O director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, sublinha que está em estudo o estabelecimento de protocolos de colaboração que permitam que todos os trabalhadores da Função pública, beneficiários dos cuidados de saúde, possam também ser assistidos no hospital privado. Em resposta à interpelação escrita do deputado Pereira Coutinho, Lei Chin Ion salienta que a qualidade do serviço público de cuidados de saúde de Macau tem melhorado progressivamente, ao longo dos últimos dez anos, subida que tem sido acompanhada pela expectativa dos cidadãos. Segundo os dados estatísticos do movimento assistencial do Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ), nos últimos anos tem-se registado uma subida contínua e significativa do número de utentes, constatando-se que os cidadãos têm cada vez mais confiança na instituição hospitalar, frisa o mesmo responsável. Neste sentido, continua, o CHCSJ tem tomado diversas providências no sentido de aperfeiçoar a qualidade dos cuidados de saúde diferenciados, entre os quais o convite a especialistas habilitados no sentido de elevar a qualidade destes serviços, a contratação de mais trabalhadores e a elaboração de planos de formação global e de formação em serviço. A estes somam-se ainda os trabalhos para avaliar e optimizar a disposição dos diversos procedimentos de assistência médica em tempo oportuno, criar a imagem profissional do pessoal de saúde, incentivando o moral, e para intensificar a divulgação e a promoção dos serviços médicos de nível mais avançado do CHCSJ, descreve o director dos SS. Por outro lado, recorda, desde Julho de 2006, com o objectivo de encurtar o tempo de espera nas urgências, o Serviço de Urgência do CHCSJ implementou um novo regime de triagem (que divide os doentes nas categorias de “crítico e emergente”, “urgente” e “semi-urgente e não urgente“), no intuito de proporcionar aos utentes uma assistência mais oportuna, de acordo com os recursos existentes. Os dados estatísticos revelam que menos de 1 por cento pertence à categoria “critico e emergente”, tendo os mesmos sido assistidos imediatamente. A maioria absoluta dos utentes, menos de 95 por cento, pertence à categoria “semi-urgente e não urgente”, sendo que o tempo médio de espera ronda a uma hora e dez minutos. A fim de aperfeiçoar as instalações do Serviço de Urgência, para melhor servir os cidadãos, a direcção do CHCSJ irá este ano proceder à ampliação da Sala de Observação, adianta Lei Chin Ion, acrescentando que a instituição está também a planear contratar mais médicos e enfermeiros para exercerem funções no Serviço de Urgência, intensificar a respectiva formação e triplicar a área do espaço das Urgências. No que diz respeito às consultas de especialidade, actualmente, em Macau, o tempo mediano de espera pela primeira consulta no Sistema Público de Saúde é de cinco semanas, sendo esta uma duração mais curta do que no exterior. Apesar disso, realça o director dos SS, o CHCSJ mantém-se empenhado em encurtar o tempo de espera, tendo, em 2003, implementado o regime de triagem na Consulta Externa das especialidades, de acordo com o nível de urgência de cada caso. Segundo as informações, cerca de cinco por cento dos doentes usufruem da consulta marcada com menos de quatro semanas de espera. Mesmo assim, quando for necessário, o tempo de espera pode ser tão curto como apenas alguns dias, explica. Segundo o mesmo responsável, os SS irão reforçar os trabalhos promotores e educativos para que os cidadãos possam utilizar o Sistema de Saúde de uma forma mais correcta e proveitosa, recorrendo precisamente aos serviços médicos que necessitam. Nesta perspectiva, pretende-se assegurar, por um lado, que os cidadãos possam ser assistidos em tempo oportuno e, por outro, que o tempo de espera possa ser reduzido. Já em resposta à interpelação da deputada Leong Iok Wa, Lei Chin Ion revela que o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde vai solicitar a colaboração do CHCSJ, Hospital Kiang Wu e outras entidades congéneres, no sentido de efectuar a recolha de informações sobre hipotermia e dados relativos aos pedidos de consultas extras, além das mortes ocorridas durante esse período. O objectivo passa por realizar uma revisão de forma objectiva, completa e aprofundada, garante o director dos SS. Assim, a revisão consistirá em três pontos-chave: real dimensão da questão, factores de risco, especialmente os susceptíveis de mudança, e medidas de prevenção viáveis, em especial de prevenção de nível I. Face ao extenso período de frio sentido este ano, o CHCSJ e o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde reforçaram o trabalho de educação para a saúde junto da população, em especial no que toca à prevenção das chamadas doenças de Inverno. Nota: Para mais dados sobre o assunto, pode consultar a página da Assembleia Legislativa (http://www.al.gov.mo) – interpelações escritas, com os seguintes números: 26/III/2008 e 131/III/2008.