O director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Jaime Carion, afirma que a utilização de água do mar nos autoclismos é uma questão bastante complexa, tendo em conta a necessidade de lidar com a instabilidade da qualidade da água do mar nas imediações de Macau. Tal problema, refere, implicaria a construção de estações para o tratamento da água do mar, de forma a salvaguardar que a qualidade da água não representa um risco à saúde e higiene da população. Neste sentido, salienta, é necessário ponderar sobre vários aspectos, nomeadamente em termos técnicos, de custos e de rentabilidade. Em resposta à interpelação escrita do deputado Ung Choi Kun, Jaime Carion explica que sendo as comunicações viárias de Macau bastante estreitas, a instalação da canalização para a água do mar, com as respectivas escavações em várias zonas da cidade, afectaria gravemente a circulação pedonal e rodoviária. Segundo o responsável da DSSOPT, a canalização subterrânea actualmente existente compreende os cabos eléctricos da CEM, a rede de telecomunicações e a canalização de abastecimento de água da SAAM, albergando ainda os colectores de águas pluviais e de drenagem de água residual, além do sistema de recolha de resíduos sólidos – instalado em alguns bairros como projecto-piloto – e as condutas de gás natural. Assim, alerta o mesmo responsável, na maioria dos bairros, em particular nos bairros antigos, o espaço subterrâneo é já bastante apertado e, caso se decida proceder ao assentamento da rede de canalização de água do mar, o grau de dificuldade da obra será bastante elevado. Por outro lado, diz Jaime Carion, será ainda necessário proceder à instalação de uma rede independente e destinada exclusivamente ao abastecimento de água do mar no interior do edifício, sendo que a execução da obra dependerá do consentimento de todos os condóminos e perturbará bastante os cidadãos. Mesmo que seja possível o abastecimento de água do mar aos diversos edifícios, será ainda necessário proceder à instalação de um sistema para a água do mar no interior das fracções autónomas, lembra o director da DSSOPT. Paralelamente, tendo em conta que a água do mar é altamente corrosiva, a gestão, reparação e manutenção deste sistema será uma questão extremamente complexa e os seus custos serão bastante elevados, frisa Jaime Carion. Além disso, esclarece, o uso deste sistema fará com que a água do mar seja canalizada para a ETAR, sendo que, caso não esteja prevista esta função, poderá pôr em causa o funcionamento da própria ETAR. Nota: Para mais informação, consultar a página da Assembleia Legislativa (http://www.al.gov.mo) – interpelação escrita, com o número: 177/III/2008.