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Confirmada a ocorrência de um caso de estreptococo suíno Autoridades apelam à população para tomar precauções


A Direcção dos Serviços de Saúde foi informada hoje (31 de Julho) pelo Centro Hospitalar Conde S. Januário que está confirmado o caso suspeito de estreptococo suíno ontem detectado. O paciente começou a sentir febre e vertigens no dia 27 de Julho, tendo-se agravado os sintomas no dia 29, pelo que foi transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos devido ao seu estado de coma e encefalite. Através da colheita de amostra de sangue, foi detectada a existência de bactérias de estreptococo, e o resultado da análise confirmou que estava acometido de estreptococo suíno. Actualmente, é bastante crítica a situação do doente, verificando-se insuficiência em vários órgãos. Trata-se do primeiro caso ocorrido na RAEM que envolve um ser humano. O IACM confirma que o doente trabalhava no talho de um mercado de Macau, com funções na carga e descarga e preparação de carnes e limpeza da banca. Após a ocorrência do incidente, o pessoal da DSS e do IACM efectuou hoje uma visita ao respectivo mercado, tendo apelado aos trabalhadores para tomar as devidas precauções. Até agora, nenhum dos familiares e colegas do doente mostraram qualquer sintoma da doença. Por outro lado, o IACM não detectou qualquer anomalia durante a inspecção sanitária efectuada nos postos fronteiriços e no matadouro. Ao mesmo tempo, o IACM já diligenciou as medidas necessárias e reuniu com os representantes do respectivo sector, emitindo instruções para o Matadouro de Macau e os talhos, e chamando à atenção dos trabalhadores no que se refere aos cuidados a ter durante a manipulação de carnes suínas.
Nos termos da lei, todos os suínos vivos ao entrarem em Macau devem estar sujeitos à inspecção sanitária a cargo do IACM. Sempre que se detecta qualquer sinal de doença durante a inspecção sanitária após o abate, toda a carcaça será inutilizada, podendo apenas ser vendida nos mercados as carnes aprovadas. Para prevenir a ocorrência de mais casos de estreptococo suíno, a DSS e o IACM apelam a toda a população, o seguinte:
Manter boas condições higiénicas pessoais e ambientais;
Consumir apenas carne inspeccionada, evitando o contacto e, sobretudo, não comprar carnes não inspeccionadas, importadas ilegalmente ou de origem desconhecida;
Evitar contacto com suínos doentes ou mortos;
Sempre que precisar de tocar em suínos ou em carne crua, deve utilizar luvas;
Lavar as mãos após o contacto com os suínos ou manipulação de carne crua desse animal;
Quando tiver algum ferimento, deve tomar medidas protectoras antes de contactar com os animais ou a carne;
Separar os recipientes que contêm carne cozida e carne crua;
Só consumir a carne de porco devidamente cozinhada.
Caso suspeite de infecção de estreptococo suíno, deve consultar imediatamente o médico. A DSS e o IACM esclarecem que o consumo de carne de porco ou produtos suínos devidamente cozinhados não põem em risco o contágio desta doença. O IACM vai continuar a controlar rigorosamente a inspecção sanitária em todos os aspectos, acompanhando de perto a evolução do incidente.
O IACM já entrou em contacto com os respectivos Serviços competentes da China, para além dos Serviços de Alfândega, para reforçar o combate à carne de origem desconhecida. O estreptococo suíno é uma doença contagiosa transmissível entre animal e ser humano, ocorrendo frequentemente nos suínos, podendo existir na amígdala do leitão. Esta doença é transmitida pelo contacto entre os narizes dos suínos ou transmissão aérea através da saliva dos suínos, para além do contacto com outros mamíferos. O tempo quente e húmido propicia a sua proliferação, especialmente entre Junho e Outubro. A doença pode causar encefalite e hemotosepse, e em alguns casos pode provocar artrite, bronquite, etc. Apesar de ser uma doença que pode ser curada com recurso a antibióticos, a taxa de mortalidade é elevada. As pessoas que se dedicam a actividades que implicam grande proximidade com os animais correm maior risco de ser contagiados, nomeadamente os criadores, magarefes, carregadores de carnes, talhistas e cozinheiros. A prevenção é a forma mais eficaz para controlar a ocorrência da doença, para além da fiscalização rigorosa sobre o abate clandestino de suínos. No entanto, para evitar a doença, é de suma importância o reforço das condições higiénicas pessoais e do ambiente.