O secretário para a Economia e Finanças frisou hoje (dia 30) que o crescimento económico no quarto trimestre do corrente ano vai sofrer um abrandamento, face às mudanças no mercado financeiro internacional e aos contínuos ajustamentos à indústria do jogo. Todavia, ressalvou Francis Tam, o objectivo do governo consiste em manter uma baixa taxa de desemprego entre os trabalhadores locais. A responder aos jornalistas numa ocasião pública, Francis Tam reconheceu que as mudanças no mercado financeiro vão ter algum impacto na economia de Macau. Lembrando que as previsões apontavam para um crescimento anual na casa dos 15 por cento, o secretário reiterou que, após a revisão, o crescimento económico em 2008 deve rondar os 10 por cento. De acordo com o mesmo responsável, apesar das alterações no mercado financeiro, os pilares da economia de Macau continuarão a desenvolver-se de forma saudável. Mesmo assim, salientou, é previsível que haja um ajustamento ao desenvolvimento de alguns sectores, entre os quais o abrandamento das receitas arrecadadas com os turistas e com o consumo em geral. Tais abrandamentos terão reflexos, entre outros, no sector da hotelaria, o que levará à diminuição do investimento de privados, realçou. Tendo em consideração todos estes factores, é esperado que o crescimento económico abrande nos últimos três meses do ano, sublinhou o secretário, acrescentando que estas condicionantes terão também impacto na situação de emprego na RAEM. Na ocasião, Francis Tam voltou a afirmar que a manutenção de uma baixa taxa de desemprego entre os trabalhadores locais é uma meta do governo. Neste momento, as autoridades estão a efectuar estudos sobre as medidas mais eficazes para a importação de mão-de-obra, sendo que para alguns sectores serão adoptadas medidas rígidas na reestruturação das quotas de importação de trabalhadores. Admitindo que estas medidas terão mais impacto em alguns sectores, o secretário ressalvou que serão dados recursos para a reconversão da mão-de-obra local e reforçados os apoios indispensáveis a quem se encontre no desemprego. Tendo em conta a actual conjuntura económica, o secretário prevê que a taxa de desemprego suba nos próximos tempos. Mesmo assim, frisou Francis Tam, o governo vai empenhar-se no cumprimento das metas macroeconómicas, observando sempre o equilíbrio da economia de Macau. O governo pode efectuar ajustamentos em alguns sectores, seja no que toca ao desenvolvimento ou às quotas de importação, mas sempre no respeito pelo princípio de equilibro do mercado. Francis Tam afastou ainda a ideia de que o número de trabalhadores não-residentes estaria a encobrir os valores reais da taxa de desemprego, recordando que a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos divulgou os números relativos à taxa de desemprego entre os trabalhadores locais. Segundo o secretário, desde que o desenvolvimento económico se mantenha a um nível razoável, será mais fácil, no futuro, recuperar os índices de crescimento económico. O secretário disse ainda esperar que a população enfrente as dificuldades em conjunto com o governo. Para tal, salientou, o governo irá reforçar a transparência das suas medidas e manter a população informada sobre o desenvolvimento do sector financeiro e a situação dos bancos. Independentemente deste esforço, salvaguardou, o público também deve procurar informar-se sobre os vários factores que podem afectar a economia. Francis Tam não exclui também a hipótese de existirem novos rumores, face à não aprovação do plano contra a crise financeira. Mas, realçou, é preciso que a população compreenda que o sector bancário de Macau sempre foi estável, devendo, portanto, manter a confiança no sector. Ainda a responder aos jornalistas, o secretário explicou que a introdução de um mecanismo que salvaguarde os pequenos clientes das instituições bancárias terá implicações na operação dos próprios bancos e poderá aumentar os custos de funcionamento, com repercussões para os clientes. Francis Tam garantiu também que o governo tem em consideração vários aspectos, não podendo adoptar medidas precipitadas. O mais importante, destacou, é efectuar a fiscalização aos bancos e manter a confiança no sistema bancário.