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Autoridades respondem a interpelações de deputados sobre manifestação do 1º de Maio


O Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va, reiterou que as forças policiais actuaram com firmeza e tolerância durante a manifestação do passado dia 1 de Maio, tomando as medidas adequadas para dar resposta aos incidentes. O mesmo responsável acrescentou, em resposta à interpelações dos deputados Au Kam San e Pereira Coutinho, que as autoridades aprenderam bastante com experiência, estando a decorrer averiguações internas e a análise e revisão de formas de actuação e operacionalidade, para melhorar os trabalhos no futuro. Cheong Kuoc Va sublinhou que as autoridades, quando definiram, em conformidade com a lei, o itinerário do evento, comunicado à organização, e amplamente divulgado, através da comunicação social, tiveram em conta o facto de a manifestação cair no primeiro dia de uma semana dourada, com um número estimado de turistas normalmente mais elevado, bem como os eventuais inconvenientes e impacto da entrada na zona comercial da Av. Almeida Ribeiro para, entre outros, o trânsito, a vida da população, a economia e o turismo. Entretanto, no dia da manifestação, um grupo de mais de 2000 pessoas partiu, cerca das 14h30, do local previsto - o Jardim Iao Hon. As autoridades policias optaram por separar os manifestantes em vários grupos por razões de segurança e controlo da multidão. Um dos grupos, depois de chegar ao cruzamento da Avenida do Almirante Lacerda com a Avenida do Coronel Mesquita, em vez de virar à esquerda, conforme o itinerário estabelecido pela polícia e de acordo com as orientações dos agentes destacados no local, seguiram em frente, para a zona das barreiras de protecção policial entrando em conflito com a forças de ordem. Os manifestantes da rectaguarda aumentaram a pressão na frente e algumas pessoas cairam o chão, com risco de serem pisadas. Cheong Kuoc Va lembrou ainda que alguns dos manifestantes atacaram os agentes e romperam o cordão policial avançando pela Av. do Almirante Lacerda, em direcção ao Mercado Municipal do Patane, e que a forças policiais tiverem uma informação de que alguém tentaria aproveitar a manifestação do 1º de Maio para pertubar a ordem pública. Deste modo, a Polícia, para diminuir o impacto nas zonas turísticas e na vida dos cidadãos, montou uma segunda barreira de defesa no cruzamento entre a Av. do Almirante Lacerda e a Rua da Ribeira do Patane, onde conseguiu conter o desfile em direcção à Av. de Almeida Ribeiro. Uma vez que o desfile se desviou do itinerário pré-estabelecido pelas autoridades policiais e evoluiu no sentido do conflito, afastando-se obviamente do objectivo inicial de uma demonstração pacífica para uma série de infracções contra a ordem pública e a vida do cidadão, a Polícia anunciou, pelas 16H45, o fim da manifestação. No entanto, os arruaceiros não dispersaram e, até às 19H00, não desistiram do confronto com a autoridade, cujos agentes se viram forçados a recorrer ao uso de aerossol com gás pimenta para pôr fim aos incidentes. A Rua da Ribeira do Patane é uma mais movimentadas da cidade, pelo que a polícia viu-se obrigada a tentar restaurar a normalidade do trânsito e da ordem pública o mais rápido possível, o que viria a acontecer pelas 19h51, depois de dispersada a manifestação, desbloqueada a via e restabelecida a ordem do trânsito e pública no local. O Secretário reiterou que, perante o facto de a manifestação pacífica se ter transformado em distúrbio, as autoridades adoptaram uma atitude tolerante, mas firme, com medidas adequadas para resposta aos acontecimentos, controlo eficaz da situação e reposição da ordem pública. E, relativamente à questão dos tiros para o ar de alerta, o mesmo responsável reafirmou que o autor, um agente à paisana destacado no local, para apoio à linha da frente, actuou, provalmente, de acordo com um julgamento das condições especiais na ocasião e no local, para evitar ferimentos graves ou a morte de manifestantes caídos no chão e pisados pelos da rectuargada, que continuavam a pressionar para romper a barreira e seguir em frente. O agente não disparou por ordens superiores ou para reprimir os manifestantes e, independentemente das suas decisões, ninguém queria o que aconteceu. Cheong Kuoc Va disse, ainda, que as autoridades vão fazer um balanço do sucedido para melhorar os trabalhos e actuação das forças de segurança, nomeadamente em matéria de gestão e reorganização do pessoal e comando, para dar mais um passo no sentido de um maior espaço de aperfeiçoamento, a par da revisão de procedimentos de trabalho dos serviços policiais para maior eficácia da informação e orientações dos agentes da linha da frentes, especialmente em termos de utilização de equipamento, como gás pimenta ou armas, entre outros. O mesmo responsável concluiu com o anúncio de que, após o incidente, o trabalho de formação e treino do pessoal da Polícia será reforçado, incluindo em termos dos cursos actuais, para garantia de uma capacidade de resposta mais eficaz em casos de perturbação da ordem pública, com especial incidência para os agentes destacados em lugares mais problemáticos.