência em Macau e sendo esta uma cidade turística, existe diariamente uma população flutuante considerável. Macau, se não estiver bem preparada, com a ocorrência de casos importados de febre de dengue, corre o risco de um eventual surto. Actualmente, Macau está na época de alto risco de disseminação da Febre de Dengue. Embora se tenha detectado, através desta pesquisa, que os três índices que indicam a possibilidade de propagação da febre de dengue, se situaram num nível considerado satisfatório, os pescadores não podem abrandar no trabalho de eliminação da fonte de proliferação de mosquitos nos barcos, pois, a qualquer momento, é possível transportarem os vectores que podem transmitir a febre de dengue em Macau. Assim, os Serviços de Saúde apelam aos pescadores e cidadãos que não devem abrandar o trabalho de eliminação das fontes de proliferação de mosquitos nos barcos de pesca e no interior e exterior das casas; a par disso, quando viajarem ou pescarem, devem adoptar medidas para evitar a picada de mosquitos; se, depois do seu regresso a Macau, aparecerem sintomas como febre e erupção cutânea, devem recorrer, logo que possível, ao médico e tomar medidas para evitar mosquitos, não podendo protelar o tratamento médico, sob pena de poderem provocar a propagação da doença.