De acordo com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador (I.C.S.I.E.) no 3º trimestre de 2009, a duração média mensal da Carteira de Encomendas das empresas do sector industrial inquiridas em Outubro de 2009 era de 3,03 meses, aumentou 12,2% e 3,1%, em relação ao trimestre anterior (2,7 meses) e ao mesmo período do ano passado (2,94 meses), respectivamente. A carteira de encomendas detida pelo sector de “Vestuário e Confecção” era de 2,24 meses, enquanto a de “Outros Sectores” era de 3,41 meses. Das encomendas detidas, e por mercado de destino, embora as perspectivas de evolução das exportações futuras sejam poucas favoráveis, a UE, os EUA e o Japão são os mercados que apresentam perspectivas mais favoráveis. Entretanto, os mercados de destino como Austrália, África, Médio Oriente, Hong Kong, Interior da China e América Latina têm demonstrado comportamentos menos satisfatórios, com uma fraca carteira de encomendas. No contexto das perspectivas da evolução das exportações para os próximos seis meses, poucas empresas reportaram perspectivas favoráveis, retraindo-se de 24,1% no trimestre anterior para 12,7% no trimestre em causa (menos 11,4 pontos percentuais). Destas, 7,7% previam um forte aumento e 5,0% um ligeiro crescimento das exportações (9,5% no período homólogo do ano passado). Igualmente, as empresas que antecipam uma situação menos favorável diminuiu de 26,6% no trimestre anterior para 23,0% neste trimestre, baixou 3,6 pontos percentuais (no 3º trimestre de 2008 foi de 63,4%). Das quais, 1,4% apontam para um ligeiro decréscimo e 21,6% para um forte declínio. As empresas que prevêem uma situação de estagnação aumentou de 49,4%, verificado no trimestre anterior, para 63,9% neste trimestre. Estes dados traduzem o sentimento da maioria dos empresários inquiridos relativamente às exportações futuras. No tocante ao mercado de trabalho, e em termos de mão-de-obra afecta ao sector industrial exportador, as empresas inquiridas observaram uma redução de 10,2% e 36,2%, face ao trimestre passado e ao período idêntico de 2008, respectivamente. De entre as quais, 36,1% afirmaram terem enfrentado uma maior insuficiência de trabalhadores, constituindo um nível superior aos 30,9% e aos 32,4%, verificados no mesmo trimestre de 2008 e no trimestre anterior, respectivamente; destacando-se o sector de “Vestuário e Confecção”, com uma representação de 40,4% no seio do mesmo, superior aos 32,2% no trimestre passado e inferior aos 46,0% no mesmo trimestre de 2008. Com base nos resultados do Inquérito, no desempenho das actividades de exportação no 3º trimestre de 2009, as percentagens das empresas inquiridas que registaram dificuldades nos domínios de “Preços Elevados das Matérias-Primas” e “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” foram de 59,5% e 54,9%, respectivamente, existindo ainda outros factores problemáticos, tais como o de “Insuficiência de Trabalhadores” (46,0%), “Insuficiente Volume de Encomendas” (34,5%) e “Salários Elevados” (31,5%). Das referidas dificuldades, as empresas apontaram os aspectos de “Preços Elevados das Matérias-Primas” (34,3%), “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (29,6%) e “Insuficiente Volume de Encomendas” (16,6%) como as dificuldades mais significativas.
Projectando os próximos três meses, as empresas do sector industrial inquiridas identificam “Preços Elevados das Matérias-Primas” (51,7%), “Insuficiente Volume de Encomendas” (47,3%) e “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (44,5%) como principais motivos de preocupação no desempenho do seu ramo de actividade.