O Chefe do Executivo, Edmund Ho disse hoje (4 de Maio) que as reivindicações da maioria dos manifestantes no 1º de Maio são razoáveis e adequadas, objectivos da acção governativa que desde sempre este governo se empenhou em atingir. Contudo, acredita-se que tenha havido objectivos políticos por parte de algumas pessoas, que levaram a manifestação a conflitos. Sublinhou que Macau é uma sociedade governada por Lei e que a legislação atribui direitos suficientes para a população apresentar as suas opiniões através de manifestações, mas sob a premissa do respeito pela Lei e indicações das autoridades policiais, sem prejudicar a ordem pública nem afectar os interesses de outrem. Disse ainda que as autoridades dão atenção e tratam com seriedade todas as reivindicações manifestadas através de meios legais, mas os casos que envolvam infracção à Lei, serão tratados segundo os trâmites legais. Edmund Ho referiu que os tiros de aviso disparados pelo polícia não foram com intenção de reprimir a manifestação. Disse não ter sido possível de os superiores das forças policiais terem dado ordens ao agente para disparar, uma vez que a decisão do agente em disparar deveu-se, em princípio, à situação vivida in loco, a fim de prevenir que participantes fossem esmagados por outros. Disse ainda que, segundo o seu conhecimento, em manifestações os agentes da linha da frente que estão a manter a ordem não podem estar munidos de arma de fogo, enquanto que os agentes na retaguarda já podem. Acrescentou que, independentemente, da decisão do agente naquela altura, o disparo de tiros é um incidente que ninguém está interessado em ver. Disse que para além de ter iniciado uma investigação interna sobre o caso, este serviu também de experiência para o governo e as autoridades vão rever os trabalhos sobre como actuar em situações de manifestação, no sentido de melhorar as actuações no futuro. Adiantou que relativamente ao caso de uma pessoa ter ficado ferida depois de atingida acidentalmente por uma bala, incidente ainda sob investigação, o governo manifesta a sua grande atenção e reconforto à vítima, e tem vindo a contactar, nos últimos dias, com a família através de vários meios, de forma a proceder correctamente aos trabalhos de cuidados à mesma. Por último, o Chefe do Executivo reconheceu os trabalhos das forças policiais na manifestação, considerando que os polícias tomaram uma atitude contida e evitaram confusões impossíveis de prever.