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Instruções emitidas pelos Serviços de Saúde para a protecção da saúde dos idosos e doentes crónicos no Inverno


Macau situa-se na zona subtropical da Ásia e tem um clima relativamente ameno durante todo o ano. No entanto, às vezes o Território regista uma súbita queda de temperatura, tempo muito frio, ou o prolongamento de frio rigoroso pela chegada súbita de uma corrente fria no Inverno. De acordo com as informações disponíveis, a ocorrência de mortalidade adicional e hipotermia no Inverno é mais relevante e assume maior gravidade nas zonas com as características supracitadas, do que nas zonas frias ou muito frias. Pelo exposto, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde elaborou as seguintes instruções para os idosos e doentes crónicos, assim como para os indivíduos ou as entidades responsáveis pelos cuidados dos idosos e doentes crónicos, com vista a proteger a sua saúde, mediante as medidas adequadas de prevenção e cuidados durante o período do Inverno. A hipotermia ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo dos 35.o C ou 95.o F (confirmada pelo termómetro rectal ou termómetro auricular), e divide-se em três categorias: leve, quando a temperatura se situa entre os 32.o - 35.o C (90.o - 95.o F), moderada, entre os 28.o - 32.o C (82.o - 90.o F) e grave, quando é de 28.o C (82.o F). Em geral, o principal motivo da hipotermia é a falta de roupa quente adequada ou a exposição prolongada ao frio ambiental, verificando-se nos meses entre Novembro e Março, e acontecendo sobretudo nas zonas de clima mais suave quando a temperatura desce abruptamente, sendo as suas principais vítimas, do sexo masculino, com idade igual ou superior a 65 anos, e que vivem em circunstâncias de exclusão social. Os outros factores de risco incluem as doenças crónicas (nomeadamente, doenças cardíacas, diabetes, distúrbio do movimento, doenças psíquicos), traumatismo, infecção, consumo de álcool, abuso de medicamentos ou substâncias similares e permanência prolongada na água. A hipotermia pode provocar complicações, tais como, inibição do sistema nervoso central, arritmia, insuficiência renal, e, nos casos mais graves, levar a vítima a uma situação de crise fatal. A mortalidade adicional no Inverno refere-se a uma situação em que a mortalidade geral da população neste período é mais alta do que a mortalidade nas outras estações do ano. De acordo com estudos existentes, nas zonas com clima mais suave mas com história de quedas súbitas de temperatura, é mais relevante a situação de morte humana no Inverno, correspondendo as vítimas com idade igual ou superior a 65 anos a mais de 90% da letalidade adicional, sendo as causas de morte as doenças cardiovasculares (correspondente a mais de 50%) e as doenças do aparelho respiratório (a infecção do aparelho respiratório, corresponde a cerca de um terço). Por sua vez, a mortalidade de outras doenças, nomeadamente, tumores malignos, também aumenta no Inverno. Verifica-se que a ocorrência de morte adicional tem relação com a indigência e as condições humildes de habitabilidade.
Para efeitos de assegurar a sua saúde, os idosos, os indivíduos com doenças crónicas e os profissionais responsáveis pelos seus cuidados e as respectivas entidades devem adoptar as seguintes medidas de prevenção e cuidados, destinadas à hipotermia e mortalidade adicional no Inverno: 1. Cuidados básicos mais adequados, incluem:
1.1. Uma moradia com capacidade contra frio que se mantenha a 16.o C, pelo menos, de temperatura recomendada no interior da casa de idosos e dos indivíduos com doenças crónicas;
1.2. Alimentos suficientes, nutritivos, digeríveis e quentes;
1.3. Roupa quente e roupa de cama suficente;
1.4. Frequência de vigilância e cuidados pela família ou profissional responsável pelos cuidados deste grupo;
1.5. Prática de actividade moderada fora da casa nos dias com sol, de acordo com as condições de ambiente e estado de saúde.
2. Cuidados de saúde mais adequados, incluem:
2.1. Vacinação da gripe, de acordo com as instruções promovidas pelos Serviços de Saúde no prazo proposto;
2.2. Consultas periódicas destinadas às doenças frequentes;
2.3. Administração correcta de medicamentos, segundo a recomendação médica;
2.4. Vigilância intensa de desenvolvimento de doença, com vista a detecção oportuna de agravamento da doença permitindo-lhe um diagnóstico e terapêutica rápida.
3. Libertação dos seguintes actos perigosos:
3.1. Roupa insuficiente, refeições não periódicas e sem quantidade adequada, inacção;
3.2. Prática do exercício sem capacidade para tal e na exposição ao frio ambiental;
3.3. Abuso de bebidas alcoólicas e medicamentos.
4. Conhecimento de sistema de apoio social e serviços, instalações e métodos de socorro para efeitos de pedir a assistência se necessário, os serviços incluem:
4.1. Apoio económico e social;
4.2. Protecção de abrigo temporária;
4.3. Assistência médica e socorro urgente.