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Os grupos sociais mais fragilizados esperam ter apoio no processo do reordenamento, propondo a criação de uma delegação local e a introdução do serviço de apoio de assistente social.


Durante 2009 o Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos de Macau executou a campanha de auscultação “ponto a ponto e frente a frente” junto dos grupos sociais mais fragilizados, como forma de promover o processo. O respectivo relatório do balanço encontra-se já elaborado e foi objecto de apreciação na 3.ª reunião ordinária do CCRBAM que teve lugar no dia 30 (Quarta-feira). Em breve estará disponível no website do CCRBAM para consulta do público. De acordo com as opiniões recolhidas durante a campanha, deve-se criar, em primeiro lugar, uma delegação local com a introdução do serviço de apoio de assistente social que, para além de prestar serviços de apoio comunitário, pode também ir ir ao encontro das necessidades dos grupos sociais mais fragilizados. O CCRBAM reuniu em 2009 com a Associação de Apoio aos Deficientes de Macau, com os professores do Curso de Serviço Social do Instituto de Serviço Social de Macau, com a Caritas de Macau e a Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau, com membros do Centro de Apoio Mútuo das Mulheres da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Bom Pastor e do Centro de Dia para Idosos do Edifício “Lok Ieong”. Reuniu-se ainda com representantes do Centro Comunitário do Iao Hon, da Associação dos Assistentes Sociais de Macau, do Centro de Serviços Taipa da Associação Geral dos Operários e do Centro de Apoio a Surdos. A campanha de auscultação que se realizou no centro comunitário contou com a presença de cerca mil pessoas. O relatório mostra que os grupos sociais mais fragilizados preocupam-se principalmente com as instalações comunitárias relacionadas com os problemas que os afligem directamente, salientando que o reordenamento dos bairros antigos tem que contemplar as necessidades dos deficientes físicos, idosos e deficientes mentais, em termos de deslocações e dos espaços de lazer, devendo o processo de reordenamento ser acompanhado por serviços de apoio comunitário, consultadoria jurídica e apoio à mudança. Entretanto, defendem que é necessário reforçar a transparência dos trabalhos de reordenamento dos bairros antigos, intensificando a sua divulgação, principalmente no que diz respeito aos trabalhos comunitários. Propuseram, como medidas preparativas, o estabelecimento, na zona de reordenamento, de uma delegação local e o destacamento atempado do respectivo pessoal, permitindo aos moradores da zona pedir e obter directamente informações e assim dissipar as suas dúvidas, tendo em vista uma boa comunicação entre todas as partes. Por outro lado, sabendo que os grupos sociais mais fragilizados, regra geral, confiam mais nos assistentes sociais, propuseram a hipótese de destacar um assistente social para a delegação e promover a organização de equipas de assistentes sociais para efectuar regularmente visitas de porta a porta, inteirando-se directamente das expectativas dos moradores, assim como para identificar as famílias mais problemáticas, no sentido de efectuar uma intervenção ou conciliação atempada, com vista à rentabilização dos recursos comunitários. A par disso, o sector da assistência social propôs o aumento do intercâmbio com Hong Kong, através da organização de formação e workshops, assimilando-se a experiência no reordenamento de zonas urbanas. O CCRBAM vai proceder à discussão no próximo ano dos regulamentos administrativos que complementam o Regime Jurídico do Reordenamento dos Bairros Antigos e, mediante a campana de auscultação “ponto a ponto e frente a frente”, vai continuar a desenvolver uma consulta alargada junto da sociedade sobre o reordenamento dos bairros antigos virada para grupos diferentes, com vista a absorver a voz dos diferentes estratos sociais, para que os trabalhos atinjam o objectivo de “servir melhor a população”, mediante consenso e participação de todos.