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Informações actualizadas sobre a gastroenterite causada por alimentos servidos em “buffets”


Até às 18 horas do dia 10 de Setembro, o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde foi notificado de um total de 193 casos de gastroenterite, causados por alimentos incluídos em refeições de tipo buffet, que atingiram alguns turistas de Hong Kong e que ocorreram nos restaurantes, Golden Sands Hotel, The Venetian Macao Resort Hotel, Hotel Golden Dragon e Torre de Macau. As refeições em causa tiveram lugar entre 15 de Agosto e 03 de Setembro. Todos os doentes recuperaram.
No dia 02 de Setembro, os Serviços de Saúde foram notificados pelo Centro de Protecção da Saúde dos Serviços de Saúde de Hong Kong sobre a existência de alguns residentes de Hong Kong, que após terem-se deslocado a Macau, sofreram de sintomas de vómitos e diarreia, tendo, de imediato, os Serviços de Saúde iniciado a averiguação da ocorrência. Na sequência da divulgação destes casos, os Serviços de Saúde receberam grande quantidade de telefonemas e mensagens electrónicas de residentes de Hong Kong e Macau, que informaram sobre o aparecimento de sintomas de febre, vómitos e diarreia, após terem participado em “buffets” em restaurantes de Macau, incluindo o Golden Sands Hotel, The Venetian Macao Resort Hotel, Hotel Golden Dragon e Torre de Macau, no período que decorreu entre 15 de Agosto e 03 de Setembro. Uma vez efectuada a análise dos resultados epidemiológicos obtidos, existe razão para acreditar que as ostras cruas fornecidas nestes hotéis estão na origem destes casos. Após a realização de uma averiguação mais detalhada, verificou-se que as ostras cruas dos citados restaurantes eram provenientes do mesmo lote e do mesmo fornecedor. Os Serviços de Saúde de imediato demandaram o fornecedor para suspender o fornecimento e proceder à recolha das ostras cruas com problemas. A par disso, os citados hotéis, após terem recebido a informação dos Serviços de Saúde suspenderam o fornecimento das ostras cruas deste lote. Todos os casos divulgados estão relacionados com as refeições de tipo buffet, antes de ter sido suspenso o fornecimento deste tipo de lote de ostras cruas. Posteriormente, os Serviços de Saúde realizaram análises às amostras de alguns doentes, as quais evidenciaram a existência de norovírus, tendo o Centro de Análises de Saúde Pública dos Serviços de Saúde de Hong Kong também detectado norovírus nas amostras das ostras cruas com problemas, enviadas de Macau para Hong Kong. Sintetizando o estudo epidemiológico e o resultado das análises laboratoriais, os Serviços de Saúde confirmam previamente que a intoxicação alimentar que ocorreu em diversos restaurantes proveio de ostras cruas congeladas, que continham norovírus, tendo as mesmas sido importadas pela Companhia de carnes congeladas Man Seng, através de um importador de Hong Kong. A fotocópia do certificado sanitário apresentado aquando da importação do produto importado evidencia que a origem deste produto é a Cidade Ru Shan da Cidade Wei Hai. A Administração Geral de Supervisão, Inspecção e Quarentena de Qualidade da República Popular da China afirma que no citado certificado sanitário consta que estes produtos são ostras cruas congeladas, e que não podem ser consumidas cruas, encontrando-se este conteúdo expressamente indicado no protocolo de comércio. A citada Administração Geral também indicou que existe divergência entre o certificado sanitário e os produtos importados por Macau, e que existem várias etapas no percurso de transporte, pelo que as ostras cruas que causaram a intoxicação alimentar não são apenas provenientes do Interior da China.
Existem hotéis que apresentaram fotocópias dos certificados sanitários de importação da Nova Zelândia e afirmam que as ostras cruas fornecidas eram oriundas deste país. De acordo com a averiguação realizada pelos Serviços de Saúde e pelo Instituto de Assuntos Cívicos e Municipais, não existem indícios de que as ostras cruas com problemas eram provenientes da Nova Zelândia.
De acordo com a lei de Macau, as diversas cadeias de fornecimento de alimentos, incluindo, venda a grosso e restaurantes que fornecem directamente alimentos aos consumidores, detêm a responsabilidade de garantir a segurança alimentar e a não existência de microrganismos patogéneos nos alimentos. Os fornecedores ou os estabelecimentos que violam este estipulado, têm de assumir as correspondentes consequências legais.
Como existe certo risco no consumo de alimentos não cozinhados, e para que os sectores de actividade e as partes interessadas dominem da melhor forma as informações sobre os respectivos produtos, incluindo, se os mesmos foram ou não tratados e os dados do país de origem, o Instituto de Assuntos Sociais e Cultura vai adoptar, em breve, uma série de medidas, designadamente, que os produtos animais frequentemente utilizados para serem consumidos crus só podem ser importados directamente do país de origem, eliminando-se assim uma terceira via que pode originar problemas.
Os Serviços de Saúde afirmam que os mariscos da área marítima próxima, nomeadamente, os bivalves, estão muito provavelmente infectados por microrganismos patogéneos, como o norovírus, o vírus da hepatite A, o vibrio parahaemolyticus e o vibrio vulnificus, devendo ser bem cozinhados antes de serem consumidos. Os doentes com doenças hepáticas, diabetes e reduzida função imunitária devem evitar consumir este tipo de produtos. Os elementos do sector de restauração, ao fornecerem estes produtos para serem consumidos crus, devem seleccionar com rigor aqueles que oferecem maior segurança. A par disso, os Serviços de Saúde recomendam ao sector de restauração para adoptar as metodologias usadas noutras regiões e que consistem na colocação de avisos de alerta quando fornecem artigos para serem consumidos crus e que facilmente podem ser contaminados.
O norovírus, para além de ser transmitido pelos alimentos, também pode ser transmitido entre pessoas através dos vómitos e excrementos, pelo que os Serviços de Saúde recomendam aos cidadãos que, para além de estarem atentos à sua higiene alimentar, ainda devem estar atentos à sua higiene pessoal e higiene ambiental: devem lavar as mãos antes das refeições e depois de utilizarem as instalações sanitárias, e, no caso de o ambiente ser poluído pelos vómitos ou excrementos, devem proceder à sua desinfecção e lavá-lo com lixívia.